terça-feira, 31 de março de 2009

Nós

Hoje não vou escrever de filmes, nem notícias e muito menos sobre livros de cinema. Hoje vou falar um pouco sobre como anda nossa Agência dentro dos trabalhos acadêmicos, já que a função desse blog é ser também um Diário de Bordo.
Começamos o bimestre com um exercício simples. A proposta do exercício era contar a história de um filho que junto com sua mãe fosse conhecer seu pai, avó ou avô pela primeira vez. O diferencial é que nosso grupo só podia usar os planos de cima para baixo, ou de baixo para cima. Foi simples, já que optamos por pouco diálogo. Aliás, eu me revelei uma péssima atriz. É impossível segurar o riso, principalmente nas situações nas quais eu preciso estar triste ou séria. Tatiana Olegario compartilha desse meu problema. O caso dela não é tão “risonho” quanto o meu, mas mesmo assim, é difícil não esboçar um sorrisinho amarelo de vez em quando. Nossa grande revelação, de maneira positiva, foi Igor Shiota. Apareceu por pouco tempo no exercício, mas fez jus à sua interpretação.
Como câmera, tivemos nosso menino calmo e querido por todos, Daniel Courtouke dos Santos. Sempre procurando os melhores ângulos e entradas de luz. Deu alguns pitacos na interpretação e também boas idéia de ângulo para filmagem. Nosso velho, teimoso, mas capaz editor é Guilherme Mélo. Eu e Daniel também ajudamos um pouco, mas quem realmente bota a mão na massa na hora da edição é o Mélo.
O exercício não foi difícil de fazer, já que o trabalho em equipe sempre rende. Foi simplesmente divertido. Isso é o bom do cinema, mesmo em momentos complicado, ele consegue ser divertido.
O resultado final você só vai poder conferir amanhã, quando eu colocar o vídeo aqui no blog, depois da apresentação em sala de aula.
Produzimos também uma pequena animação, para darmos início ao nosso curta, que será produzido semestre que vem. E também para colocar aqui no blog. Esse trabalho sim foi muito trabalhoso, mas com certeza, muito divertido também. Na verdade não julgamos a animação como um trabalho da faculdade, mas sim como uma coisa que fazemos por gosto e pra gente, com esforço para dar certo e ficar do jeito que pensamos.
Usamos lego na nossa animação. A primeira parte da nossa diversão infantil começou ao montar o lego. Tentamos reproduzir um pequeno Cinemark em miniatura (o Dani é o rei
dos legos, ele tem tudo o que você possa imaginar). E olha que coincidência: nosso personagem principal tem um “T” na camisa. “T” de TOMADA1! Coincidências boas sempre resultam em trabalhos bons. Montamos o cenário e fixamos um local para ele. Fixamos literalmente! Grudamos o cenário na mesa, com muito durex, muito durex mesmo. Grudamos os pés da mesa também, para tudo ficar estático. Qualquer movimento que mude o plano da cena causa uma dor de cabeça enorme, já que teríamos que começar a tirar as fotos desde o início.
Deixe-me explicar. Fizemos nossa animação com máquina fotográfica. O objetivo é tirar as fotos de cada pequeno movimento do lego. As pernas e os braços devem ser mexidos de maneira muito delicada até formar um movimento inteiro. Isso foi realmente muito complicado. O lego é muito pequeno, é difícil não mexer de maneira brusca e ele também não possui articulações. Os movimentos acabam sendo muito secos. Sendo assim, haja paciência.
E imagine você precisar “criar” essa paciência com um holofote de luz super quente do teu lado, fazendo você suar constantemente. Mas, que nada! O importante é ver o resultado pronto!
Confesso que não fiquei até final do trabalho. Mas graça a Deus que temos Daniel para isso, com a ajuda da Tati e do Gui também (aliás, a casa do Gui é nosso endereço comercial...hahaha). Ainda não finalizamos, mas assim que a abertura estiver redondinha ela vai estar aqui no blog. Com certeza e com muito orgulho! Eu sou suspeita para falar, mas eu realmente gostei muito da animação. Alguns retoques e ela vai ficar do jeito que pensamos.
E ainda tem gente que diz que não aprendemos nada na faculdade...

Por Fernanda Giotto Serpa

domingo, 29 de março de 2009

Emoções através do olhar


Ontem peguei um filme por pura curiosidade. Ouvi falar muito dele, alguns comentários positivos e outros negativos, e ele também está no livro “1001 filmes para ver antes de morrer”. Já sabia que não era um filme que eu amaria, tanto que estava com receio de pegar. Mas mais que eu não gostar do filme não aconteceria.
O filme é “O escafandro e a borboleta”. Conta a história do editor da revista Elle, Jean-Dominiqui Bauby (Mathieu Amalric), que sofreu um AVC, e ficou com apenas um movimento motor do seu corpo – o olho esquerdo. O filme é sobre isso! Conta como ele passou esse último momento da vida dele, paralisado numa cama, conseguindo apenas comunicar-se piscando o olho e com toda uma imaginação incansável dentro dele.
As primeiras cenas do filme são as que mais causam estranheza. Passa talvez em uns 25 minutos de filme sem vermos o rosto de Bauby. Apenas enxergamos o que ele enxerga e da maneira como ele vê. Imagens borradas e tremidas, os cortes de imagem e os planos seguem o seu olhar, totalmente subjetivo. Foge do tradicional. Isso desperta a curiosidade do espectador. Você quer descobrir como ele é, quem ele é, como aconteceu e como era a vida de antes. O que te impulsiona a ver o filme. Mesmo depois que conhecemos Bauby o filme continua usando na maioria das vezes a câmera subjetiva. Acredito que sirva para entendermos como era estar no lugar dele. Em alguns momentos dá certo incômodo de ficar nessa posição subjetiva, gera uma certa agonia.
A princípio ele só responde perguntas com respostas “sim” e “não”. Uma fonoaudióloga passa a trabalhar com ele uma nova maneira de montar frases através do vocabulário. As letras são ordenadas de acordo com a usualidade delas – das mais comuns para as menos usadas. Essa é única maneira de contato que Bauby possui com o mundo. É incrível como Amalric interpreta o papel. Imagino que não deve ser nada fácil passar emoção através de um corpo paralisado, com apenas um olho como janela para o mundo. O espectador sente a emoção. Através desse alfabeto Bauby escreve um livro. Paciência e determinação são com certeza os principais atributos para conseguir chegar a esse objeto. E logo se vê que esse homem não sente pena de si mesmo. Com a ajuda de sua editora ele consegue passar o que precisa para o papel.
No decorrer do filme entramos nas memórias de Bauby, em momentos que ele se lembra de como ele era. Momentos com os filhos, momentos no trabalho e momentos com seu pai. Essas informações vêm complementar aquilo que já subentendemos sobre a vida dele nos momentos em que ele está no hospital. Ele também mostra seus sonhos, seus desejos. Das coisas mais simples, como a sensação de voltar a comer um excelente jantar, ou das mais profundas, como o toque de uma mulher.
O título do filme encaixa-se na mensagem de duas maneiras, de acordo com o que eu penso. O filme deixa clara a mensagem de que no momento em que o AVC deixou Bauby paralisado ele fechou-se em seu casulo, ou em seu escafandro (vestimenta impermeável, com aparelho respiratório, própria para mergulhos longos) e deixou de ser livre, como uma borboleta. Ele fechou-se para o mundo, esperando uma nova maneira de libertar-se. Eu interpretei da seguinte maneira: antes do AVC Bauby estava em seu escafandro, como todo ser humano, obedecendo regras da sociedade, com uma família e seu trabalho. A partir do momento em que ele ficou paralisado ele visualizou uma maneira de buscar a liberdade. Ele queria voltar a ter sua vida normal, mas através do seu olho ele co
nseguiu libertar-se das suas memórias, idéias, sentimentos, vontades. E por último a morte, que para muitos significa libertação, e não perda.
O filme me lembrou muito a história de “Mar Adentro” com Javier Bardem. Pessoas que tem suas vidas modificadas pela paralisia. Claro que o objetivo de ambos os filmes é diferente. Em “Mar Adentro” temos a luta pelo direito a eutanásia, em “O Escafandro e a Borboleta” temos a busca pela comunicação. O comum entre os dois é onde isso termina: percorrendo a liberdade.
O filme não é dinâmico. Ele trabalha com emoções retraídas que precisam ser expostas. A história muitas vezes chega a ser lenta, esmiuçando todos os sentimentos e expressões de Baudy. Até agora não sei dizer se gostei ou não do filme. Apenas tenho sensações em relação a vida do editor da revista Elle, como uma reflexão. É um filme que foge do convencional. Ele não possui uma trama central, nem um objetivo. Passa a contar como é ter apenas o olho como contato com o mundo.
Diferente desse foi o outro filme que assisti durante o fim de semana: Carga Explosiva 3. Esse é o tipo de filme “facão”. Mas se eu for contar todas as peripécias de Frank Martin (Jason Stathan) vale mais um post inteiro.

