quarta-feira, 29 de abril de 2009

Trilha sonora que dá gosto!

“Era uma vez no oeste” é o tipo de filme que super valoriza os detalhes, sons, expressões e movimentos. Ele pode se passar por um filme lento, mas prefiro dizer que ele é detalhista. O filme tem no elenco Charles Bronson, como o Gaita e Henry Fonda como Frank. Frank é um matador profissional, um pistoleiro. No início do filme ele mata uma família que tem um pedaço de terra que fica numa região importante – onde futuramente uma rota de trem importante seria construída.
Mas o que Frank não sabia é que o dono das terras que estava viúvo havia se casado com uma prostituta de New Orleans. Agora ela passa a ser o alvo de Frank. Mas novamente ele é pego de surpresa. Um homem, interpretado por Charles Bronson, aparece no pacato local e quer acertar contas com Frank. Frank não sabe quem ele é, nem o porquê desse acerto. A única coisa que ele sabe é que ele toca uma gaita como ninguém – toca na hora que precisa falar e fala na hora que precisa tocar.
O filme tem 165 minutos. É um filme que necessita da atenção total do espectador. Ele é lento porque suas cenas são bem trabalhadas na imagem e no som, deixando algumas vezes o diálogo em segundo plano. A primeira cena é o exemplo concreto disso. Ela demora em torno de 15 minutos pra passar. Não há muita ação e nem diálogo, apenas os atores. Três homens chegam numa estação de trem, você escuta nitidamente os passos na madeira, o rangido do chão, o vento lá fora, o barulho do cata-vento. Na imagem vemos bastante close. Os olhos, os pés, a mão na arma, a roupa. Tudo em detalhes. E eles ficam lá esperando o tempo passar e o trem chegar, e o espectador também fica. É como se tivéssemos a mesma passagem temporal. Quando o trem chega é a mesma coisa. Um barulho que assusta, pois estamos acostumados com apenas o barulho do vento. Você escuta os freios do trem, estridentes e várias imagens, repetidamente da sua chegada.
Outra cena notável é aquela na qual Frank mata a família. O mesmo silêncio e barulho do vento. O legal dessa cena é que ela está muito mais para um suspense. Tem um pequeno ruído que escutamos o tempo todo. Há dois momentos nos quais ele pára de repente e só aí nos damos conta de que existe esse barulho. A falta dele significa que algo ruim está para acontecer, gerando uma expectativa e curiosidade em torno da cena. Até que escutamos tiros, não nos é mostrado de onde eles vieram. Vemos os pássaros voando, nenhum cai morto no chão. Até que a câmera nos mostra que a filha do dono das terras está caída morta no chão. Essa cena é muito bem produzida.
No início a intenção do diretor Sergio Leone era chamar Clint Eastwood para fazer o papel que está com Charles Bronson. Mas ele já tinha compromissos na época que acabou não aceitando. A outra idéia de Leone era chamar os três atores principais do filme “Três Homens e Um Conflito” para abrirem o filme na cena dos três homens na estação. Mais uma vez Eastwood não pode comparecer. A idéia ficou apenas na vontade. Aliás, um dos homens que fez essa primeira cena, Al Mulock, suicidou-se em pleno set de filmagem. Trágico!
Esse é um filme que o espectador precisa dar tempo ao tempo para assistir. Apreciar cada detalhe que lhe é colocado e entender bem como são os personagens. Ele pode até ser cansativo, mas vale a pena só para você escutar o som da gaita de boca que vem do personagem de Charles Bronson. O grande forte desse filme é som, sem dúvida! Escute a trilha sonora abaixo e comprove. Carregue o vídeo e escute a terceira música - é a música que o Bronson sempre toca na gaita!




Há um erro no título do filme. O verdadeiro nome do filme deveria ser “Era uma vez O Oeste”, como uma despedida do velho oeste com a chegada dos trens, do progresso. Mas o título em inglês não dá esse mesmo sentido com o uso dos termos "in the". O filme na sua época foi um fracasso de bilheteria. Hoje ele é aclamado como um dos melhores westerns já feitos.

Por Fernanda Giotto Serpa

terça-feira, 28 de abril de 2009

Faroeste em Nova Iorque

Ele não tem o gatilho mais rápido do oeste. As vezes sequer anda armado. Não luta como o Van Damme ou Chuck Norris. Mesmo assim tem a prepotência do Mac Gyver (série famosa da década de 80 – Profissão Perigo, no Brasil) e a calma de um monge para discutir com as pessoas, principalmente as mulheres. Coogan ( Clint Eastwood) é um subxerife de sua cidade, no estado do Arizona (Ai de qualquer um que o confunda com um caubói do Texas), que é designado para transferir um preso de Nova Iorque de volta para sua jurisdição. O caubói chega a cidade grande desejando retornar o mais breve possível. Logo percebe que os entraves burocráticos da própria lei não permitirão que a façanha se realize com tal rapidez. É aí que Coogan começa a ter problemas. Ele utiliza meios legais e ilegais para conseguir o que quer. E consegue. Pelo menos em princípio. Mentindo para alguns policiais Coogan consegue a liberação para transferir seu preso, Jimmy Ringerman, um bandido envolvido com drogas. Não demora e o castigo vem a cavalo, mesmo em Nova Iorque. Os comparsas de Jimmy atacam Coogan no aeroporto e promovem a fuga do garoto. Coogan está agora machucado e com uma ordem de não se meter mais no caso. Mas quem disse que ele para? Ele se levanta, ajeita o chapéu e diz: “Eu só quero fazer meu trabalho”. Sai em busca de pistas para achar novamente seu preso e cumprir sua tarefa. Nem precisa dizer que ele burla a lei novamente.
Notou quantas vezes Coogan foi citado no texto? E adivinha o nome do filme: Meu nome é Coogan (1968 - direção de Don Siegel). Mais ou menos desse jeito as coisas acontecem no longa. É difícil lembrar uma cena do filme em que Clint não apareça. A história é meio previsível e comum, mas vale a pena assistir pela forma como o ator conduz seu personagem. Vale também para ver que já naquela época ele tinha esse estilo rabugento recentemente visto em Gran Torino.
por Daniel Courtouke dos Santos.

Um Stallone difícil de imaginar

Você já imaginou assistir a um filme no qual Sylvester Stallone é o personagem principal e Robert De Niro faz um papel secundário? Sendo que Stallone faz um homem com cara de “peixe morto”, tipo tongo mesmo, e não é o pegador do filme? E só pra forçar mais um pouquinho a barra, você consegue imaginá-lo com uma leve pancinha pochete? Pois tudo isso acontece em Cop Land, a cidade dos policiais, que fica ao lado de Nova Iorque, e que é o nome do filme do qual estou escrevendo.
Stallone faz o personagem de Freddy. Um homem que não conseguiu alcançar o sonho de ser policial. Ele perdeu a audição quando tentava salvar uma mulher que morria afogada. Isso impossibilitou que ele ingressasse na profissão de tira. Para não dizer que sua tristeza foi completa ele conseguiu um cargo de Xerife numa cidade habitada na grande maioria por policiais. Mas de que adianta ser um Xerife se ele não detinha o poder. Os policiais simplesmente tomam conta do local, e pode ter certeza que há muita corrupção e crimes envolvidos na história.
Harvey Keitel é Ray Donlan que é um dos grandes responsáveis por toda essa sujeira que acontece na cidade dos tiras. A trama acontece em torno de Babitch, conhecido também como Superboy, isso porque ele salvou uma menina de maneira heróica. Babitch acaba matando dois negros que o provocaram quando ele passava durante a madrugada pela ponte George Washington. Ele os matou de maneira injusta. Ray, sem pensar duas vezes, forja o suicídio de Babitch e planta algumas provas na cena do crime.
Robert De Niro trabalha na Corregedoria e faz o papel do desconfiado tenente Moe Tilden. Ele sabe da má fama de Ray e há tempos tenta prendê-lo por outros crimes envolvendo corrupção dentro da polícia. Essa é a hora! De Niro aparece pouco no filme, e não posso deixar de comentar q seu cabelo está demais. Mas como sempre, o pouco que ele aparece já faz uma grande diferença para o filme. Afinal, De Niro é De Niro. Ray Liotta faz o papel de Figgsy, um policial que também tem o rabo preso, mas não concorda com muitas coisas que acontecem por ali.
Stallone surpreende no papel. Estamos acostumados a vê-lo no papel do marrento, sabe-tudo, fenomenal homem das armas. Aquele que bate em todo mundo e mata apenas com um olhar. Nesse filme ele faz um cara totalmente apático e coitado. Dá pena mesmo. Acredito que como ator ele tenha alcançado seu objetivo. No peso pelo menos ele alcançou, engordou 18 quilos para fazer o filme.
Interessante é notar como eles representam a surdez de Stallone ao final do filme, quando (não vou dizer como) ele fica surdo dos dois ouvidos. Há um zumbido irritante e dá pra se ouvir ao longe as pessoas falando, como se fosse um som abafado, quase imperceptível. Você apenas fica com as imagens e essa falta de som, que chega a dar uma agonia para quem assiste. É como se você estivesse no lugar dele, desesperado por não conseguir ouvir.
Eu gostei do filme. Ele não é uma ação com excesso de porrada, sangue e socos. É um filme que trata de corrupção, abuso de poder e também de comodismo. Mostra que as pessoas não precisam estar diretamente envolvidas para serem culpadas de algum crime. Basta fingir que não sabe, não viu, não ouviu – a velha mania de tapar o sol com a peneira.



