quarta-feira, 15 de abril de 2009

Dos bons!

“Os Intocáveis” nada mais é do que uma obra-prima de Brian de Palma. Segue o padrão “Pagamento Final” e “Scarface”. Grandes filmes no roteiro e na técnica. São histórias inteligentes, contextualizadas e envolventes. Um mocinho que não é tão mocinho como parece, e bandidos brilhantes. Tony Montana, Carlito Brigante e Al Capone. Personagens fortes, cheios de sentimentos, que você passa a admirar – por mais que ele seja um “cherador” de cocaína como Tony Montana.
Robert De Niro parece que foi feito para o papel de Al Capone. O sotaque, a expressão, a risadinha irônica e o poder de se fazer temer. Bom, a história de “Os Intocáveis” se passa na época da Lei Seca, quando Al Capone comandava o comércio ilegal de bebidas alcoólicas. Kevin Costner protagoniza o investigador Eliot Ness, e quer acabar com toda a violência causada por Al Capone. Fazem parte do filme também Sean Connery, como Jim Mallone; Andy Garcia, como Giuseppe Petri e Charles Martin Smith como Oscar Wallace. Eles se unem para acabar com Al Capone, já que grande parte da polícia e defensores da justiças é subornada por Al Capone.
O filme é muito rico quando se trata dos ângulos de câmera. Brian de Palma usa grandes angulares até tele-objetivas. Tanto cenas internas como externas são ricas em conteúdo. Como a primeira cena, na qual Al Capone está sendo barbeado. A câmera está de cima para baixo, totalmente vertical e vai se aproximando de Al Capone. Esse tipo de câmera e movimento junto com a construção da cena (onde várias pessoas estão em volta de Capone) passa rapidamente o quão importante é o personagem para essa trama. Foi preciso mais de 15 tentativas para essa cena dar certo.
Outro motivo para se considerar “Os Intocáveis” um grande filme é a dificuldade de gravar na cidade atual de Chicago precisando mostrar a velha Chicago. Os produtores tiveram que fazer uma grande pesquisa de locais que ainda conservassem características da Chicago dos anos 30. O período inicial da grande crise. Por isso que a grande maioria das cenas não possui muitos figurantes. Palma tem a intenção de mostrar essa ausência das pessoas nas ruas, com o objetivo de representar a grande depressão. O problema é que mesmo as partes antigas da cidade estavam envoltas por prédios modernos. O câmera precisou ser muito criterioso e perfeccionista no corte das cenas, já que nada de moderno poderia aparecer ao fundo. A estética do filme não possui defeitos.
A história é repleta de ação, movimento, sentimentos (principalmente quando se trata de família) e algumas partes chegam a ser cômicas. Mas nada como a interpretação de Robert De Niro. Tiro o chapéu para ele e deixo aqui um dos melhores trechos de sua atuação. Não há legendas, mas para quem arranha um pouco de inglês não é difícil de entender. E para quem não arranha no inglês assista e só analise a interpretação de De Niro.









Há algumas cenas que devem ser comentadas. Como a cena na qual Sean Connery usa um cadáver para assustar um homem de Capone. Não vou contar a cena nos detalhes. Mas para quem assistir ao filme, a cena é realmente muito engraçada. E outra cena memorável, baseada no “Encouraçado de Potemkin”, de 1925, é a cena do carrinho de bebê descendo pelas escadarias do metrô. A cena é toda gravada em câmera lenta, o som valoriza movimentos – como tiros, o barulho das rodas do carrinho nas escadas, e passos – e isso gera uma aflição no espectador: o carrinho cai ou não cai?
Eliot Ness e os intocáveis não são uma ficção. Eles existiram. Talvez a história seja uma fantasia, apenas uma maneira de contar a prisão de Capone – que foi para Alcatraz sim! Ele foi preso em 1931 por sonegação de impostos. Não pagou por todos os seus crimes, mas foi para o lugar que mereceu. Foi interpretado por grandes, além de Robert De Niro temos Al Pacino e Marlon Brandon.
Um brilhante filme de gângster! Aliás, sou fã de filmes de gângsters, e esse é dos bons!

Por Fernanda Giotto Serpa

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