Assista ao trailer do filme "O Escafandro e a Borboleta abaixo:




Por Fernanda Giotto Serpa

sábado, 28 de março de 2009

O Cinema em Movimento

É interessante notar o quão pouco sabemos de cinema. Mesmo com uma leitura de um livro que parece resumir a atividade cinematográfica, ainda assim temos muitas dúvidas. Quais são os tipos de câmera? Como anda o processo digital? Como funciona a captação do som? Enfim, o livro nos situa na realidade do cinema, porém não nos torna experts.
A evolução da linguagem áudio-visual se confunde com a própria evolução do cinema e da sociedade. O cinema está em constante movimento. Começou como uma simples imagem do cotidiano e hoje já retrata guerras que ocorrem há séculos atrás e até imagina as batalhas que virão.
O diretor como a “autoridade máxima” do cinema também é mostrada no livro, entretanto o livro expõe a importância do roteiro. Além das evoluções conhecidas do cinema (cores, áudio, temas) o processo de produção também se modificou com o decorrer dos anos. Antes o produtor era o senhor do filme, agora esse papel cabe ao diretor. Inclusive na grande maioria das vezes é assinado “Um Filme De...” e em seguida o nome do diretor.
Enfim, bom concluir algo do cinema brasileiro. Somos, assim como a nossa sociedade, muito influenciados pelos outros países. O famoso Cinema Novo é construído usando como inspiração escolas de cinema internacionais. Além do mais é interessante concluir que o cinema brasileiro precisa utilizar coisas originais e próprias do Brasil para fazer sucesso no exterior. Afinal, por que ver um filme brasileiro que tenha uma história e um estilo igual ao do americano? Por isso filmes como Cidade de Deus e Tropa de Elite alcançaram tanta projeção internacional.

Oliver Kovacevich Altaras

Filme para crescer!

Filmes bons não precisam ser sempre extremamente emocionantes, com assuntos sérios e que venham influenciar para a sociedade em geral. Não podemos generalizar também que filmes com lições de moral no final sejam clichês ou enfadonhos. “Lições para toda a vida” comprova tudo isso. Um filme simples, delicado, com lição de moral, mas muito encantador.
Vou começar a contar primeiro como é a história. Um menino chamado Walter (Haley Joel Osment – “O Sexto Sentido”) tem a mãe mais desnaturada do mundo. Ela não se importa com ele, vive atrás de novos namorados, e geralmente escolhe os piores. O filho sempre fica em segundo plano. E o filme começa assim, com Walter em segundo plano. A mãe diz que vai fazer um curso e precisa viajar sozinha, para ter tempo de estudar e se concentrar nos estudos. Walter vai passar esse tempo na casa de seus dois tios, que nunca viu na vida. Dois velhos cheios de histórias e mistérios. Alguns dizem que eles eram ladrões de bancos, outros que acharam um verdadeiro tesouro em uma de suas viagens pelo mundo, ou ainda há quem diga que eles são apenas dois loucos. A história do filme mostra essa convivência, engraçada, algumas vezes dramática e muitas vezes curiosa sobre esses três homens. Os dois bons velhinhos são representados por Michael Caine, que faz Garth, o tio mais simpático. E Robert Duvall é o tio Hub, rabugento e insatisfeito sempre. Garth começa a contar aos poucos as grandes aventuras do passado, isso faz com que Walter se aproxime ainda mais dos tios. A história ainda conta com uma leoa, muitos tiros de espingarda, um avião e um iate. Curioso é pouco!
Haley Joel Osment foi feito para o papel. O menino não foi um sucesso passageiro com Sexto Sentido, e mostrou em Lições para toda a vida que pode interpretar qualquer tipo de personagem, já que os personagens dos dois filmes são extremos opostos. As expressões e a voz falha em muitas das cenas mostra o menino que ele é, mas quando ele fala com os tios ele vira um verdadeiro homem. A parceria entre os três é a coisa mais importante do filme, é natural e sincera, cada um respeitando seus defeitos. Hub, personagem de Robert Duvall, talvez seja a parte cômica do filme, um velho durão que na verdade tem um coração mole.
Enquanto tio Garth conta as histórias, elas são representadas, de uma maneira infantil e sonhadora, como se fosse a imaginação de Walter reconstruindo o que está sendo contado. As histórias mostram que dois velhos já foram grandes aventureiros e heróis, surgindo uma admiração muito grande por parte de Walter. Assim começa a união dos três, Walter passa a ajudar na horta, que na verdade vira uma plantação de milho. Ganha uma leoa como bicho de estimação, conhece a história de Jasmine e ensina os tios a gastarem a fortuna escondida que eles possuem.
É uma história infantil, que de certa maneira abusa de clichês e final feliz, mas acredito que essa fórmula coube muito bem ao filme, e ele consegue passar para o espectador a emoção que deveria. Você cria um elo com a história e simpatiza com todas as situações e acaba desejando ter tios iguais, que vivam num fim do mundo, expulsando vendedores ambulantes a tiros, sem televisões, tomando refresco na varanda toda tarde, e que no final você ganhe uma lição para toda a vida. Um filme para crescer!

Por Fernanda Giotto Serpa

quinta-feira, 26 de março de 2009

Semana do Cinema

Já que não assisti mais filmes durante a semana (estou quase terminando a quarta temporada de House e já baixando a quinta e também comecei a assistir Supernatural), vou fazer mais um post sobre as noticias da semana. A minha fonte é o site Omelete.
Quem nunca ouviu falar de “Os Três Patetas”? Pois é, e fique sabendo que não estou falando do passado não. Eles estão de volta às telonas e sendo representados por nada mais, nada menos que Sean Penn como Larry, Benicio Del Toro como Moe e Jim Carrey como Curly. Jim já entrou num regime de engorda, pretende ganhar 18 quilos para representar o personagem.
Falando um pouco dos atores. Não me lembro de muitos filmes de comédia que Sean Penn fez, recentemente eu assisti “Não somos anjos”. Não é a melhor comédia do mundo, mas gostei muito de Penn e Robert De Niro, a história não era tão boa, mas a interpretação dos dois compensava. Aposto e boto minha mão no fogo por Penn. Benicio Del Toro é um mistério. “Coisas que perdemos pelo caminho”, “Sin City”, “21 gramas” (que Penn também faz parte) e “Traffic” são alguns dos filmes que já assisti com ele. Grande ator, mas na comédia é a primeira vez. Espero que a surpresa seja boa. E Jim Carrey é o cara espalhafatoso, cheio de caras e bocas de sempre. Acho-o bem exagerado fazendo comédia, alguns filmes não me agradaram em nada, como “Ace-ventura”. Outros com o mesmo jeito de interpretação me fizeram rir, e muito (o que é meio difícil) como “Todo Poderoso” e “O Mentiroso”. Acredito que no caso de Jim Carrey é um bom roteiro que faz a diferença. Mas não espero novidades de Jim, apenas que junto com o elenco eles consigam fazer um bom filme. Estou apostando muito. Vai aí um pouquinho do que é a verdadeira versão de “Os Três Patetas”:

Entrou em cartaz essa semana o filme “Ele não está tão afim de você”, e está dando o que falar. Muitos dizem que é uma comédia romântica que foge dos padrões atuais, consegue ser muito mais inteligente. Outros dizem que é mais um filminho daqueles esperados. Mas vamos começar do elenco, só carinhas bonitas na telona: Ben Affleck, Drew Barrymore, Scarlett Johansson, Kevin Connelly, Jennifer Aniston, Bradley Cooper e Justin Long. Como um elenco tão perfeitinho pode mostrar histórias de mulheres que procuram um grande amor e só encontram caras que tentam fugir delas? As histórias até podem ter algo em comum com a vida real, mas uma grande maioria das mulheres não se identifica com as beldades, apenas deseja ser como elas. As situações são engraçadas e corriqueiras, mas há boatos (não assisti ao filme ainda) de que a história não foge do final feliz. Não é o tipo de filme que pretendo ver no cinema, talvez espere em DVD.
Continuando a falar de filminhos mamão com açúcar, o casal de Vanilla Sky, Tom Cruise e Cameron Diaz vão estrelar uma nova comédia romântica, sem nome definido ainda. O filme conta a história de uma mulher (Cameron Diaz) que não tem sorte em encontrar homens, mas Tom Cruise cruza seu caminho e você provavelmente já sabe no que vai dar. Não é por nada não, mas eu acho que não é a primeira vez eu vi Cameron Diaz num papel assim. Aliás, não é nem a prim
eira, nem a segunda, terceira...
Outra estréia do cinema é “Che”, outro filme com Benicio Del Toro, no papel do revolucionário Che Guevara. Quem estrela no filme também é nosso brasileiro Rodrigo Santoro, que não aparece no trailer. Vá entender... É uma cinebiografia, mas segundo a crítica não existe uma idealização do personagem, e a fotografia do filme é simplesmente perfeita. A crítica, por Érico Borgo, diz que o cineasta Steven Soderbergh optou em mostrar o homem Che Guevara, e não o mito; acompanhando-o desde o seu primeiro encontro com Fidel Castro, até sua morte na Bolívia. O filme será lançado em duas partes, pela inviabilidade de duração do filme. Ganhou 5 ovinhos no Omelete. Estou pensando em conferir...
Além de dos dois filmes já citados acima, temos essa semana no cinema o filme “Um Louco Apaixonado”. Estou com vontade de ver pelo ator, Simon Pegg. Adorei ele no filme “Chumbo Grosso” e “Todo Mundo Quase Morto”. Não são filmes convencionais, podem até parecerem meio idiotas, mas Pegg, sempre com aquela cara de inglês idiota é extremamente engraçado. O filme conta também com Kirsten Dunst e conta a história de Toby Young, que tentou durante 5 anos ser editor da revista Vanity Fair, mas só conseguiu conquistar inimizades devido ao seu jeito inglês de ser. O trailer tem suas partes boas, espero que não sejam as únicas partes engraçadas do filme. Geralmente filmes de comédia têm o péssimo costume de esgotar as piadas nos trailers, o que acaba sendo decepcionante para o espectador.
De cinema por hoje é só. Ah! Comprei o livro “1001 filmes para ver antes de morrer” para o meu irmão. Vou dar uma olhada. Na verdade já deu muitas olhadas. Amanhã conto quantos filmes falta para eu ver ainda! Até amanhã...