Assista ao trailer:




Por Fernanda Giotto Serpa

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Uma questão de cor

Um dos filmes que assisti durante o fim de semana foi “A Outra História Americana”, com Edward Norton e Edward Furlong. O filme é de 1998. A história dos dois irmãos interpretados pelos dois Edwards, respectivamente nos papéis de Derek e Danny é um meio de falar sobre o racismo. Derek faz parte da gangue dos skinheads, grupo que defende a supremacia branca. E ele deixa isso bem claro quando mostra uma cruz suástica enorme tatuada sobre o coração. Eles se apóiam nas idéias de Hitler, lêem Mein Kampf e saem pelas ruas aterrorizando qualquer pessoa que não seja branca.
Danny é apenas um adolescente na faixa dos 18 anos. Depois que o irmão é preso por matar brutalmente dois negros (e põem brutalmente nisso, é a cena mais chocante do filme) ele passa a ver no irmão um deus. Todos que fazem parte da gangue idolatram Derek pela sua atitude e esperam ansiosamente pela sua volta depois dos 3 anos de pena que deve cumprir. Danny raspa o cabelo, faz uma redação exaltando Hitler e seu livro, tatua uma cruz suástica no braço e odeio negros. Por quê? O exemplo do irmão basta para justificar todas essas atitudes.
Quando Derek sai da prisão ele vê o mundo de maneira diferente. Não acredita mais nessa bobagem de hegemonia racial e quer mostrar isso ao irmão, que está indo pelo mesmo caminho de seu passado. O filme tem um grande apelo emocional quando mostra a situação familiar. Mostra onde esse extremo de Derek levou. O quarto cheio de símbolos, fotos e frases que remetem às idéias de Hitler e as atitudes violentas e sem um motivo concreto acabam por desestabilizar a estrutura familiar.
O filme deixa claro, através do papel de Edward Norton, que essas gangues geralmente nem sabem o que realmente significa aquilo que eles dizem que acreditam. Como numa cena dentro da prisão: os skinheads, com os quais Derek se relaciona apenas se dizem skinheads, mas na verdade mantêm negócios com negros e hispânicos dentro da prisão. Isso contradiz todas as idéias de Hitler e do ideal branco. Eles seguem uma falsa ideologia. É como dizer que acredita naquilo apenas por achar bonito ou legal, mas não segue todas as regras a risca.
O filme tem um padrão na estética da imagem. Todas às vezes que as cenas mostram lembranças, histórias e acontecimentos passados as imagens estão em preto e branco. Quando assistimos ao tempo real da história temos a imagem colorida. No mais segue angulações e planos comuns. Quanto as atuações tiro o chapéu para os dois Edwards.
O filme não abusa de cenas de violência de maneira direta. O que mais choca ao assistir “A Outra História Americana” é o drama psicológico das pessoas que aderem ao grupo e a tortura psicológica a qual outras pessoas são submetidas pelos primeiros. Como, por exemplo, a cena em que os skinheads invadem um mercado – pode parecer idiota falar isso, mas é realmente triste ver a cena. E é bom deixar claro que o filme não aborda apenas o preconceito dos brancos. Os skinheads são o ponto de partida, mas outras gangues, como os negros, são tão preconceituosas quanto. Termina como uma briga entre gangues.
O preconceito racial é algo extremamente estúpido e sem fundamento. Isso não é apenas a conclusão da história do filme, mas é a conclusão mais lógica e plausível que qualquer ser humano no mundo que se preze deve chegar.

Assista ao trailer abaixo. Não tem legenda, mas tá valendo!


Por Fernanda Giotto Serpa

sábado, 25 de abril de 2009

Os Três Pontos

Continuando o trabalho, que envolve o filme “Os Infiltrados”, vou colocar aqui minha opinião sobre as três sequências principais do filme, que desenrolam toda a história. Quem ainda não viu o filme é melhor não ler, já que o texto contém algumas informações importantes sobre o final. A primeira sequência importante acontece logo no início do filme, depois que Frank Costello conhece Colin Sullivan, logo quando mostra Colin já adulto na Academia de Polícia. Isso acontece entre as cenas 10 e 35, com uma duração de aproximadamente 20 minutos.
Considero essa parte importante, pois é nela que o diretor mostra quem são os dois personagens principais do filme – os dois infiltrados. Ele coloca de maneira alternada ações da vida de Colin e de Billy, como se fizesse um comparativo. No início ambos tomam o mesmo caminho. Estudam na Academia de Polícia. Mostram os dois nas mesmas práticas: aula em sala, aula de tiro, exercícios. Dois personagens aparentemente muito parecidos, que estão num mesmo rumo. Mas logo após essa sequência da Academia vemos que eles tomam rumos bem diferentes. Ambos estão mais uma vez sendo comparados, mas agora estão num mesmo local com objetivos diferentes. Colin vai receber a promoção de Queenan e Dignam. Conversam de maneira educada, polida. Billy recebe insultos, pois foi banido da Academia por mau comportamento. Colin é o infiltrado de Costello na polícia. Billy passa a ser o infiltrado da polícia no grupo de Costello. Assim conhecemos os personagens principais do filme.
A segunda (entre as cenas 225 e 250) e a terceira sequência (entre as cenas 250 e 292) acontecem mais para o final do filme, mas ambas esclarecem para o espectador todas as tramas da história. A segunda cena se resume na captura de Costello. Colin descobre que Costello é na verdade mais um dedo-duro, ele entrega informações para o FBI. Logo, ele pode ser essa próxima informação de Costello. Como Colin sabe onde será a negociação de um carregamento de cocaína e tem contato com Billy, ele arma para cima de Costello – resolve fazer seu verdadeiro papel de policial, mas óbvio que para defender o lado dele. Colin acaba matando Costello para se defender. O bando inteiro de Costello morre e Billy está livre desse peso que é ser o infiltrado no grupo. Aparentemente a história acaba aí, mas isso não acontece, pois logo depois dessa sequência Billy descobre que Colin é o informante de Costello.
A terceira cena é aquela que fecha o filme. Billy encontrando-se com Colin. A cena mais surpreendente do filme, em minha opinião. Você não espera que ocorram todas aquelas mortes no final. Billy morre pelas mãos de outro informante de Costello que também está na polícia, que também mata o amigo de Colin que foi ajudá-lo caso Billy fizesse alguma coisa. E no final Colin mata esse outro informante, e Dignam mata Colin.
Tudo se resolve numa troca de tiros. Diga-se de passagem, uma conversa nesse meio com tanta corrupção não resolveria muita coisa. O importante dessa última cena é que ela pega o espectador de surpresa, ninguém espera aquela sequência de acontecimentos, mas quando processamos todas as informações notamos que definitivamente o filme acabou.
A última cena do filme é a visão da janela do apartamento de Colin, da onde vemos a Assembléia Legislativa. Na beirada da janela vemos um pequeno rato. Aparentemente estranho. Mas esse rato tem um objetivo, ele não é um mero figurante. Ele significa que os verdadeiros ratos, a verdadeira sujeira está lá, na Assembléia Legislativa. Boatos de que “Os Infiltrados” terá uma continuação e a trama se desenvolverá na Assembléia. Vamos ficar na espera...