Por Fernanda Giotto Serpa

quarta-feira, 25 de março de 2009

Marley & Eu

Já havia assistido ao filme Marley & Eu no cinema, mas resolvi reve-lo em casa. Duas coisas despertaram minha curiosidade. A primeira situação que me chamou a atenção foi perceber como é bom assistir um filme no cinema (nunca tinha feito essa experiência de assistir o mesmo filme no cinema e em casa num intervalo de tempo relativamente curto). O som é melhor, aqueles pequenos estouros (drop) que dão na tela, parecem fazer parte do filme, algo quase que essencial. Na telinha, as coisas parecem menos encantadoras e grandiosas, menos emocionantes.
A segunda coisa que me deu um estalo foi pensar no trabalho que deu filmar a história. Deve ser sempre difícil trabalhar com animais na equipe de atores. Tudo bem que os bichinhos são treinados, mas de qualquer forma o diretor tem que dirigir quem dirija o cão.
Por esse motivo e por ser uma adaptação de livro excelente, Marley & Eu é um bom filme, que traz um aspecto mais humano na relação entre homem e animal, o que é significativo numa época em que humanos muitas vezes se tratam como animais.
*A nota triste do filme é que minha mãe desistiu de ter um labrador em casa.

Por Daniel Courtouke dos Santos



Cinema - o mundo em movimento

Também estou aqui para falar do livro “Cinema – o mundo em movimento” de Inácio Araújo. É um livro daqueles que dá vontade de ler, de uma leitura bem fácil e rápida... mas não é vazio, sabe!? Você termina de ler e percebe que adquiriu um monte de conhecimento ou que pode esclarecer ainda mais os conhecimentos que você já tinha.
Não é livro para quem entende tudo de cinema, Araújo trata de toda a história das projeções e também passa noções básicas. O mais interessante é que tudo é muito bem explicado, ele dá bons exemplos e sabe como contextualizar.
Os pontos que considerei mais importantes foram: a chegada do som, algumas das maiores estrelas não eram boas falando, muitos músicos foram demitidos e o mais legal foi saber que quem deu o primeiro passo foi um estúdio (Warner Bros.) que estava passando por sérios problemas financeiros... isso é que é saber investir; e o cinema brasileiro, ele fala que no início os cineastas e os estúdios quiseram imitar Hollywood, mas com o tempo foram percebendo que não havia dinheiro suficiente e que nem todo mundo se interessaria por filmes ao estilo norte-americano produzidos por aqui, perceberam que o interessante das produções de outros países é a cultura diferente, as idéias diferentes, mas ao mesmo tempo assunto que façam algum sentido para o resto do mundo. O Brasil está encontrando uma saída através das problemáticas do nosso país, a chamada “estética da fome”, nas palavras de Inácio Araújo: “Por um lado preocupava-se com a vida da população pobre; por outro, tratava de mostrá-la através de filmes feitos com pouco dinheiro, em condições técnicas por vezes precárias”.
Quem se interessa por cinema, mas pouco conhece; quem pretende se interessar; quem conhece e quer retomar alguns pontos essenciais... todo mundo que quiser vai ler e vai gostar...


Por Tatiana Olegario da Silva

Cinema em palavras

Hoje vou falar sobre um livro, mas um livro sobre cinema. O nome é “Cinema - o mundo em movimento”. O autor é Inácio Araújo. Excelente livro para quem não conhece nada sobre cinema, ou apenas tem um conhecimento mais restrito. O livro vai contando todos os passos da evolução cinematográfica. Desde as primeiras imagens dos Irmãos Lumière, que eu já citei no blog, até o momento em que o cinema se fixa como arte própria.
As influências de outros meios são visíveis. Teatro e TV foram caminhos que o cinema tomou e incorporou muita coisa de ambos para si. No início, quando não existia a idéia de roteiro estruturado, o cinema muitas vezes era responsável por passar as notícias do mundo, sendo assim um meio de informação direto. Hoje existe informação no cinema de maneira indireta, um filme que leva uma pessoa a reflexão, ou que faz reconstituição de fatos que já aconteceram, biografias, adaptações de livros são uma maneira de informação.
O teatro foi o representante da primeira cara do cinema. A câmera fazia o papel de alguém que estava assistindo uma peça. Sempre estática, com um único ângulo de visão, uma mesma distância e enquadramento. A música era tocada simultaneamente por alguém fora do palco. Uma apresentação ao vivo gravada - é isso o que parece.
Méliès começou a dar vida própria ao cinema quando sua câmera estragou e ele percebeu que o intervalo de tempo entre uma gravação e outra significava alguma coisa. A partir daí ele passou a usar essa novidade. Já falei sobre isso aqui no blog também, se eu não me engano duas vezes. Mas não me custa repetir. Foi a técnica de gravar uma cena e desligar a câmera propositalmente. Com a câmera desligada se coloca ou retira objetos da cena e começa a gravar novamente. É como se fosse um ilusionismo. Coisas aparecem e desaparecem na frente do espectador. Essa descoberta deu o caráter fantasioso do cinema. Uma evolução nos valores. Hoje podemos chamar esse efeito visual de trucagem, que o cinema não se cansa de usar, como por exemplo, a sobreposição de imagens. Aliás Melies usou isso também!
Griffith também deu sua importante contribuição, uma das maiores, eu acho! Ele foi o primeiro a decidir que as câmeras deveriam ficar perto dos personagens, para criar uma aproximação, uma relação com o espectador. Os atores que não gostaram nada da idéia. Quanto mais perto, mais imperfeições apareciam e mais valia a boa interpretação. Grande momento da maquiagem, essencial hoje para o cinema, que se fez necessária com Griffith. Ele também desenvolveu a montagem paralela, na qual duas ações que acontecem ao mesmo tempo alternam-se na imagem.
Nos anos 10, a comédia era o gênero predominante. A montagem passou a dar vida aos outros gêneros, tão comuns hoje para nós. A montagem criou a narrativa, quebrou a monotonia da câmera fixa, estruturando melhor a ação. E em 1915 foi criada a grandiosa Hollywood, com a instalação dos estúdios da Universal. Tudo no cinema era feito dentro dos estúdios com muita produção. Após a Segunda Guerra Mundial essa festa acabou. As pessoas conhecem a verdade e querem também isso do cinema. Foi o grande impulso para abrir as portas dos estúdios e ir a campo. Mais realidade e menos imitações.
O som. O aspecto mais discutido em sala. Pois é, discutimos o livro na aula de cinema. E a evolução do som causou estranheza pra grande maioria. Uma coisa tão simples e básica no cinema de hoje: o som. Pois fique sabendo que não foi nada fácil chegar até ele. A Warner foi responsável pela criação do aparato técnico para conseguir produzir a gravação do som. Mas e agora? O que fazer com os atores do cinema mudo? Muitos não sabiam interpretar diálogos e não tinham uma boa voz. Pra tudo se dá um jeito: criaram os musicais. Cantores têm expressão e voz! Pronto. Mas a partir do som a figura do diretor se faz cada vez mais necessária. As mudanças de ângulos de câmera, interpretação... Uma grande evolução que começou a dar traços próprios ao cinema.
A maneira explicativa com qual Araújo trabalha no livro deixa claro tanto a parte histórica quanto técnica do cinema. Sem falar nos exemplos, tudo o que ele expõe é simplificado. Para quem conhece os exemplos há uma clareza muito maior ao ler o livro. Para quem não conhece fica a curiosidade de conferir. É instigante.
E para quem não gosta de ler, mas gosta de cinema e da sua história, o livro tem mais um ponto positivo: fotos, muitas fotos. Isso dá mais embalo ainda ao ler o livro, você não conta as páginas para ver quanto falta. A leitura simplesmente flui, naturalmente. Quando vi a foto de Al Pacino, em Scarface criei uma relação diretamente emocional com o livro. Sério! Fiquei muito feliz. Quando ele fala de “Os Imperdoáveis” então... Pensei: “Eu vi esse filme, eu vi!”.
Para quem já conhece é uma leitura de significados e repertório. Para quem não conhece é um ponto de partida instigante para passar a conhecer. Aos preguiçosos, vamos lá, tentem, leiam. Poucas páginas que passam voando e deixam um gostinho de quero mais (isso foi extremamente clichê).
Por Fernanda Giotto Serpa

terça-feira, 24 de março de 2009

Alguns pitacos...

Eu realmente não esperava que tivessem a coragem de dar continuidade ao filme “Jogos Mortais V”. Infelizmente tiverem. O sexto filme começa a ser filmado dia 30 de maio e promete ser muito mais violento que os outros. O primeiro filme chamou atenção pela sua lógica de raciocínio, que conseguiu surpreender o espectador. Com o sucesso de “Jogos Mortais I”, porque não fazer o segundo, certo? O problema é que a empolgação foi tão grande, que a série já está no seu quinto filme, mas sem a mesma qualidade do primeiro. Qualidade entre aspas. Eu, particularmente, nunca gostei dos filmes, nem do primeiro. Mas talvez eu seja só uma exceção, pois Jogos Mortais conquistou seu público – através do raciocínio, e não da violência. A partir do terceiro filme o longa perdeu a sua essência e se tornou apenas mais um filme de violência extrema, sem fazer o espectador pensar. Mas se o sexto está por aí, a série ainda deve estar dando algum tipo de lucro... Se você gosta de Jogos Mortais, a estréia está marcada para 23 de outubro desse ano.
O novo filme de Nicolas Cage, “Presságio” (Knowing) abriu em primeiro lugar nas bilheterias americanas. O filme é do mesmo diretor de “Eu, Robô”, Alex Proyas. Nicolas Cage é um professor que encontra uma caixa cheia de fotos e desenhos, que alunos de 1958 guardaram. Junto dessas fotos Nicolas encontra uma folha cheia de escritos, coordenadas e números que marcam fatos que realmente aconteceram nos últimos 50 anos. O que mais ele vai descobrir? Será o fim do mundo ou o assassinato do presidente dos EUA? Geralmente em filmes assim os EUA salvam o mundo de qualquer desgraça, dá pra ficar tranqüilo durante todo o filme. Não dá pra criar muitas expectativas. Ultimamente os filmes de Nicolas Cage não tem me agradado também, será que “Presságio” é mais uma bomba de Cage? O filme estréia dia 10 de abril aqui no Brasil.
Uma má notícia para mim e todos os que gostaram de Watchmen. O filme não conseguiu se manter no ranking de bilheteria, e já caiu para o 5º lugar, faturando apenas 98 milhões de dólares. Muito abaixo do esperado.
Outra novidade é o filme “Anjos e Demônios” que já está em produção. Tom Hanks está de volta no papel de Robert Langdon. Espero que não seja tão decepcionante quanto “O Código da Vinci”. O grande problema das adaptações dos livros de Dan Brown é que se perde muitos detalhes importantes e instigantes do livro para se fazer o filme. Isso empobrece o longa, e para quem leu os livros acaba não gostando do filme. E vamos combinar que é muito raro um filme superar a obra escrita.
Voltando a falar de “Anjos e Demônios”, que eu particularmente acho o livro melhor que “O Código da Vinci”, a história dessa vez envolve um grupo conhecido como Illuminati, que já está oficialmente “extinto” do mundo. Na história eles reaparecem e ameaçam acabar com a Igreja Católica. Através de pistas escondidas pela Cidade do Vaticano, Langdon tenta impedir o grupo. Tom Hanks (Jogos de Poder), Ayelet Zurer (Munique) e Ewan McGregor (O Sonho de Cassandra) estão no elenco. O filme será lançado pela Sony no dia 15 de maio. E uma dica, leia o livro! Assista abaixo uma prévia do que será “Anjos e Demônios”...




E escuta só essa: o novo filme do Transformers (Transformers: A Vingança dos Derrotados) terá um robô que usa bengala, dublado por John Turturro. O velho robô se chama Jetfire, ex-vilão passa para o lado dos bonzinhos, os Autobots. Sam e Mikaela, os mesmos personagens do filme anterior, estão novamente em perigo. Os Decepticons, os bad guys, estão novamente atrás de Sam, que possui conhecimentos importantes sobre a criação dos Transformers. E é óbvio que os EUA, tão bonzinhos, vão se unir aos Autobots para destruir essa ameaça. Eu gostei muito do primeiro, as piadas eram boas mesmo. Espero que o segundo não decepcione!

Obs.: As informações foram obtidas através do site Omelete.

Por Fernanda Giotto Serpa

segunda-feira, 23 de março de 2009

O velho lobo solitário

O carro Gran Torino apenas dá nome ao filme. Eu imaginava algo diferente. Na verdade, um amigo meu imaginava uma cena mais ou menos assim: depois de fazer justiça o velho Wally, ou Walter (Clint Eastwood) está em seu Gran Torino, com ferimentos graves no peito, causado por um tiroteio. Ele liga o carro e segue para um lugar tranqüilo, onde ele morre e o motor do carro continua ligado...e assim o filme termina. Um velho lobo solitário em seu Gran Torino. Mas é óbvio que esse melodrama não acontece, e é óbvio que não vou contar o final.
Minha amiga Tati já deixou seu veredicto sobre o filme no blog. Mas não posso deixar esse filme passar em branco. Clint Eastwood rosnando como um cachorro velho, o mesmo bom e velho Clint Eastwood de “Os Imperdoáveis”. Não que o papel seja o mesmo, mas a atuação é brilhantemente igual. Você acaba simpatizando com o velho racista e rabugento, sempre acompanhado por sua fiel labradora. Eu geralmente gosto desse tipo de personagem: cheio de defeitos, mas no fundo um cara bom. Mocinhos disfarçados de vilões.
Falando da história, rapidinho. Walter perde a esposa no início do filme e passa a morar sozinho, na mesma casa de sempre, numa vizinhança de chineses. O porém é que ele odeia chineses, ou qualquer tipo de “china”, como ele fala no filme. Ele é um velho veterano da Guerra da Coréia. Mas quando ele defende seus vizinhos de uma gangue chinesa com um estilo americano a vizinhança passa a ter ele como um herói. Os laços se estreitam cada vez mais, e ele começa a sentir um carinho muito grande pelos “chinas”. Principalmente por Thao, que ele chama de Torto, e Sue que o aproximou da sua família.
O personagem mais engraçado do filme é o padre. Walter o define como um padre virgem de 27 anos que passou a maior parte da vida num seminário e não sabe nada sobre a vida e a morte. Não se confessa de jeito nenhum com um garoto que acha que é padre. Essa implicância entre os dois gera, no final, uma cumplicidade, um novo laço de amizade.
Gran Torino tem mais a ver com Menina de Ouro do que parece. Primeiro o personagem de Clint Eastwood, um velho ranzinza e difícil de mudar, que não dá espaço para as pessoas chegarem nele e tem problemas com a Igreja. Em ambos os filmes os padres insistem para que os personagens de Eastwood rezem e se doem a Igreja. Os personagens não acreditam e ainda debocham da religião. Nos dois filmes temos os “subordinados” de Clint. A boxeadora, interpretada por Hillary Swank, demora a ficar amiga do chefe, mas no final torna-se mais do que amiga, é quase uma filha. E Thao é o menino do Gran Torino, que no começo do filme tenta roubá-lo, mas depois vira um grande aliado e amigo de Wally. Nos dois filmes também há problemas familiares. Clint Eastwood não se relaciona com as famílias e as evita, com seu jeito nada simpático de ser. No filme Menina de Ouro ele nem chega a ter um relacionamento com
a filha. Manda cartas toda semana, mas elas sempre voltam. Incrível como os filmes são parecidos, mas seus roteiros convergem para histórias totalmente diferentes.
As imagens são muito bem produzidas, dando ênfase para a expressão de Wally e dando vida para seus rosnados, que são simplesmente demais. Você também se apaixona pelo Gran Torino. Óbvio, o carro é demais. No filme todo mundo bota um olho gordo e o desejam para si, inclusive os espectadores.
O que é mais divertido no filme são as ironias de Walter, piadinhas no meio de um drama. Nada melhor que isso. Rir de uma situação trágica, isso acontece o tempo todo. Caso você assista ao filme preste atenção na última música. A voz não lhe parece familiar? Rouca, velha...Pois é Clint Eastwood é mais do que ator e diretor...

Assista ao trailer abaixo.


Por Fernanda Giotto Serpa

domingo, 22 de março de 2009

Esse merece Play...

Terminei de assistir nesse exato momento “Rebobine, Por Favor”, com Jack Black e Mos Def. Uma inspiração para nosso próximo exercício na matéria de Cinema: reproduzir a cena de um filme.
Jerry, interpretado por Jack Black, leva um choque e fica magnetizado. Ao entrar em contato com os filmes da locadora, onde Mike (Mos Def) trabalha, apaga o conteúdo de todas as fitas VHS. A solução foi regravar os filmes. Eles são os atores, diretores, produtores e distribuidores das suas próprias fitas. Eles chamam esse novo tipo de cinema de Suecar. Vinte dólares por filme e você tem em mãos o filme que escolher – King Kong, Conduzindo Miss Daisy, 2001, Uma Odisséia no Espaço, Robocop, Os Caça Fantasmas, Carrie, Rei Leão, etc, etc, etc.
O incrível é a precariedade da produção, mas tudo baseada nos primórdios do cinema. Várias cenas mostradas usam técnicas da época dos Irmãos Lumière, e principalmente de George Méliès, que inclusive já foi citado aqui (Veja: E o ponto de partida foi um trem...). Ele criou a trucagem, que é quase uma ilusão. É capacidade de parar de filmar propositalmente e incluir e excluir objetos na cena, dando a sensação de ilusionismo. Com uma câmera na mão qualquer um pode fazer isso, inclusivo Mike e Jerry.
Além da fama dos filmes há outro motivo para continuarem as gravações em vez de comprar novas fitas, ou DVDs, o que seria mais plausível. O prédio onde está a locadora vai ser demolido por não estar em boas condições de uso. Danny Glover, que interpreta o dono da locadora, não tem condições de pagar uma reforma e vê sua locadora perdendo para os novos e tecnológicos concorrentes.
Quem faz uma pontinha no filme foi Sigourney Weaver, a protagonista de Alien – O Oitavo Passageiro. Aliás, assiste a esse filme, excelente suspense! Ficção científica como não se faz mais hoje em dia. Em Rebobine, Por Favor ela faz uma agente do FBI, aparece no máximo dez minutos do filme. Uma pontinha especial.
Assistindo ao filme fiquei com saudade de assistir VHS. A qualidade não é melhor e é um saco precisar rebobinar, mas fez parte da minha infância! O que posso fazer? Mas existe um ponto positivo em VHS sim! É muito mais fácil um DVD travar do que um VHS. E é muito irritante quando um DVD trava e você acaba perdendo alguns segundos do filme para continuar assistindo.
Gostei mesmo do filme! Talvez não tenha sido tão engraçado como eu esperava, assim que assisti ao trailer. Mas algumas cenas realmente valem a pena, como a primeira gravação – Os Caça-Fantasmas. Jack Black também vale muito a pena, eu sou suspeita pra falar, já que sou fã de Escola do Rock, adorei Tenacius D (um dos seus primeiros filmes) e me surpreendi com ele em King Kong (apesar de ter odiado o filme). Tudo bem que ele tem seus trejeitos comuns na maioria dos filmes, mas são trejeitos excelentes, adoro aquela cara de louco cômica. É quase um estilo Jack Nicholson, já imaginou se eles regravassem “O Iluminado”? Eu pagava 20 dólares fácil pra ver...
O filme é uma união de comédia com emoção. A trilha sonora no final, embalada por um som de piano não era esperada pelo tipo do filme, mas passou uma sensação muito boa para o espectador, uma sensação de missão cumprida, cheia de sentimentos. Outra coisa que obviamente não se espera é a aceitação dos clientes da locadora. Já se imaginou assistindo à um filme trash, caseiro e mal produzido? Uma coisa a lá You Tube, por 20 dólares? Essa foi a única parte realmente intrigante do filme, por que as pessoas assistiriam? Eu seria preconceituosa e pediria os originais novamente. Mas falando em You Tube, é bem isso que acontece hoje em dia, vídeos caseiros viraram febre e arrancam uma risada fácil. Talvez esse seja o segredo: avacalhar com tudo. Acho difícil admitir isso, gosto do cinema do jeito que ele é. Espero que isso continue somente no You Tube.
Assisti hoje também ao filme “Gran Torino” no cinema. Amanhã deixo meu parecer por aqui! De início...um verdadeiro Clint Eastwood!
Resumindo sobre “Rebobine, Por Favor”, aperte play de uma vez, mas não se preocupe em rebobinar!Assista ao trailer...