Por Fernanda Giotto Serpa

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Crime em Sparta

“No Calor da Noite” é o ganhador do Oscar de Melhor Filme de 1967. O filme conta com a atuação de Sidney Poitier no papel principal Virgil Tibbs. A história se passa no estado do Mississipi, na cidade de Sparta, onde os habitantes conservam o preconceito em relação aos negros. Uma cidade sulista típica da época. Só por curiosidade, Poitier fez mais dois filmes no papel de Virgil Tibbs que são "Noite Sem Fim" (1970) e "A Organização" (1971).
Tudo está muito calmo na cidade, até que o policial Sam Wood encontra o corpo do Sr. Colbert jogado numa rua. Colbert era um figurão da cidade, um empresário cheio da grana que estava planejando implantar uma nova fábrica na cidade. Isso geraria emprego para os negros e suas famílias que trabalhavam nas plantações do algodão. O chefe de polícia Bill Gillespie manda seus empregados procurarem pela cidade qualquer pessoa estranha que esteja vagando por ali. Wood encontra Virgil Tibbs e o prende. Primeiro porque ele é negro, segundo porque sua carteira estava recheada de dinheiro e terceiro porque ele era um estranho sentado numa estação de trem durante a madrugada. Pra que investigar mais, certo?
Quando Wood traz o suposto assassino para delegacia Gillespie descobre que de criminoso ele não tem nada. Ele trabalha na Pensilvânia como perito em homicídios. Quem diria, um negro que tem um cargo melhor que o dele e ganha muito mais que ele. Gillespie precisou engolir o seu orgulho. E para piorar a situação o chefe de Virgil manda ele ficar na cidade para ajudar na solução do caso. E é aí que a trama começa, de suspeito em suspeito o branco e o negro juntos – com suas desavenças – vão atrás do culpado.
O mais curioso no filme é o papel de Gillespie, interpretado por Rod Steiger. No início a primeira impressão que se tem é que ele é muito antipático, e uma pessoa sem escrúpulos quando ele tenta prender Tibbs muito mais pelo preconceito do que pelas evidências. Mas depois você entende que esse racismo está tão incrustado na sociedade que a culpa não é diretamente dele. É mais uma questão de ensinamentos, educação. Eles nasceram aprendendo a não gostar dos negros. Com o passar do filme o papel de Rod Steiger é o mais simpático e engraçado. O ator, a pedido do diretor Norman Jewison, precisava mascar chicletes sempre que estivesse em cena. No começo ele não gostou muito, mas no final do filme foram 263 chicletes mascados. Do policial metido a besta, ele passa a ser um gordinho muito gente-fina. A relação dele com Tibbs p
assa a ser uma discreta amizade. É muito cômica a maneira como Gillespie se preocupa com Tibbs. Cômico também é o trocadilho que Gillespie faz, por provocação, com o nome de Virgil – Virgil lembra “virgin”.
Rod Steiger ganhou o Oscar de Melhor Ator pela atuação no filme. O filme também ganhou o Oscar nas categorias de Melhor Edição, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Som. Falando em som, a trilha sonora inteira do filme é de ninguém mais, ninguém menos do que Ray Charles. Muito jazz, country e gospel de alta qualidade e estilo. Aliás, indico também o filme “Ray”, com Jamie Foxx. A cinegrafia do músico sensacional, mas sem deixar de lado todos os seus problemas. Ganhou o Oscar de Melhor Som e Melhor Ator. Mas voltando ao filme, a trilha sonora cola certinho com o estilo do filme. É gostoso de ver e ouvir.
Em contrapartida à atuação de Steiger e Poitier muito dos outros atores acabam interpretando de maneira forçada, como o papel da menina de 14 anos, Delores Purdy. As falas não soam de maneira natural, dando a impressão de amadorismo por parte da atriz. O mesmo acontece com o personagem Harvey Oberst. Até agora não sei dizer se ele tem algum problema mental, ou se ele estava querendo fazer um papel de sacana.
Mas da mesma maneira a trama é boa, tanto pela maneira como ela se desenvolve como também pelos aspectos sociais em relação ao racismo que o filme expõe. E claro, não posso esquecer da excelente atuação de Rod Steiger como Gillespie e também de Poitier como Virgin. Ops, eu queria dizer Virgil.

Por Fernanda Giotto Serpa

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Opostos


A primeira impressão que se tem ao analisar os dois personagens infiltrados do filme, é que Billy Costigan, vivido por Leonardo Di Caprio, é o “bad guy”. Jeitinho de marrento, aparentemente metido a caloteiro, classe baixa e cheio de parentes com má fama na polícia. Já Colin Sullivan é aquele cara que toda sogra quer pra genro. Dedicado, estudioso, educado, muito polido. Jeitinho de que a mamãe passou talco na bunda.
Mas quando você começa a assistir ao filme e entender a trama você percebe que os papéis são inversos. Apesar de Billy não possuir bons exemplos vindo dos tios e ter esse jeito meio estourado é ele que é o cara que quer ver as coisas certas, acontecerem do jeito certo. Quer ver o bandido na cadeia sim. Inclusive se arrisca muito quando se infiltra no grupo de Costello, que é o tipo do cara que não vê problema algum em matar qualquer pessoa que o incomode, ou que venha atrapalhar seus planos.
Colin é o tipo exemplo na polícia. Aquele cara que se pode confiar. Ficha limpa, trabalhador, faz o que precisa fazer com esmero. Prova disso é o fato de Ellroy (Alec Baldwin) ter dado para ele a função de encontrar quem era o homem de Costello que estava infiltrado na polícia. Ele precisava procurar a ele mesmo. Irônico isso!
No início do filme, quando vemos Colin ainda criança, subentende-se que ele tinha dificuldades em casa. Durante o filme há poucas menções sobre a família de Colin. O pai era aquele homem que trabalhava duro, pra trazer o pouco que conseguia para dentro de casa. Quando menos esperava Colin encontra Costello, que o enche de comida, leite, gibis e pra não deixar o menino liso como está ainda dá algumas moedinhas, trocados. Pronto! A ambição é uma coisa difícil de conter, mesmo que seja numa criança. Para alguém que nunca teve nada e passa a ver a possibilidade de ter, começar ganhando uns trocados é um bom convite para amizade.
O coroinha Colin, aquele menino de boa índole, deixa-se levar por Costello. Descobriu sim o lado prazeroso da vida, que muitas vezes é o poder econômico que sustenta, mas também descobriu um lado sujo. Afinal, vivendo com um mafioso, que manda no crime organizado de Boston, é fácil descobrir qualquer tipo de sujeira que exista no mundo.
Já Billy é o tipo do cara que nasceu pra se dar mal. Na família nenhum tio, ao visto, se salva. Grande parte já se envolveu com a polícia, como o tio Jackie que era agente de apostas em um bar de veteranos, ou o tio Tommy Costigan preso por vender armas e outros desvios de conduta. Também tem um tio padre que acabou casando com um garoto de 12 anos e agora está na Tailândia. Que família adorável, hein? Por que Billy seria diferente? Talvez o pai seja a chave. O velho era humilde, trabalhava de carregador de malas num aeroporto. Nunca fez nada para ninguém, apenas trabalhou. A mãe, que morreu recentemente de câncer, irmã de todos os caras “gente boa” que eu citei acima, pode ter parte também na diferente educação de Billy – o filme não comenta explicitamente. A família Costigan conseguiu prestígio, graças ao crime organizado. Dignam o chama de “irlandês riquinho metido a besta”. A única coisa que Billy não quer é ter alguma relação com qualquer tipo de crime. Por isso ele quer ser um policial, para combater isso tudo.
Colin e Billy são extremos opostos. Analisando um pouco o trajeto de ambos, eles trocaram seus rumos. Cada um tornou-se o oposto do que deveria ser! E agora, na trama de “Os Infiltrados”, suas ações vão se cruzar de pontos diferentes. Billy, o policial que quer cumprir o seu dever da melhor maneira vai estar na pior ao lado de Costello. Já Colin, o mal-intencionado, infiltrado para corrupção, vai estar em seu luxuoso apartamento, conseguindo a promoção do ano e procurando ele mesmo. Trabalho difícil, não?

Por Fernanda Giotto Serpa

E o escolhido foi...