Por Fernanda Giotto Serpa

Gran Torino


Gran Torino foi uma excelente surpresa para mim. Apesar de ter ido ao cinema esperando um bom filme, acredito que acabei o subestimando.
O longa-metragem conta a história de um senhor que lutou na guerra da Coréia. Cheio de preconceitos e mau humor, Walt Kowalski (Clint Eastwood), que acaba de se tornar viúvo, odeia o fato dos asiáticos terem invadido sua vizinhança. Certa noite, seu vizinho Thao é forçado a tentar roubar uma das maiores paixões de Kowalski, seu Gran Torino 1972. A tentativa é frustrada.
Algumas noites depois, Thao está sendo atacado pelo seu primo gangues ter e é salvo pelo veterano de guerra. A partir daí, vários fatores vão envolvendo os vizinhos, até o momento em que Walt percebe que tem mais em comum com os coreanos do que com sua própria família... vale a pena assistir para saber o que acontece...
O filme é cheio de humor e de sacadas geniais. Os jogos com a câmera, vou contar pra vocês, o torna interessante e muito envolvente. A história é tocante e tem conteúdo, acrescenta alguma coisa sabe!? (não sei se todo mundo gosta disso, mas, particularmente, odeio coisas vazias).
Clint Eastwood, além de ter dirigido o filme muito bem, tem uma interpretação maravilhosa! As rosnadas do velho durão são super convincentes e o personagem tem vida, tem sentimento, é bem humano.
Gran Torino é um filme envolvente, bem dirigido e bem produzido... daqueles que realmente vale a pena, sabe!?



por Tatiana Olegario

sexta-feira, 20 de março de 2009

Amor milionário

Há uma semana fui ao cinema. Assisti “Quem quer ser um milionário?”. Tentei chegar sem expectativas. Sempre que espero demais de um filme, me decepciono. Já é de praxe. Assisti sem preconceito. E logo no início, o filme me surpreendeu pelas imagens. A câmera segue os garotos no meio da favela, pegando de relance costumes, pessoas e a sujeira do local – é impossível não notar. As imagens são rápidas, e a música dá a impressão de acelerar ainda mais a cena. Você entra no clima sem perceber. A câmera que filma a favela de cima também espanta. Uma favela sem fim, que parece de brinquedo, com seus caminhos estreitos e milhões de pessoas que fazem a sua vida nesse local.
A introdução do filme foi o que mais me chamou a atenção. Como Jamal, um menino favelado, o menino do chá num Call Center, conseguiu chegar à pergunta final e está para ganhar 20 milhões de rúpias? Eu queria assistir ao filme porque queria saber a resposta. O filme alcança o ponto fraco de qualquer ser humano: a curiosidade. E só passamos a conhecer a vida de Jamal, seu irmão Salim e Latika assistindo ao filme. A cada pergunta que aparece no programa temos uma resposta e entendemos como tudo aconteceu. Conhecemos os personagens principais em três fases diferentes de suas vidas. Mas a vida de Jamal é sempre voltada para um único objetivo – Latika. O filme não vomita nos últimos 5 minutos de filme o porquê da história. São 2 horas de total interação com o espectador, contando e explicando todo o trajeto de Jamal até aquele ponto do filme.
Não é um filme de suspense. É um filme de expectativa. E também não é um filme apoiado na violência gratuita, como eu pensei assim que assisti o trailer. Não é esse o foco do filme. O filme quer mostrar apenas quem é Jamal, quem é seu amor e porque ele está ali. Mas mostrando a verdadeira Índia, e a favela Mumbai.
O filme ganhou 8 estatuetas do Oscar. A princípio torci o nariz. Afinal, quem confia em Oscar hoje em dia? Titanic já ganhou o Oscar! Senhor dos Anéis também – por mais que o filme seja o supra-sumo dos efeitos especiais, a história não merecia um Oscar de melhor filme. E concorreu com Sobre Meninos e Lobos, que, em minha opinião, seria um filme de Oscar. Sean Penn, Tim Robbins e Kevin Bacon formaram um excelente elenco. Clint Eastwood dirigiu uma obra-prima. Falando nele, estréia essa semana Gran Torino. Não perca! Só o trailer já vale a pena. Mas voltando ao “Quem quer ser um milionário?” ele mereceu o Oscar sim, por ser uma produção mais precária, mas que conseguiu fisgar o espectador e ganhar a simpatia do público.
Uma história bonita, mas não idealizada. Eu achei o filme bom. Tiro o chapéu para os atores, trilha sonora (é muito envolvente), cinegrafia e roteiro. Não posso dizer que foi o melhor filme da minha vida. Eu gostei, mas não mexeu diretamente com minhas emoções. Gostei da história de Jamal, simpatizei com ele e com sua busca incansável pelo amor, mas na minha vida “Quem quer ser um milionário?” será apenas mais um filme. Um ganhador de Oscar por merecimento, não nego, mas ainda assim, um filme. O final do filme responde a pergunta inicial:
“Jamal está a uma pergunta de ganhar vinte milhões de rúpias. Como ele conseguiu?
A: Ele trapaceou.
B: Ele é sortudo.
C: Ele é um gênio.
D: É o destino.”
Então, o que você acha? Não é preciso ser um gênio para descobrir, nem colar de alguém e muito menos ter acordado com a bunda virada para a lua. Mas se você ainda está indeciso assista ao filme. Vale a pena descobrir como se chegou a resposta final!


Por Fernanda Giotto Serpa.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Cada um com seus demônios

Eu não ando com sorte quando se trata de filmes. Ontem, mais uma vez, assisti à um filme, que se fosse para escolher agora, preferia ter ficado dormindo. O único ponto positivo é que o filme era um brinde da locadora.
Max Payne é um filme baseado num jogo de vídeo-game. Conta a história de um ex-policial que teve sua mulher e filho assassinados. O problema é que três anos se passaram e nada foi resolvido. Payne (Mark Wahlberg) não desistiu de procurar pelo assassino de sua família. Em troca dessa fixação pela verdade ele perdeu seu lugar como policial de Homicídios, a amizade de seu parceiro e a desconfiança de toda a polícia. Ele ficou um tanto introspectivo. A história inteira acaba se desenrolando em torno de uma droga alucinógena, que faz as pessoas enxergarem demônios, e que leva diretamente ao assassinato da família de Payne, que já tem seus próprios demônios pra resolver, mas porque não enfrentar outros?
O filme usa aquele roteiro “engana espectador”. Quando você acha que o filme vai terminar e ele descobriu toda a história...OPS...não era nada daquilo que o protagonista pensava. Mas o que o diretor do filme não soube fazer foi enganar o espectador. A história se resolve tão rápido que você sabe que não é daquela maneira que vai terminar. Mas eu não vou falar mais nada sobre o desenrolar da história, como já disse, não gosto de ser “estraga-prazer”. Mesmo quando não se trata de um grande filme. Nunca é bom contar o final.
A história do filme não causa nenhuma admiração, bem como os efeitos especiais. São péssimos. Pode ser uma expressão chula, mas os efeitos são toscos mesmo. Um cromaqui de baixa qualidade. O visual do filme é fantasioso, acredito que para ligar-se diretamente ao vídeo-game. As cenas são todas escuras, lembrando muito Sin City, de Frank Miller, ressaltando cores fortes como o vermelho. Logo no começo do filme tem uma cena de tiroteio, que a cada som de tiro a tela fica num contraste entre preto e vermelho. Isso é muito a cara de Sin City. Ta aí um filme que abusou de efeitos e plastificações, mas que agradou meu gosto para filmes, apesar da violência excessiva. Robert Rodrigues foi o mestre do cromaqui.
O que também me chamou atenção no filme foi o excesso de câmera lenta. A cada cena de ação, que exige um pouco mais de movimento, aparece a tal da câmera lenta. Chega a ser tedioso, porque você acaba conseguindo adivinhar quando aparecerá o próximo movimento lento. O som também é ressaltado em várias cenas. O barulho do tic-tac do relógio, o vento, água escorrendo. Tudo em evidência.
O filme todo dá uma sensação de falsa realidade. A utilização da câmera influencia diretamente nesse ponto. Muitas cenas filmadas de cima para baixo, com grandes angulares e, como já falei, a câmera lenta. Não consigo achar termo melhor, mas o filme não passa credibilidade. É um abuso dos efeitos. Chega a ser poluído.
Confesso que fiquei decepcionada com Mark Wahlberg e Chris O´Donnell, que aliás, faz uma pontinha mixuruca no filme. Gostei de outras atuações de Wahlberg, como em “Os Infiltrados” e “Donos da Noite”. Tenho costume de escolher filmes por elenco. Mas às vezes, elenco não é tudo. Nem sempre bons atores fazem bons filmes.