Vamos então prosseguir com o trabalho. Depois do estudo sobre o diretor e uma bela sessão de cinema Scorsese (que aliás, ainda não acabou), escolhemos o filme: “Os Infiltrados”! Foram vários os motivos de tal escolha. Primeiro que o filme é atual, logo adaptar figurino e cenário fica mais fácil. O filme tem mais cenas de diálogo, diferente da maioria dos filmes do Scorsese que usa bastante figurantes. Não podemos deixar de citar que o filme foi o primeiro e único Oscar de Martin Scorsese - como diretor. E claro, o filme é realmente muito bom.
O filme ganhou além de Oscar de Melhor Diretor, Oscar de Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Edição. E foi indicado na categoria de Melhor Ator Coadjuvante com o Wahlberg. Essa é a terceira vez que Leonardo Di Caprio e Scorsese trabalham juntos. Di Caprio é o novo queridinho do diretor – ele já participou de “O Aviador” e “Gangues de Nova Iorque”. O papel de Jack Nicholson foi feito para Robert De Niro. De Niro chegou a assinar o contrato, mas não pode fazer o filme. Jack não aceitou de início, mas segundo dizem, depois de uma visita de Scorsese e Di Caprio, ele resolveu embarcar nessa. Ele diz que queria fazer um vilão, já que seus últimos filmes foram comédias. E tenho que concordar com meu irmão, De Niro é um gênio, mas Jack Nicholson ficou perfeito nesse papel de canalha! Matt Damon, para a preparação do filme, passou algumas semanas com a polícia de Massachusetts fazendo rondas e procedimentos policias de rotina. Foram 8 semanas de filmagem ao todo, 6 em Nova Iorque e 2 em Boston. Questões políticas e econômicas não permitiram que o filme fosse todo gravado em Boston, onde acontece toda a trama.
A partir de agora vou escrever sobre a história do filme. Caso você não tenha assistido ao filme seria bom você não ler, porque esse post vai ser um pouco diferente. Seguindo o protocolo vou contar a história inteira – começo, meio e fim.

Para você que não assistiu ao filme e não quer ler a história, dê uma espiada no trailer:



O filme é baseado no filme japonês “Conflitos Internos”. Jack Nicholson faz o papel do chefe mafioso irlandês Frank Costello. A polícia estadual, que conta com Mark Wahlberg no papel do detetive Dignam, Alec Baldwin como Ellerby e Martin Sheen como Queenan, tenta durante muito tempo acabar com o crime organizado em Boston. Costello não é um cara fácil de se pegar. Eis que entra na história Matt Damon, como Colin Sullivan, o protegido e tido como um filho para Costello. Na realidade o filme começa quando Colin e Frank se conhecem, quando Colin ainda era só um garoto. Detalhe que a polícia nada sabe desse relacionamento entre os dois. Frank criou Colin exatamente para isso. Fez ele estudar na Academia, se formar, entrar na polícia estadual e ser promovido, conseguindo um bom cargo para ser seu informante.
Do outro lado da história temos o marrento e encrenqueiro Billy Costigan, interpretado por Leonardo Di Caprio. Por se exceder em algumas brigas dentro da Academia ele foi banido e não conseguiu se formar. A única opção que Dignam e Queenan deixam para ele é se infiltrar no grupo de Costello. Somente os três saberiam sobre isso, Costigan não teria mordomias, mas seria um policial. E assim começa o filme. Dois infiltrados, um de cada lado. De maneira lenta e sutil Billy consegue se aproximar de Costello e fazer parte do seu bando, passando informações para a polícia, sobre locais de entrega de drogas ou outro tipo de crime. Engraçado é perceber como o personagem de Di Caprio transpira medo. O menino sem sal do Titanic anda se superando cada vez mais em papéis sérios.
Quando a polícia e o Costello percebem que há infiltrados entre eles, a polícia determina que Colin Sullivan ache o infiltrado, já que a ficha dele é impecável não teria porque suspeitar dele. Colin Sullivan se vê procurando ele mesmo. E do outro lado Costello tenta procurar entre seus “empregados” o verdadeiro infiltrado. Para Billy isso se transforma num verdadeiro circo de terror. Serve agora aquele velho ditado: se ficar o bicho pega, se correr o bicho come. Todos do bando de Costello precisam colocar num papel informações pessoais, números que Colin possa usar no banco de dados da polícia que acusem o infiltrado. Todos os dados, menos o de Billy, que finge ser marrento e ofendido, vão para as mãos de Colin. Um envelope escrito “CITIZENS”. A polícia só pede calma da parte de Billy, e Costello pede agilidade da parte de Collin, que sempre desvia a atenção dos policiais quando alguma informação verdadeira sobre os crimes do mafioso irlandês cai nas mãos da polícia.
O filme se mostra inteligente pela maneira como ele é montado. Precisa prestar muita atenção nos detalhes, porque pode ser capaz de você começar a confundir quem é o mocinho e quem é o bandido da história. E como já era de se esperar violência é o que não falta nesse filme. E também uma mulher, psicóloga da polícia que começa a namorar com Matt Damon, mas acaba conhecendo Di Caprio no seu consultório. Claro que rolou um triângulo amoroso.
Essa situação de gato e rato começa a se definir quando Colin manda seguir Queenan, afirmando (lógico que mentindo) que ele pode ser o infiltrado de Costello. Realmente, Colin não tem nada de burro, ele sabe que uma hora ou outra Queenan vai se encontrar com o infiltrado. E isso realmente acontece. Quando os próprios po
licias passam o endereço do encontro ( e começam a achar que Queenan é o infiltrado mesmo) Colin liga diretamente para os homens de Costello avisando que Queenan está em determinado endereço com o infiltrado. Todos do bando são acionados, inclusive Costigan, mas deram para ele o endereço errado. O número do lugar era 344, e passaram para ele 314.
Matt Damon manda os seus homens recuarem, mas eles não obedecem e acabam ficando no local e dando de cara com os bandidos. Uma grande troca de tiros acontece. Billy consegue escapar e Queenan é atirado do telhado e cai aos pés de Billy que já estava no térreo para se encontrar com os outros. Mas, um detalhe, o policial que ligou e deu o endereço errado para Billy também era um policial infiltrado. Ele estava apenas tentando identificar no grupo quem era o infiltrado. Já havia suspeita, com isso ele a confirmou, mas morreu no tiroteio. Sorte de Billy mais uma vez, nada vazou daquela operação. Logo, ninguém suspeitou dele, e depois saiu nos jornais que o tal homem que morreu era um infiltrado.
Mas Colin não está tão certo de que o homem que morreu era o único infiltrado. Quando Queenan morre Dignam é afastado temporariamente do cargo. Ele era a pessoa que tinha menos simpatia por Colin, e sempre estava com um pé atrás em relação a ele. Em seguida Di Caprio consegue a informação de que Costello poderia ter uma relação com o FBI. Essas coisas de uma mão lava a outra, entende? Colin não gosta nada disso, pois sabe que Costello pode muito bem se livrar dele entregando-o a polícia. Afinal, essa historinha de “gostar como um filho” é balela. Costello apenas precisava de alguém lá dentro, e Colin serviu muito bem para o serviço.
Assim que Billy consegue uma informação quente ele avisa a polícia. Na verdade ele avisa o Colin, que está agora com o celular do Queenan. Billy nem suspeita que Colin é o infiltrado de Costello. Ele também recebeu a função da polícia para achá-lo. Apenas conseguiu segui-lo algumas vezes, mas nunca viu seu rosto. Colin, que sente-se agora ameaçado por Costello, resolve se dar bem. Avisa os policiais sobre a informação de carregamento de drogas e vai junto para finalmente capturar Costello.
E isso acontece! A polícia pega Costello com a mão na massa, e no final quem mata Costello é Colin, que confirmou o fato de que o seu “pai” tinha uma ligação com o FBI e pretendia, futuramente, en
tregá-lo a polícia. Quanta sujeira!
E você que pensa que o filme acaba por aí! Matt Damon já sabe que Di Caprio é infiltrado, mas Di Caprio nada sabe sobre Matt Damon. Ele acha que ele é apenas um bom policial. Billy não quer mais saber da polícia, chega de emoções para ele. Ele só quer pegar com Colin seus documentos de volta e ter uma vida normal. Nesse meio tempo, no escritório de Colin, Billy vê nada mais, nada menos que o envelope com o nome de todos que faziam parte do grupo de Costello. Pronto! Ele já sabe quem é o infiltrado. Assim que Colin percebe a confusão, apaga todos os dados de Billy. Ele não é mais ninguém dentro da polícia.
Billy sai dali e planeja cuidadosamente o encontro dos dois. Deixa um envelope com todas as gravações das conversas entre Colin e Costello que o próprio Costello gravou, que surpreendentemente deixou para Billy, e o entrega para o amor que ambos têm em comum – a psicóloga. Liga para Colin e pede pra ele se encontrar com ele no mesmo endereço onde Queenan foi morto. Colin precavido deixa um amigo da polícia avisado sobre o que vai acontecer. Assim que eles se encontram, Billy o rende e quer satisfações. Mas o amigo de Colin chega, a única solução para Billy é ir para o elevador com a arma apontada para cabeça de Colin. Essa com certeza é uma das cenas mais inesperadas. Assim que o elevador chega no térreo, eles são surpreendidos por um outro infiltrado de Costello na polícia que dá um tiro na cabeça de Billy, e mata o outro amigo de Colin.
Colin para se defender - já que o outro infiltrado era o único a saber de sua identidade - o mata também. É uma matança geral, tudo para se defender. Mas Colin, não passa impune. A namorada sabendo de todas as falcatruas que ele fazia na polícia e sabendo que ele matou Billy (uma pessoa que ela queria bem demais, hein) o deixa. No final resta Mark Wahlberg, como Dignam que mata Colin no seu apartamento!
Ufa! Haja fôlego, hein? O meu texto aqui conta basicamente o que é a história (apesar de ser longo)! Mas nada como assistir ao filme, nos seus mínimos detalhes e se surpreender com as reviravoltas e saborear as cenas de ação!
Mais tarde eu volto com o perfil dos personagens de Matt Damon e Leonardo Di Caprio. Ou será que faço Mark Wahlberg e Jack Nicholson??? Veremos...

Por Fernanda Giotto Serpa

terça-feira, 21 de abril de 2009

Além das Sobrancelhas

Primeira observação: Scorsese com certeza é um diretor meticuloso, perfeccionista e aparentemente muito ansioso - não sossega enquanto não tem tudo sob controle. Sabe aquele jeito “precisa ser do meu jeito?”, mais ou menos assim! Isso eu pude perceber no filme “The Rolling Stones – Shine A Light”. Ele não sossegou enquanto ele não estava com a lista das músicas que tocariam no show. Detalhe que a banda só entregou a lista minutos antes do show começar. Não esperaria atitude diferente de uma banda na qual Mick Jagger e Keith Richards fazem parte.
Natural de Queens, em Nova Iorque, Martin Scorsese nasceu em 17 de novembro de 1942. É de uma família italiana (será que é por isso que ele adora a máfia?), e terminou o curso de Cinema da Universidade de Nova Iorque aos 22 anos. Desde estudantes seus curtas já começaram a fazer sucesso, e antes de se formar o diretor Roger Corman o convidou para dirigir “Sexy and Marginal”, em 1972. Grande menino prodígio, hein? A partir da década de 70 só deu Scorsese. Ele conseguiu entrar no “clube” dos grandes cineastas hollywoodianos através de seus filmes pautados em boas histórias, temas profundos – muitas vezes sobre violência urbana – e personagens marcantes (o que melhor para exemplificar isso do que De Niro em T
áxi Driver). Aliás “Táxi Driver” foi responsável pelo quase assassinato do presidente Ronald Reagan. O jovem aspirante a assassino disse que fez aquilo por estar obcecado pela personagem de Jodie Foster no filme – ela ganhou o Oscar de Melhor Atriz pela personagem.
E para muitos que não sabem, o cinema quase perdeu Scorsese para a batina. Isso mesmo! Scorsese antes de ser cineasta queria ser padre. Ele sempre quis influenciar as pessoas de alguma maneira. A religião sempre foi um modo de conseguir isso, mas quando descobriu o cinema, por que não? Mas ele não ignorou simplesmente o lado religioso. Essa vocação dele, as indagações e questionamentos em relação à
Deus resultou num dos filmes mais polêmicos da história do cinema: “A Última Tentação de Cristo”. A história mostra como seria o mundo caso Jesus Cristo tivesse se rendido a tentação.
Martin sempre deixa seu ponto de vista pessoal, suas idéias e crenças nos seus filmes. Ele também deixa seus parentes por ali. Isso mesmo, alguns fazem pontinhas especiais em seus filmes, como a mãe Catherine que faz o papel da mãe de Joe Pesci no filme “Os Bons Companheiros”.
Scorsese é considerado por muitos um dos melhores diretores americanos, ainda vivos, que está na ativa. Seus filmes geralmente são sucessos, mas só em 2007, com o filme “Os Infiltrados” que ele conseguiu faturar o Oscar de Melhor Diretor. Também pudera, ninguém mais agüentava esse chove e não molha. Scorsese parou no “quase” várias vezes, sendo mais especifica foram 6 indicações, com apenas 1 prêmio. Em 1980 com ‘Touro Indomável”, 1988 com a “A Última Tentação de Cristo”, “Os Bons companheiros” em 1990, Gangues de Nova Iorque em 2002, “O Aviador” em 2004 e finalmente “Os Infiltrados” em 2006. Valha-me Deus. O esforço foi grande, mas finalmente vimos Scorsese receber o tão esperado prêmio e vindo da mão dos grandes Coppola, George Lucas e Steven Spielbe
rg.
Brian De Palma foi o responsável pela grande parceria entre Scorsese e De Niro. Ele que os apresentou. Através de uma relação íntima baseada em muita amizade Robert De Niro participou de 7 grandes projetos lançados por Scorsese. 7 grandes filmes e 7 grandes sucessos. Foram eles: “Caminhos Perigosos”, “Táxi Driver”, “New York, New York”, “Touro Indomável”, “O Rei da Comédoa”, “Os Bons Companheiros” e “Cas
sino”. Parceira boa essa! Toda a experiência e capacidade de De Niro unidos com a genialidade e meticulosidade de Scorsese. “New York, Nem York” talvez não tenha arrebentado tanto assim, a crítica o considerou meio indigesto. Mas enfim, nem tudo sai como a gente quer!
Em “Cassino” e “Os Bons Companheiros”, filmes aos quais assisti recentemente, nota-se a importância que se dá a cada cena. Tudo é realmente pensado, nada é feito por acaso, principalmente nas cenas de violências. “Cassino”, por exemplo, teve que passar por uma leve censura. Uma das cenas em que Joe Pesci bate a cabeça de um homem num vaso até que seus olhos saltem precisou ser retirada do filme. Sem falar que a palavra “fuck” é dita 362 vezes no filme.
O importante que deve ser ressaltado em relação ao diretor Scorsese é a relevância temática na qual a maioria de seus filmes está envolvida e a naturalidade com a qual tudo deve acontecer – desde os diálogos e interpretação até a produção da cena. “Cassino” mostra a Las Vegas dos anos 70 dominada pela Máfia, e que depois que todo esse esquema acabou Las Vegas não passou de mais uma Disneylândia, como o personagem de Robert De Niro encerra o filme. “Os Bons Companheiros” con
ta a história verídica de Henry Hill, que também está toda num contexto mafioso da época. Filmes de máfia são os meus preferidos, e Scorsese consegue colocar para a câmera todo o contexto e atitudes dos personagens.
E o que falar da trilha sonora! Já comentei anteriormente que considero trilha sonora imprescindível para dar continuidade e movimento ao filme. Isso é o que não falta nos filmes de Scorsese. Grandes nomes são usados por ele, como Rolling Stones (não é por acaso que ele fez um filme com os caras). Vários filmes contem músicas da banda, músicas que dão ritmo e significado às cenas. Scorsese pensa em tudo, nos mínimos detalhes.
Confesso que estou um pouco preocupada com o exercício de reconstruir uma cena de seus filmes. Seus ângulos são muitas vezes complicados, ângulos diferentes, câmeras que se movimentam o tempo todo. A dinâmica é muito presente. Sem falar na contextualização de seus filmes. Outra coisa que é impossíve de não observarmos é que em muitos de seus filmes Scorsese usa a voz de seus personagem em off, narrando a história, contextualizando.
Scorsese tem muitas vezes o costume de fazer pequenas pontinhas nos seus filmes. Ele aparece em vários como, “Táxi Driver”, “A Cor do Dinheiro”, “Touro Indomável”, “Caminhos Perigosos”, “Época da Inocência”, etc, etc, etc. E quem não lembra dele na animação “O Espa
nta Tubarões”? As sobrancelhas o denunciam!
Mas não podemos ficar somente levantando a moral de Martin. Todo diretor tem seus dias ruins, projetos ruins e filmes ruins. Como Scorsese é um cara normal isso também aconteceu com ele. Eu ainda não assisti, mas dizem que “Kundun” apenas servi
u para que Scorsese não pudesse mais pisar em solo chinês. “Vivendo no Limite” como Nicolas Cage foi também um filme que não lhe rendeu boas graças. Pode-se dizer que é um filme morno. E, na minha opinião, “O Aviador”, por mais que tenha recebido 11 indicações ao Oscar, é um filme pra lá de cansativo, monótono e chato. Mas cada um é cada um. Boatos que a produção de “Gangues de Nova Iorque” superou os gastos permitidos e que Scorsese era tão chato e perfeccionista que nem os atores estavam mais agüentando o ritmo imposto pelo diretor. Dizem que ele devolveu os 6 milhões de dólares que excedeu dos gastos permitidos.
Com erros e acertos Scorsese se fez no cenário do cinema internacional. Tem nome e a marca do seu estilo. É fã de Glauber Rocha, Rolling Stones, tem sobrancelhas marcantes, dirige filmes polêmicos, investe no psicológico de seus personagens, gosta da máfia italiana e tem uma grande parceria com Robert De Niro. Mas principalmente ele valoriza temas, contextualizações e polêmicas que venham influenciar na vida real e para todos aqueles que assistam aos seus filmes.
Durante as próximas postagens muitas serão dos filmes do Scorsese. To numa sessão de cinema só dos filmes do Scorsese! Até a próxima então, quero ver se hoje consigo ainda dar conta de dois filmes!