Por Fernanda Giotto Serpa

terça-feira, 17 de março de 2009

Mamão com Açúcar

Meu fim de semana foi de filmes previsíveis. Diane Lane e Richard Gere fizeram parte da segunda sessão de domingo em casa. “Noites de Tormenta” é um romance entre pessoas de meia-idade que não descobriram o verdadeiro amor. Ao se encontrarem, em meio a problemas pessoais, eles vivem intensamente a paixão e entregam-se um ao outro, deixando de lado os problemas e modificando instantaneamente suas personalidades.
Diane Lane faz o papel de Adrianne. Depois que seu marido a traiu, seguiu-se a morte de seu pai, com o qual tinha muita afinidade, e a relação com sua filha adolescente vai de mal a pior. Um verdadeiro caos. Cansada da vida resolve passar um fim de semana numa pousada a beira-mar. A previsão do tempo anuncia um furacão.
Richard Gere é Paul. Médico de prestígio, mas que afastou esposa e filho da sua vida, devido ao seu modo egoísta e mandão de ser. No decorrer de uma cirurgia simples, uma paciente morre por sofrer alergia à anestesia. A família dessa paciente mora perto da pousada onde Adrianne vai estar. Paul segue para o mesmo local.
Somente os dois estão na pousada. E o furacão será a próxima visita a chegar. Na hora da janta Paul quer companhia. Troca de olhares, um vinho, desabafos de suas vidas confusas e uma química instantânea. O marido de Adrianne quer voltar, Paul quer reconquistar o filho, e ambos afogam suas mágoas - um nos braços do outro.
Não posso deixar de negar que o final me surpreendeu. Eu pessoalmente não esperava o final, mas analisando depois, só poderia acontecer aquilo mesmo. Óbvio que não vou contar. Não é bom sair contando o final do filme para as pessoas, eu particularmente odeio. Fizeram isso comigo no filme “Antes que o dia termine”, outro tipo comum. Já assisti ao filme com negatividade. Não gostei mesmo.
A história não é nada mais do que um mamão com açúcar salpicado com o sal das lágrimas em alguns momentos. Conflitos humanos e pessoais, que levam uma grande maioria de espectadores a se identificarem com a história. Principalmente pessoas de meia-idade que acreditam no amor. Filmes assim as fazem ficar confiantes, com uma ponta de esperança.
Uma coisa me sempre me incomoda nesse tipo de filme são as pessoas bonitas, o par perfeito. O charmoso do Richard Gere, conservadíssimo e ainda atraente, com a coroa enxuta Diane Lane e suas leves rugas que nada mais são que um detalhe de sua beleza. Acho que é por isso também que muitas pessoas gostam desse tipo de filme – uma idealização para sua vida futura.
O filme não é original. Já assisti vários iguais a esse. Foi apenas outra companhia rotineira de domingo. Logo se vê que meu fim-de-semana não foi muito proveitoso em se tratando de filmes! Espero que esse seja melhor! Ah! Assisti também no cinema “Quem quer ser um milionário?”. Logo, logo darei minha opinião...
Deixo também nesse post o trailer do “Exterminador do Futuro IV”. Para quem não assistiu os três primeiros, acredito que valha a pena. O primeiro é um filme muito bom, uma ação como não se faz mais hoje em dia. E também se pode dizer que Arnold Schwarzenegger está em seu melhor papel, o certo para ele. A continuação (II e III) não é igualmente boa, mas não deixa a desejar. Assista a trilogia antes de assistir ao quarto filme. É exatamente isso que vou fazer. Mais uma vez!

Obs.: Desculpem a demora para postar, mas estava sem internet até hoje. E outra coisa: no perfil do Al Pacino, coloquei um vídeo da cena do tango em Perfume de Mulher. Imperdível!


Por Fernanda Giotto Serpa

domingo, 15 de março de 2009

De estranho não tem nada!

Assisti hoje em DVD, “Os Estranhos”. Um suspense pra quebrar a rotina de um domingo. Infelizmente isso não aconteceu. O filme é a representação exata do clichê. Sustos pra lá de previsíveis, entende? Você realmente fica tenso, mas sabe a hora certa que vai levar o susto.
A história não faz muito sentido. James (Scott Speedman) pede Kristen (Liv Tyler) em casamento e ela recusa. O que seria uma noite de amor numa casa de campo distante de tudo acaba mal, num clima pesado, eu diria. Do nada, três mascarados aparecem no local e passam a aterrorizar o casal entrando na casa, batendo nas portas, escrevendo mensagens com sangue nas janelas e perseguindo-os aonde quer que eles vão. A história é isso, não se sabe o motivo, apenas um trio querendo fazer terror. A história acaba sendo totalmente pobre em conteúdo.
O filme utiliza os elementos básicos para fazer um suspense. O silêncio absoluto e prolongado que é quebrado pelo susto previsível. A escuridão e a câmera que mostra o que a vítima da história não vê. As burrices que as vítimas fazem, como por exemplo, sair de casa na hora errada e nunca pensar em fugir do local, só pensam nisso quando não é mais possível. Aparições seguidas de um som agudo, ou uma música no fundo que não corresponda com o que a cena quer dizer. O telefone que não funciona, a luz que apaga do nada, coisas que aparecem e desaparecem sem serem notadas, enfim, o básico. Assim é fácil o espectador seguir o filme e até prever o que acontece. E o pior, acaba sem uma explicação sobre o porquê do filme. É apenas um filme para levar sustos.
“Os Estranhos” é assim, Kirsten é a mocinha desesperada e seu namorado corajoso, James que sai da casa no momento em que é preciso se esconder. Entendo que isso precisa acontecer para dar continuidade ao filme, mas não há uma razão lógica além do andamento do filme, o que o transforma apenas numa historinha para dar sustos. Os três assassinos do filme usam máscaras tipo cômicas, que me remeteram diretamente ao filme “Jogos Mortais”, no
qual a verdadeira face do assassino é preservada por um longo tempo. Máscaras cômicas que geram medo e terror. Logo se vê que o filme não prioriza nenhum tipo de originalidade.

Outro aspecto comum utilizado no filme é usar sons que não correspondam com a imagem. Gritos, barulho de armas e machado em imagens da paisagem tranqüila do local. Mostra a solidão e ao mesmo tempo remete ao desespero das vítimas, que não têm pra onde fugir. O que deve ser lembrado também é que no início do filme você já sabe que não teremos um fim conclusivo. Uma voz grave e aterrorizante fala que casos de violência gratuita nos EUA são cada vez mais comuns, e que o filme é baseado em fatos reais e que até hoje não foi solucionado. A única conclusão plausível do filme é que Kirsten descobriu que realmente amava James, isso quando ela sabia que estavam para morrer e aceitou seu pedido de casamento na hora da morte. Tocante para um filme de suspense!
Por Fernanda Giotto Serpa

Coisas que nem o tempo muda


Voltando um pouco ao filme O Leitor, já que não tinha comentado ainda sobre esse filme até agora.
Como pedido e acidentalmente esquecido por mim, não assisti ao filme pelos cortes, acho que não sou muito bom em reparar nessas coisas, é meio que aquela coisa que você só percebe depois que recebe um empurrãozinho, e foi o que os comentários na aula me ajudaram. O filme realmente foca nos personagens, e em um de cada vez, ou em uma cena específica, para que os olhos não se desviem por um segundo daquilo que é para estar em foco na determinada cena.
O que eu notei e que não ouvi ninguém comentar tem a ver mais com o comportamento. Talvez a frieza dos personagens em expressar seus sentimentos, ou até mesmo a falta dessa expressão para mim foi o que mais chamou a atenção. E é o que acontece com muitas pessoas. Hoje em dia com a tecnologia, é fácil você “dizer” o que sente através do teclado do computador, mensagens de celular e etc. E no tempo em que se passa o filme, isso é demonstrado através das cartas, das fitas gravadas e todas essas formas indiretas de mostrar a preocupação um com o outro. E são atos que se repetem até hoje. A introversão que pode custar caro. Depois de tantos anos sem se verem, pela história que tiveram, depois das fitas gravadas e a forte conexão indireta entre Hannah e Michael, o último e apático encontro entre os dois, determinou o destino de ambos. E considerando a história que viveram, um tanto quanto trágico na minha opinião.

por Igor Shiota



Um filme para escutar



Você já escutou a música do cotidiano? A música que vem do sopro do vento, misturado com as buzinas dos carros de uma grande cidade ou dos ruídos provocados pelo metrô, unidos aos passos das pessoas apressadas? Provavelmente não. Bom, Ewan Taylor escuta. A diretora Kirsten Sheridan faz de seu filme “O Som do Coração”, uma história empolgante em que um menino de apenas 11 anos persegue o desejo incansável de encontrar seus pais. A música o conduz de forma encantadora em sua busca. Aos poucos o garoto vai encontrando o gênio musical que possui em sua alma. Sob o codinome de August Rush, Ewan mostra o seu talento para as pessoas, na esperança de que seus pais, de alguma forma o escutem e venham ao seu encontro.
Tirando os improváveis acontecimentos, como um garoto inicialmente perdido numa megalópole achar facilmente os lugares para onde deve ir, o filme é tocante e emocionante. A expressão dos atores é muito verdadeira e a interpretação de Freddie Highmore (Ewan Taylor) encanta o espectador, que passa a acreditar nesse conto de fadas. Vale a pena assistir o filme, mais do que isso, vale a pena escutar o filme. Afinal, “a música está em todo lugar, tudo o que precisa fazer é ouvir”.
por Daniel Courtouke dos Santos

sábado, 14 de março de 2009

Aula de história


Operação Valquíria não é o melhor exemplo de filme envolvente e emocionante, mas vale a pena para quem gosta de histórias baseadas em fatos reais.
O diretor Bryan Singer nos transporta à década de 40, em plena Segunda Guerra Mundial, para contar a história de um grupo de oficiais que planeja um atentado para matar Hitler e acabar com o nazismo na Alemanha. O coronel Claus von Stauffenberg (Tom Cruise) sempre foi contra o regime e o seu ditador, antes mesmo de perder a mão direita, dois dedos da mão esquerda e um olho em uma missão na África. Depois disso, ele fortalece ainda mais suas idéias de acabar com o Führer. Stauffenberg se aproxima da conspiração que também está contra as ideais nazistas e juntos arquitetam um plano. À medida que alguns integrantes do grupo vão sendo descobertos, o coro
nel Claus sobe de posto até se tornar um dos cabeças da operação que dá nome ao filme.
O dia escolhido é 20 de julho de 1944, quando Hitler está em uma reunião com o alto escalão do regime. Stauffenberg sai do local deixando para trás uma bomba. Como ocorreram mudanças no local da reunião e o coronel não conseguiu ficar próximo do alvo, o plano fracassa.
Durante todo o filme torcemos para que tudo dê certo e há medida que a hora “H” se aproxima, temos a impressão que eles vão conseguir alcançar seus objetivos. O mais interessante no filme é perceber que nem todos são iguais ao Führer, que muitos não estavam felizes com a “Alemanha de Hitler”.