Eu havia esquecido da filmografia do diretor, mas agora tá ae!


2008 - The Rolling Stones - Shine a light (Shine a light)
2006 -
Os infiltrados (Departed, The)
2004 -
O aviador (Aviator, The)
2002 -
Gangues de Nova York (Gangs of New York)
1999 -
Vivendo no Limite (Bringing out the dead)
1997 -
Kundun (Kundun)
1995 -
Cassino (Casino)
1993 -
A Época da Inocência (The age of innocence)
1991 -
Cabo do medo (Cape Fear)
1990 -
Os Bons Companheiros (Goodfellas)
1989 -
Contos de Nova York (New York Stories)
1988 -
A Última Tentação de Cristo (The last temptation of Christ)
1986 -
A Cor do Dinheiro (The color of money)
1985 -
Depois de Horas (After hours)
1983 - O rei da comédia (The king of comedy)
1980 -
Touro Indomável (Raging Bull)
1978 - O último concerto de rock (The Last Waltz)
1977 -
New York, New York (New York, New York)
1977 - American Boy
1976 -
Taxi Driver - Motorista de Táxi (Taxi Driver)
1974 -
Alice Não Mora Mais Aqui (Alice doesn't live here anymore)
1973 - Caminhos Perigosos (Mean Streets)
1972 -
Sexy e Marginal (Boxcar Bertha)
1970 - Street Scenes (Curta-Metragem)
1968 - Who's That Knoking At My Door (Curta-Metragem)
1967 - The Big Shave (Curta-Metragem)
1964 - It's Not Just Murray (Curta-Metragem)
1963 - What's a Nice Girl Like You Doing In a Place Like This (Curta-Metragem)


Por Fernanda Giotto Serpa

domingo, 19 de abril de 2009

Mais um fim do mundo



Presságio com Nicolas Cage e Rose Byrne é mais um daqueles filmes de fim do mundo. Podemos citar vários: Armageddon, O Dia Depois de Amanhã, Guerra dos Mundos, Impacto Profundo, etc, etc, etc. Geralmente tudo começa nos Estados Unidos, onde será o primeiro lugar afetado. Nesse filme isso não é diferente. O que muda na história é que “Presságio” é muito mais do que um filme de aventura, em busca de uma solução para evitar a catástrofe. Há partes de suspense realmente muito boas. E o final é surpreendente. Não vemos isso acontecer em qualquer filme hoje em dia. Não se preocupem, não vou contar o final do filme.
O filme começa com a personagem Lucinda Embry (Lara Robinson). Ela dá uma idéia para a inauguração da escola na qual estuda: construir uma cápsula do tempo com o objetivo de que as crianças façam desenhos imaginando como será o futuro dali 50 anos, e após esses 50 anos a cápsula será reaberta pelas crianças daquele tempo que terão acesso aos desenhos do passado. Lucinda não faz nenhum desenho, apenas escreve números aleatoriamente num papel, ditados por sussurros de pessoas que ela não vê.
Após 50 anos esse papel vai parar nas mãos do filho de John Koestler (Nicolas Cage), o pequeno Caleb Koestler (Chandler Canterbury). John que é professor de astrofísica percebe que não são apenas números, mas datas e números de mortos de grandes tragédias mundiais. Faltam apenas três datas que ainda não foram concretizadas. John sente que seu filho corre perigo e precisa fazer alguma coisa. Então ele conhece Diane Embry (Rose Byrne), filha de Lucinda que tem uma filha chamada Abby. Abby e Caleb dizem ouvir sussuros. Durante o filme, pessoas estranhas e pedrinhas pretas aparecem e ao final dão um significado ao filme.
A última data não está acompanhada do número de mortos, mas sim de duas letras “EE” invertidas. John precisa descobrir o mistério, para salvar o seu filho, que é a única coisa que lhe resta após a morte da esposa em um trágico incêndio – que, por sinal, estava previsto na lista de Lucinda. John um homem descrente, que acredita que tudo no mundo é por acaso, que não há forças superiores e nem um porquê de estarmos aqui, vai precisar rever seus conceitos e tentar entender porque Lucinda conseguiu prever as tragédias do futuro.
O que achei atrativo na história foi o fato de começar no ano de 1959. A atmosfera de suspense, muitas vezes nos fazendo lembrar filmes como Mistério da Libélula e A Última Profecia, nos remetendo ao lado espiritual, funciona para prender o espectador. A menina Lucinda também alimenta certa curiosidade. Por que a menina? O que aconteceu com ela após aquele dia de 1959? São perguntas respondidas rapidamente na sequência do filme, mas que não estragam com o suspense do final.
Quantos aos efeitos especiais são poucas cenas (que não posso comentar aqui, caso contrário, estrago o final do filme) que deixam a desejar. Uma das melhoras é a cena do avião. A primeira tragédia que está para acontecer e que acontece quando John está próximo ao local. O avião cai próximo as pessoas, e no cinema o barulho ganha uma amplitude tão grande que você leva um susto mesmo sabendo o que vai acontecer naquela cena.
Nicolas Cage, que ultimamente não anda fazendo bons filmes, até que não errou em aceitar esse convite de atuar em Presságio. Dos últimos, esse é o melhor. Só o seu cabelo que não há jeito de deixar melhor! O filme não pode ser considerado espetacular, mas pra quem não se preocupa em perder tempo assistindo filmes, Presságio é um bom passatempo. Assista ao trailer:





E antes de ir embora escuta só essa: Van Damme e Steven Seagal vão estrelar seu primeiro filme juntos. Van Damme recusou o convite de Stallone para participar do filme “Os Mercenários”. Mas esse novo filme não foge muito da proposta do filme que está sendo gravado aqui e dirigido por Stallone. Damme e Seagal fazem os dois melhores assassinos do mundo (aiaiaia...). Seagal é especialista em armas de fogo e Damme sabe fazer qualquer coisa com uma faca. Eles se unem para acabar com um chefão do tráfico de drogas nos EUA. As gravações começam em julho. O filme será gravado no Novo México e em Vancouver. Acho que os diálogos entre os dois podem render algumas risadas!
Bom, por hoje é isso pessoal! Tenho muitos filmes do Scorsese para ver esse feriado. Aliás, nossa agência escolheu o Scorsese como diretor, para escolhermos um filme dele e reconstituir uma cena desse filme. Logo, logo algumas informações aqui no blog sobre Scorsese!

Por Fernanda Giotto Serpa

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Animação de Alusões

Como já falei, adoro animação! Fui ao cinema hoje assistir Monstros vs Alienígenas. Esperava mais do filme, em alguns momentos chegou a dar sono. O trailer é muito engraçado, pena que todas as partes realmente engraçadas do filme estão ali, e num contexto muito mais divertido.
Vou falar rapidamente da história. Um meteoro contendo uma substância importante para o alienígena Gallaxhar cai na Terra e atinge Susan Murphy. Ela vira uma mulher gigante e vai para um confinamento secreto de monstros mantido pelo governo americano. Lá ela conhece o Dr. Barata, que faz uma alusão ao filme “A Mosca”, o Elo Perdido (meio lagarto, meio peixe), B.O.B (uma massa gelatinosa) e um inseto gigante chamado de Insetossauro. Quando Gallaxhar chega a Terra para buscar o que ele quer, a única força capaz de destruí-los são os monstros. E então, eles entram em ação.
As melhores piadas do filme são aquelas direcionadas ao presidente dos EUA. É uma sátira direta ao estilo de governo americano. Mas isso muitas crianças não entendem, é uma piada para adulto. Eu assisti ao filme dublado, talvez legendado seja mais engraçado, já que o elenco conta com Seth Rogen, Hugh Larie (um doutor interpretando outro), Will Arnett e Reese Witherspoon. Todos os personagens foram inspirados em filmes de monstros antigos. Citei acima a inspiração no filme “A Mosca”, mas temos também a inspiração no “Monstro da Lagoa Negra”, “Ataque da Mulher de 15 Metros” e “Godzilla”. É fácil de perceber que são todos filmes numa faixa “B”, mas que são bem adaptados. De maneira discreta faz alusão também ao filme “Cloverfield” e ao filme “E.T. – O Extra-terrestre” de Spielberg – num míssil está escrita a frase “E.T. GO HOME”.
A animação é o primeiro trabalho 3D da DreamWorks Animation. Tratando-se de qualidade técnica não há o que criticar. O filme é muito bem produzido. Eu como gosto de trilha sonora, senti um pouco de falta disso no filme. Uma música sempre levanta o espectador e o chama para a telona, como na parte em que o presidente americano começa a tocar uma música no teclado com a intenção de manter contato com o alienígena. Não sei bem ao certo qual o nome da música. É conhecida e acaba criando uma proximidade com o espectador. E a música não é tocada por acaso, pois essa mesma música faz parte da trilha sonora do filme “Contatos Imediatos de Terceiro Grau” do Spielberg também. Confira a cena e a música:



Bom, talvez não tenha sido um bom dia para eu assistir a filmes engraçados. Vou assistir novamente ao filme quando chegar em DVD. Espero que na próxima eu dê boas risadas!
Mudando de assunto, saiu agora no Omelete as estréias da semana. Repasso-as aqui pra vocês:
Ø Anjos da Noite: A Rebelião
Ø A Montanha Enfeitiçada
Ø Sinédoque, Nova Iorque
Ø Evocando Espíritos
Ø A Fronteira da Alvorada
Ø Honeydripper – do Blues ao Rock
Ø Divã
Ø Mataram Irmã Dorothy

Confira ao trailer em inglês do filme Monstros vs Alienígenas. Preste atenção no B.O.B, a meleca azul, quem interpreta é Seth Rogen. A atuação dele como dublador é muito boa. Talvez seja realmente mais engraçado assistir ao desenho legendado!





Bom, é isso pessoal. Hoje o negócio foi rápido e direto! Até a próxima, e vamos ver se rola um cinema domingo!

Por Fernanda Giotto Serpa





quarta-feira, 15 de abril de 2009

Quanto custa este diamante?

“Você compraria um diamante sabendo que ele custou as mãos de alguém?” Essa é uma das frases ditas no filme "Diamante de Sangue" que tem como pano de fundo uma guerra civil em Serra Leoa há não muito tempo atrás. Eu pessoalmente não lembro mais quem foi que disse essa frase, mas ela tem ligação direta com um dos pontos que o filme critica: os (sujos) meios justificando os (luxuosos) fins. A busca incessante de uma rara e preciosa pedra de diamante é praticamente o título que envolve toda a ação do filme. Mas para mim, acho interessante que essas críticas que o filme aborda como a violência e o dinheiro acima de tudo, esconde alguns outros valores que acho que deveriam ser a verdadeira moral da história. Desde o começo é possível ver o poder da simplicidade nos personagens, valores como o familiar apesar de ofuscados pela ação frenética do filme, estão a todo tempo lá: Enquanto Danny Archer (Leonardo Dicaprio), um ex-mercenário, está disposto a dar a própria vida pela “insignificante” pedra de diamante, Solomon Vandy (Djimon Hounsou), um humilde pescador que é forçado a entrar nesta guerra, está no mesmo barco, mas pelo filho que lhe restou. Logo no início é possível ver uma situação que confronta o valor do dinheiro, onde apesar de precárias as condições de vida de Solomon e sua família, são claras e visíveis a esperança e a união que existe entre eles.

Então na minha opinião, a moral da história está como sempre nas questões mais simples e humildes, que são facilmente escondidos na crítica da maliciosidade e da corrupção de valores que o dinheiro faz ao ser humano.

Destaque também para a atuação de Leonardo Dicaprio, que foi na minha opinião, bem melhor do que naquele filme do navio lá..


Por Igor Shiota

Dos bons!

“Os Intocáveis” nada mais é do que uma obra-prima de Brian de Palma. Segue o padrão “Pagamento Final” e “Scarface”. Grandes filmes no roteiro e na técnica. São histórias inteligentes, contextualizadas e envolventes. Um mocinho que não é tão mocinho como parece, e bandidos brilhantes. Tony Montana, Carlito Brigante e Al Capone. Personagens fortes, cheios de sentimentos, que você passa a admirar – por mais que ele seja um “cherador” de cocaína como Tony Montana.
Robert De Niro parece que foi feito para o papel de Al Capone. O sotaque, a expressão, a risadinha irônica e o poder de se fazer temer. Bom, a história de “Os Intocáveis” se passa na época da Lei Seca, quando Al Capone comandava o comércio ilegal de bebidas alcoólicas. Kevin Costner protagoniza o investigador Eliot Ness, e quer acabar com toda a violência causada por Al Capone. Fazem parte do filme também Sean Connery, como Jim Mallone; Andy Garcia, como Giuseppe Petri e Charles Martin Smith como Oscar Wallace. Eles se unem para acabar com Al Capone, já que grande parte da polícia e defensores da justiças é subornada por Al Capone.
O filme é muito rico quando se trata dos ângulos de câmera. Brian de Palma usa grandes angulares até tele-objetivas. Tanto cenas internas como externas são ricas em conteúdo. Como a primeira cena, na qual Al Capone está sendo barbeado. A câmera está de cima para baixo, totalmente vertical e vai se aproximando de Al Capone. Esse tipo de câmera e movimento junto com a construção da cena (onde várias pessoas estão em volta de Capone) passa rapidamente o quão importante é o personagem para essa trama. Foi preciso mais de 15 tentativas para essa cena dar certo.
Outro motivo para se considerar “Os Intocáveis” um grande filme é a dificuldade de gravar na cidade atual de Chicago precisando mostrar a velha Chicago. Os produtores tiveram que fazer uma grande pesquisa de locais que ainda conservassem características da Chicago dos anos 30. O período inicial da grande crise. Por isso que a grande maioria das cenas não possui muitos figurantes. Palma tem a intenção de mostrar essa ausência das pessoas nas ruas, com o objetivo de representar a grande depressão. O problema é que mesmo as partes antigas da cidade estavam envoltas por prédios modernos. O câmera precisou ser muito criterioso e perfeccionista no corte das cenas, já que nada de moderno poderia aparecer ao fundo. A estética do filme não possui defeitos.
A história é repleta de ação, movimento, sentimentos (principalmente quando se trata de família) e algumas partes chegam a ser cômicas. Mas nada como a interpretação de Robert De Niro. Tiro o chapéu para ele e deixo aqui um dos melhores trechos de sua atuação. Não há legendas, mas para quem arranha um pouco de inglês não é difícil de entender. E para quem não arranha no inglês assista e só analise a interpretação de De Niro.









Há algumas cenas que devem ser comentadas. Como a cena na qual Sean Connery usa um cadáver para assustar um homem de Capone. Não vou contar a cena nos detalhes. Mas para quem assistir ao filme, a cena é realmente muito engraçada. E outra cena memorável, baseada no “Encouraçado de Potemkin”, de 1925, é a cena do carrinho de bebê descendo pelas escadarias do metrô. A cena é toda gravada em câmera lenta, o som valoriza movimentos – como tiros, o barulho das rodas do carrinho nas escadas, e passos – e isso gera uma aflição no espectador: o carrinho cai ou não cai?
Eliot Ness e os intocáveis não são uma ficção. Eles existiram. Talvez a história seja uma fantasia, apenas uma maneira de contar a prisão de Capone – que foi para Alcatraz sim! Ele foi preso em 1931 por sonegação de impostos. Não pagou por todos os seus crimes, mas foi para o lugar que mereceu. Foi interpretado por grandes, além de Robert De Niro temos Al Pacino e Marlon Brandon.
Um brilhante filme de gângster! Aliás, sou fã de filmes de gângsters, e esse é dos bons!

Por Fernanda Giotto Serpa

A primeira animação da agência tomada1! Toda a produção foi feita com câmera fotográfica, lente macro. A utilização do tipo de lente talvez tenha atrapalhado em conseguir manter o foco, devido a dificuldade de mexermos o foco e consequentemente alterarmos o plano. Em algumas fotos o foco perde-se, pretendemos melhorar esse resultado para a abertura do nosso curta utilizando uma tele-objetiva. Mas por enquanto é essa a animação que apresentamos - e com muito orgulho, eu diria. Estou devendo ainda nosso exercício de narração feito somente com ângulos de baixo para cima e de cima para baixo. Semana que vez eu apresento!

Mais tarde eu volto, com o filme "Os Intocáveis".

Por Fernanda Giotto Serpa

Para abrir os nossos olhos.