Por mais que o filme mostre o coronel Claus como um herói, Tom Cruise não consegue passar a emoção do personagem. O ator segue tanto a linha da disciplina militar que se esquece de dar vida e humanidade ao personagem, os poucos momentos mais sensíveis são quando Stauffenberg está ao lado da família.
É um filme bem produzido, bem dirigido e que cumpre com o que pretende, mas que não consegue prender e envolver o público da forma como deveria. Vale mais como uma aula de histó
ria.

Por Tatiana Olegario

sexta-feira, 13 de março de 2009

Os ombros, os olhos, as rugas...

Só para fazer uma pequena introdução...Fiz esse perfil sobre Al Pacino há algum tempo. Hoje ainda admiro muito o ator, e não tiro uma palavra, um elogio que fiz nesse texto. Confesso que seus últimos filmes não tem me mostrado nada além do que conheço: sempre o mesmo personagem cansado da vida. Duas Faces da Lei foi uma decepção para mim, também porque Robert De Niro veio para abrilhantar o elenco e no final não é bem isso que acontece. Achei o filme previsível e os dois grandes atores fazendo papéis que já os vimos fazendo em outros filmes. Mas repito, minha admiração por Al Pacino não muda. Sempre que ele estrear em algum filme, vou assistir.
Pra esclarecer também. O perfil foi baseado em algumas edições da revista SET, em alguns sites e eu também assisti praticamente a filmografia inteira do ator! As referências bibliográfias eu trago depois, não estou com as revistas no momento. Faça bom proveito...

Primeiras Cenas


A porta se fecha e a figura do pai some para sempre com uma mala na mão. Um problema para a criação de um filho que se espelha na figura paterna. Mas Alfonso James Pacino soube se virar muito bem. Não foi a falta de um pai que o impediu de aparecer para o mundo.
Até aos 7 anos o que o impediu de colocar o nariz para fora de casa foi a super-proteção dos avós. Após o abandono do pai, ele e a mãe, Rose Pacino, foram morar com os pais dela no violento bairro do Bronx, em Nova Iorque.
Ele não conseguia ver a violência nas ruas, mas a criava dentro de casa. O gângster, o mafioso, o cowboy vinham se refugiar nas encenações de Al Pacino. As mímicas dos personagens, que fazia para sua tia surda, tirados das telas do cinema, também foram um dos motivos para que o menino se interessasse pela dramaturgia. As mentirinhas inocentes de criança não podem deixar de serem comentadas: ele dizia para os colegas de escola que já havia morado no Texas e que tinha 10 cachorros em casa. Tudo mentira! Al Pacino nem gosta de cachorros.
Na escola nunca foi bom nas matérias tradicionais, como matemática e português. Destacava-se nas aulas de teatro e os professores perceberam. O menino era talentoso, ele tinha um certo “Q” de artista. Começou a fazer os papéis principais nas peças escolares e era o leitor oficial da Bíblia, logo a mãe o colocou em cursos de interpretação.
Mas
o problema veio depois, quando sustentar Al já não estava sendo fácil e Rose concluiu que atuar era coisa de rico, conseqüentemente não era coisa para o jovem Alfredo.
Mas quem disse que Al Pacino é de abaixar a cabeça? Se a mãe não podia pagar ele podia. E correu atrás do prejuízo, ou melhor, do sonho. Foi faxineiro, lanterninha de cinema, mensageiro de banco, vendedor de seguros, de dicionários, sapatos e até de cachorros para cegos. Definitivamente Al Pacino foi um bom-bril. Tudo isso para conseguir fazer aulas de interpretação. Se antes ele achava essa rotina muito puxada, hoje ele dá graças a Deus.
Al Pacino pára de estudar aos 17 anos, desmotivado por não conseguir passar em Inglês. Passou a se apresentar em teatros de reputação baixíssima, precisando emprestar dinheiro para pagar os bilhetes de autocarro até as audições. Até que apareceu uma luz no fim do túnel. Seu mentor Charles Laughton que o levou para as peças na Broadway.
E assim a escalada para o hall da fama começou. Hoje ele diz que faz cinema por dinheiro, porque a verdadeira paixão dele é o teatro. Ele não nega suas origens.

Marcas que ficaram na expressão

São os olhos cansados. As rugas profundas. O semblante preocupado. Os cabelos grisalhos. A voz rouca...também pudera! Al Pacino começou a fumar quando tinha 11 anos, uma criança! Como a desgraça nunca vem sozinha, ele se afeiçoou ao álcool. Uma mistura brilhante. Aos 21 anos foi preso por porte ilegal de arma. Acho que é por isso que todos amam o ator. Ele foge do estereotipo do ator bonzinho, com o jeito certinho de viver. Ele tem defeitos, mostra isso e não está nem aí.
Após a fama de O Poderoso Chefão, Serpico e Um Dia de Cão ele viveu um caos, entrou num processo autodestrutivo e depressão. Envolveu-se com drogas e muita bebedeira. Os filmes já não faziam tanto sucesso. Parceiros da Noite, Autor em Família e Revolução receberam críticas pesadas da mídia e foram verdadeiros fiascos de bilheteria. Ele se afundava cada vez mais.
Para conseguir sair dessa enrascada ele seguiu o conselho de alguns amigos e com
eçou a participar dos Alcoólatras Anônimos. Deu resultado, ele nunca mais voltou a beber. Ele sente falta da taça de vinho após um dia cansativo de trabalho. É uma luta, mas ele continua ganhando!
O hábito de fumar dois maços de cigarro por dia ele só largou com 64 anos. Estava tendo problemas sérios com a voz. Hoje ele fuma cigarro de ervas, só de vez em quando.
Mas ficar sem algum vício não é fácil para o ser humano, então não demorou muito para Al se apegar ao café. Sempre que pode toma um café expresso bem forte durante o dia. As olheiras são então justificáveis. O ator sofre de insônia e não foi tão difícil ele encenar o policial Will Dormer no filme Insônia. O café só ajuda a manter os olhos fundos e aquela expressão de quem carrega os problemas do mundo nos ombros.
Al Pacino é também um cara cabeça fria com as coisas materiais. Não se preocupa com nada e esquece tudo. Ele contou que uma vez estava andando nas ruas de Nova Iorque e sentiu muito frio. Ele viu um sobretudo numa loja, provou e pediu para fazer alguns ajustes. Mais tarde voltaria para buscá-lo. Que nada! Ele esqueceu a compra e não voltou buscar.
Logo que começou a fazer sucesso comprou uma BMW branca de 35 mil dólares. Estacionou na frente de seu prédio e quando voltou ela não estava mais lá: “Desde a compra já sabia que era um erro, senti-me muito mal, parecia que queria me exibir”.
Para se vestir não faz cerimônia, só usa preto. Imagino eu que deve ser para combinar com a personalidade forte que, na maioria das vezes se nega a dar entrevistas, que não se deixou levar ao altar por nenhuma das insistentes namoradas e que demora muito para aceitar um papel. Sem falar que é preciso ter muita paciência com ele nos sets. As cenas que ele grava devem beirar a perfeição, são necessários vários ensaios antes do take final e esse gênio nunca está satisfeito.
Ele esconde por trás das rugas marcantes muito conhecimento, obtido através de experiência e muita leitura. Mas também tem um lado espiritual muito forte. Não parece possível que alguém como Al Pacino não brinde com água. Depois que ele descobriu que isso dava azar ele definitivamente nunca mais fez “tim tim” com um copo de água.
Mas o que mais chama atenção é seu lado religioso. Ele é um católico de rezar após acordar e antes de dormir. Antes de pegar o papel no filme O Advogado do Diabo ele resistiu muito, afinal ele interpretou o próprio Satanás. Mas resolveu aceitar como um desafio e com a benção de Deus se deu muito bem!
Apesar de nunca ter casado todos dizem que Al Pacino tem sua cara-metade. Não é nenhuma das deusas de Hollywood, apesar de Al ser conhecido por possuir uma bagagem rica de relacionamentos. A metade da laranja é Dustin Hoffman! Sabe aquela coisa de cara de um, focinho do outro? É isso que acontece com eles, são facilmente confundidos na aparência. Ele não se incomoda, mas ainda prefere a expressão cansada que carrega desde que se conhece por gente.
Não podemos deixar passar o fato de que Al Pacino parece um mafioso italiano. Não por ter participado do filme O Poderoso Chefão, mas ele carrega sangue italiano e da região de Corleone, na Sicília. Seus avós nasceram e cresceram em terras italianas. Coincidentemente o nome que levou Pacino ao estrelato foi Corleone. Além do sangue o ator sabe apreciar uma boa ópera e adora uma “pasta” italiana. O apelido carinhoso que foi dado para ele tamb
ém possui origem italiana: Sonny. Vai dizer que apelido não é coisa de carcamano?!