Com várias propagandas na televisão e com alertas diários sobre o que o homem vem fazendo no mundo, não é suficiente para ter mudanças na atitude das pessoas. Os roteiristas Leon Blum, Lorne Cameron, David Hoslton e Karey Kirkpatrick, resolveram alertar de outro jeito. Em um filme de animação, Os sem florestas, mostram o que esta acontecendo com planeta. A primavera chegou e os animais da floresta despertam da hibernação. Ao acordar, eles têm uma surpresa, uma cidade foi construída ao redor da floresta, dois mundos separados por uma cerca verde. Inicialmente eles temem o que há por trás da cerca, ate que um dos personagens revela que foi construída uma pequena cidade ao redor da floresta em que vivem, e que agora ocupa apenas um espaço pequeno. O mesmo personagem, diz ainda que no mundo dos humanos existem diversas guloseimas, convencendo os demais a atravessar a cerca. A partir daí a historia começa a se aprofundar. Foi um jeito fácil, e pratico de alertar principalmente as crianças que estão crescendo e acabam sendo influenciadas ao ver os pais com ou sem intenção, fazendo alguma coisa que prejudique a natureza.



Direção: Tim Johnson e Karey Kirkpatrick

Produção: Bonnie Arnold


Postado por Mariana Virgilio

Diversão Garantida.



Madagascar é um filme de animação que atrai todos os públicos, desde que crianças pequenas até terceira idade. A história começa com um grupo de animais que sempre vive no zoológico Central Park,de Nova York e que decidem deixar o local para conhecer o mundo afora. Um quarteto incrível garante a gargalhada do espectador, uma girafa Melman, com o rei da floresta Alex, a hipopótamo Gloria e a zebra Marty são os astros do filme. Sem tirar da cabeça a idéia de conhecer o mundo, eles acabam parando em um navio a caminho de Madagascar. Livres no mundo moderno, com comidas exóticas, eles acabam passando por varias dificuldades, viajam dentro de caixas com pouca ventilação e pouca luz. Com o balanço do mar os caixotes que eles estavam caiu do navio e o quarteto se perdeu no mar, algumas horas depois se encontram na mesma ilha, a partir daí a diversão é garantida. Perdidos na ilha, sem noção alguma de caça e com fome, se deparam com um ritual de uma tribo de lêmures, que podem ser a companhia certa para que a vida na selva seja tão divertida quanto na cidade.O filme possui 86 minutos de duração, com classificação livre, e foi lançado em Outubro de 2005.


Estrelando:
Vozes na versão original de Chris Rock, Ben Stiller, Jada Pinkett Smith, David Schwimmer.
Dirigido por:
Eric Darnell, Tom McGrath
Produzido por:
Teresa Cheng, Mireille Soria
Postado por Mariana Virgilio

terça-feira, 14 de abril de 2009

Alguns pitacos...


Hoje vamos com algumas notícia sobre cinema. Ghostbusters vai voltat para as telonas. O terceiro filme não só pretende reunir o elenco original (Bill Murray, Dan Aykroyd e Harold Hamis), como também quer trazer uma nova geração de caça-fantasmas para as telonas. Aykroyd disse à MTV que a história do filme será uma aula para meninas e meninos que estarão disputando vagas para serem os próximos substitutos. Ele não contou quem serão os personagens, mas falou que o líder dessa bagunça toda promete ser muito engraçado. Quem será? O diretor do filme ainda não foi contratado. Os roteiristas são Lee Eisenberg e Gene Stupnitski. Estou anciosa para ouvir mais uma vez a famosa trilha do filme!
E os desenhos não param. Afinal, é difícil um desenho não ser sucesso. Animações estão em alta nos dias de hoje. E “A Era do Gelo” é uma delas. O terceiro filme da série está com data marcada para a estréia: 3 de julho. O filme será todo produzido em 3D digital. Os personagens do filme serão ao já conhecidos: o mamute Manny, o dente-de-sabre Diego e a preguiça Sid. Ellie que apareceu no segundo filme também vai fazer parte da história. Saiu hoje no Omelete um novo cartaz do filme, com todos os personagens. Foi produzido pelo mercado japonês. Confira ao lado. O primeiro filme custou 59 milhões de dólares e a arrecadação foi de 380 milhões. O segundo custou 80 milhões e deu um retorno de 650 milhões. O negócio é realmente vantajoso. O terceiro tem tudo para dar certo. O jeito é esperar e conferi
r. No site Omelete há pequenos teasers do filme, curtas com o sempre engraçado esquilo e sua castanha e também um trailer. Confira, vale a pena!
E por último vamos falar do filme “Os Mercenários”, filme de Sylvester Stallone. Ele escolheu o Brasil como local de gravação. Stallone explicou que escolheu o Brasil porque precisa de um lugar tropical e com cenários sofisticados para a gravação. E pelo visto ele não quis só o local, mas o elenco também. A atriz brasileira Gisele Itié faz parte do filme. Ele disse que queria uma atriz nova, animada, com talento e que não fosse mimada ainda pela indústria hollywoodiana. Ela também enche o diretor de elogios, diz que ele é muito sensível! Aaiaiaia..
Mas vamos voltar ao filme. Ele passa na década de 80. Arnold Schwarzenegger vai interpretar si mesmo no filme. O nome do filme combina muito com ele mesmo. Ele vai fazer o governador da Califórnia. O filme acompanha um grupo de mercenár
ios que querem derrubar um governo ditatorial na América do Sul, uma pequena e precária nação perto de Cuba. O elenco conta também com Bem Kingsley, Forest Whitaker, Jason Statham, Jet Li, Randy Couture e Dolph Lungdren. E finalmente Mickey Rourke assinou o contrato. O lutador voltou com tudo, hein?
Fico por aqui hoje!!!

Por Fernanda Giotto Serpa

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Uma Estrella do cinema nacional

O cenário do cinema nacional surpreende cada vez mais, em mais de 10 anos é a primeira vez em que a produção nacional está deslanchando. O primeiro fenômeno veio com Dois Filhos de Francisco, que foi assistido por 5 milhões de pessoas em 2005, depois Tropa de Elite que levou mais de 2 milhões de pessoas para as salas de cinema em 2007. Sem contar com os milhares que o assistiram em versões piratas. Recentemente em 2008, no topo da lista, tivemos Meu Nome não é Johnny, de Mauro Lima, superando a marca de 2,1 milhões de espectadores. Os críticos ainda não conseguem decifrar os motivos de tamanho sucesso.
Meu nome não é Johnny foi baseado num personagem de verdade: o produtor musical carioca João Estrella que, em 95, foi preso como um dos maiores traficantes de cocaína do Brasil. Até aí parecia só mais um filme sobre a questão das drogas no Rio, mas o espantoso é que a história não trata de um favelado, mas do filho de um diretor de banco. Depois de alguns meses preso, Estrella é condenado a permanecer por dois anos num manicômio judiciário. Em 98 é libertado e hoje, além de ter virado tema de filme financiado por uma multinacional, está estreando como cantor e compositor.
Numa versão oficial dos fatos, ele conseguiu convencer a justiça de que não passava de um dependente, que vendia a droga para sustentar o vício. Nunca usou armas e, por algum motivo, os tribunais não consideraram sua ligação com os fornecedores da Bolívia como uma manifestação de crime organizado. E o filme nos leva a crer nessa versão, assim como o protagonista conseguiu fazer com a juíza vivida no filme por Cássia Kiss. Com apoio de Cleo Pires, fazendo a namorada, e de Julia Lemmertz no papel da mãe, Selton Mello trabalhou com muito empenho e eficiência, caracteristicas de um grande ator.

Escrito pela produtora Marisa Leão, o roteiro de Meu nome não é Johnny, vale pela fluência e pelo encanto que envolve os personagens. A curiosidade fica por conta do fato de, antes, ela ter produzido filmes sobre grandes personalidades da história, como Antonio Conselheiro, Lamarca, Tenório Cavalcanti e Zuzu Angel. Mas em seu longa de estréia, como roteirista de ficção, preferiu um personagem digamos, mais sintonizado com o mundo de hoje.

Quanto a Mauro Lima, ele assume um papel raro no Brasil, o de diretor “contratado”. Em seu trabalho anterior, Tainá 2, ele já demonstrou habilidade ao fazer, mesmo preso nas rédeas da Globo Filmes, um dos melhores filmes infantis nacionais da década, apesar de Tainá 2 ser só razoável. Fica o interesse de ver Mauro Lima dirigindo um projeto seu, com roteiro próprio e sem estar preso a certas fórmulas. Competência ele tem.
Meu Nome Não é Johnny levou dois anos e meio para ser concluído, e teve um orçamento de R$ 5,5 milhões.

Giselle Andretta Farinhas.