“Sou um ator, só sei falar através dos personagens que vivo”


Como já havia falado, Al Pacino abandonou a High School of the Performing Arts aos 17 anos. O inglês não estava em paz com o ator. Mas isso não foi um problema por muito tempo, Al conseguiu entrar no conceituado Actor´s Studio onde aprendeu muito com Lee Strasberg e apareceu para o meio artístico. Os teatros fuleiros nos quais encenava nos tempos de crise foram ficando para trás.
Sua grande chance veio com “The Indian Wants the Bronx”, pelo qual ganhou o prêmio Obie de melhor ator da temporada de 1966/67. Grande Al Pacino, apesar do 1,68m de altura já começa a ficar grande no cenário da atuação. Com esse prêmio conseguiu chegar na Broadway, da qual nunca mais saiu. Mas pintou a oportunidade de estrear no cinema e como Al Pacino adora desafios ele resolveu encarar. Começou pelo filme “Me, Natalie”, em 1969. Mas o filme que deu maior trabalho para o ator foi “Os Viciados”, para o qual realizou várias pesquisas sobre os hábitos dos usuários de heroína. Os elogios começaram a brotar!
Veio então o convite para Al Pacino fazer O Poderoso Chefão, no papel de Michael Corleone, em 1972. Mas como nem tudo é alegria, alguns produtores não aceitaram bem a idéia de ter um novato estrelando num filme com o mestre Marlon Brandon. Começaram a chamá-lo de “o anão Pacino”, tentando fazer com que sua altura fosse um empecilho para desempenhar um papel tão importante. Tanto foi o esforço para acabar com a figura de Al que o feitiço virou contra o feiticeiro. O ator conseguiu o papel e se esforçou como nunca para mostrar que merecia estar ao lado de Brandon.
O final da história todos sabem, foi um show de interpretação e até Marlon Brandon deu o braço a torcer quando afirmou que Al Pacino é o melhor ator do mundo. O anão virou um gigante!
Francis Ford Coppola chegou a dizer que é difícil trabalhar com o ator, ele tem um temperamento muito instável. Mas emenda que pelo resultado vale a pena: “Al consegue transmitir uma tensão terrível. Suas cenas de amor e violência possuem uma intensidade particular. Creio que só Marlon Brandon consegue ir tão fundo na expressão dos sentimentos”. Eu creio que Brandon não acha isso!
Muitos críticos não gostam de seus maneirismos exagerados, mas são poucos que conseguem manter a mesma voz, as mesmas olheiras, o mesmo cansaço e mostrando sempre algo diferente.
Recusou também muitos filmes que fizeram sucesso como Kramer vs. Kramer (sua cara metade fez o dublê dele – Dustin Hoffman), Nascido em 4 de Julho, Apocalypse Now, Uma Linda Mulher, Maré Vermelha, Star Wars...
Al Pacino se dá ao luxo de escolher seus personagens, não por grandeza. Ele explica: “Os objetivos de uma pessoa devem sempre exceder seu alcance. Senão, do que serviria o paraíso?”. Em relação a recusa de Apocalypse Now, Pacino disse que faria qualquer coisa por Francis Ford Coppola, o diretor do filme, menos ir à guerra!
Al Pacino se entrega tanto aos personagens que chega a confundir-se na vida real. Quando estava gravando Serpico, no qual interpretava um policial nova-iorquino super correto, ele chegou a parar um caminhão e ameaçar o caminhoneiro de prisão, já que o veículo estava poluindo demais a rua. Na gravação de Perfume de Mulher ele estava tão submerso na pele do cego Frank Slade que chegou a ferir um olho, após esbarrar num galho de árvore na saída do set. Ele jura que não viu!
Quando fez o advogado em Justiça para Todos sempre que via pessoas conversando sobre algum problema legal ele queria participar e dar opinião como um advogado, ver documentos e dar conselhos. E em Scarface, no qual fazia o poderoso traficante Tony Montana, o cachorro do vizinho investiu contra ele. Ele reagiu como se fosse Montana, gritou de tal forma que deixou o cachorro amedrontado.
Assim que ele brilha em qualquer papel que faça. A pesquisa dos personagens é tão profunda que ele acaba tomando aquilo para si. “Superficialidade não ajuda ninguém a progredir. O grande desafio é definir quem é esse sujeito que se vai viver. Quanto mais pesquisa, mais o ator se vê envolto em uma teia de oportunidades”. As suspeitas da capacidade que Al Pacino tem para cair de cabeça nos personagens é fruto da infância. A infância sem perspectivas só mudou com a determinação de atuar.
Quem concorda com isso é o diretor Garry Marshall, que trabalhou com Al no filme Frankie & Johnny. O diretor consegue ver a insegurança no ator. Se ele souber que alguém está rindo dele prontamente ele pára de gravar. Mas ao mesmo tempo Marshall diz que Al Pacino é ingênuo, é um Dom Quixote andando por Hollywood. Mas voltaremos a lista de filmes, ela continua...
A carreira continua próspera. Depois de Serpico ele faz um bissexual em Um Dia de Cão, que lhe rendeu mais fama. Depois veio alguns fracassos e uma fase nada boa para o ator, que já foi comentada aqui. Dessa fase temos Scarface que foi um brilhantismo de atuação. Os gritos, a expressão pesada, o ar de dominação é simplesmente incrível.
Ele fica durante um tempo refugiado nos teatros, afinal Al Pacino nunca deixou de lado os palcos, a verdadeira paixão do ator. Então ele volta em grande estilo com o filme Vítimas de Uma Paixão e por aí a carreira dá um solavanco e vai para frente. O respeito pela figura de Pacino só aumenta, levando uma sexta indicação para o Oscar. Mas não foi dessa vez.
O grande Oscar chegou através do filme Perfume de Mulher, no qual ele interpreta um ex-militar cego e rancoroso. Ao lado de Chris O´Donnell o filme foi um sucesso. A cena de tango é memorável, quem não se lembra da leveza do cego dançando tango com uma linda mulher?! Impossível não lembrar. Quem assistiu ao filme guarda isso pra sempre.
Outros filmes que fizeram fama foram colocados de bandeja na frente de Al. Ele recusou! Ele se dá ao luxo de escolher produções menores, mas que renderam grandes sucessos! “Quando o script não é bom, é quando te oferecem mais dinheiro para interpretá-lo. Quando recebo um roteiro ruim sei que vou faturar muito se fizer o filme. E o inverso é verdadeiro também. Se me derem um grande roteiro ficarei feliz se não tiver que pagar para fazer o filme”. Ele escolhe, mas não pela fama e sim pela qualidade.
Outro grande sucesso foi “O Pagamento Final”, outra parceria com Brian de Palma, depois do sucesso de Scarface. O que fez o ator aceitar o papel do ex-traficante Carlito Brigante foi uma única frase: “Onde foram parar todos esses caras? Onde foi parar toda aquela energia? Eles deveriam ter escalado montanhas, escrito poemas, feito coisas. Ao invés disso, foram parar nos esgotos”. A frase foi tirada do filme! Cinema é assim! Interpretou também Dick Tracy, tirado dos quadrinhos. Foi mais um sucesso e o personagem preferido. Porque foram apenas 5 semanas de filmagem! Al Pacino é uma figura!
Entre tantos outros filmes de sucesso Pacino participou da mini-série “Angels in America” no ano de 2003.
Ele faz um advogado capaz de tudo para alcançar o poder. Quando ele descobre que tem AIDS ele se nega a perder seu status e esconde a doença de todos. Mais um personagem marcante para a vida do ator. Ganhou um Emmy com a atuação.
Para voltar a fazer a seqüência de O Poderoso Chefão Al Pacino recebe um dos maiores salários já pagos em Hollywood na época: US$500 mil! Mais de 5% do faturamento total do filme. Sobre o personagem ele diz que nunca se viu no papel de Michael Corleone, Francis Coppola é que viu! Bom para nós! O cinema precisa de bons olhos como esse!
Para terminar a trilogia ele exigiu US$7 milhões. Coppola não gostou nem um pouco dessa imposição e começou a escrever um novo roteiro, com o funeral de Michael Corleone. Pacino deu o braço a torcer e aceitou fazer o filme só por US$5 milhões. Nota-se então que a experiência do ator é diretamente proporcional ao salário. Em Insônia ele chegou a receber US$11 milhões. Isso que não foi uma de seus melhores personagens.
Ele nunca deixou os teatros. Sempre que pode ele bota os pés num palco. Cansado da rotina, Al Pacino sempre busca desafios. Agora além de atuar ele quer dirigir e editar! É um mestre! A receita para tanta empolgação? “É do entusiasmo que surge a energia que, por sua vez, vem do risco de cada trabalho”.
Sempre envolto em projetos, Al Pacino nunca sai de cena. Há pouco tempo foi para as telas de cinema com “Treze Homens e um Novo Segredo” e boatos soltos ao vento trazem a novidade de que Al Pacino será Salvador Dali no cinema!
Al Pacino pode ter a idade que tiver e as manias que quiser, mas nunca nos cansaremos de ver os olhos cansados, os ombros caídos, as rugas profundas e a voz de fumante. Queremos mais olhos esbugalhados, sorrisos demoníacos, gritos tensos e a grandeza dos 1,68m de altura.

Por Fernanda Giotto Serpa