Morgan Freeman faz Ripley, um ladrão já conhecido da polícia. Ele faz aquele estilo Pierce Brosnan em “Thomas Crown – A arte do crime” - aquele que rouba os lugares mais impossíveis e passa despercebido, já que sua genialidade ultrapassa qualquer nível de inteligência humana. Antonio Banderas é Gabriel, um assaltante que está passando por dificuldades, mas recebe a proposta irrecusável de Ripley para participar de um roubo que vai lhe render 20 milhões de dólares. Os objetos do roubo são dois ovos Fabergé da coleção Romanov. Olha a máfia russa metida aí no meio.
O problema é que “Jogo entre Ladrões” não tem a mesma sutiliza de “Thomas Crown” ou “Onze Homens e Um Segredo”, por exemplo. É ridiculamente fácil roubar um cofre super protegido tecnologicamente, com teste de voz, digital, senha, câmeras. E claro que uns seis homens magricelas e idiotas protegendo o local deve ser uma coisa bem normal em locais que precisam de segurança máxima.
Primeiro que é um saco ver Antonio Banderas no papel do mocinho irresistível com aquele cabelo, aparentemente, banhado em óleo. E é triste ver Morgan Freeman fazer um papel tão fraco, analisando a genialidade e histórico do ator. Mas enfim, nem sempre as pessoas acertam.
O mais ridículo no filme é a maneira como eles arrombam o cofre. Imagine um cofre de segurança máxima que tem a opção de reescrever a senha mais de mil vezes se necessário. É preciso rir pra não chorar! E sem falar na maneira como eles conseguem burlar o sistema de voz. Eles conseguem a voz do russo falando todas as palavras que a máquina pede, mas no final ela faz uma pergunta que não estava no script. A pergunta era em russo e pedia se ele estava com fome. Morgan Freeman simplesmente responde que não e passa! Como assim? A máquina com tecnologia de ponta não sabe identificar a voz? Brincadeira! Até eu conseguia essa façanha!
Geralmente o que a gente espera de um filme com esse tipo de roteiro são cenas de ação e tensão. Você geralmente torce pelos ladrões, uma questão de empatia que gera entre o espectador e personagem. Aqui isso não acontece pela maneira ridícula que se desenrola a trama. O final é morno. No meio do filme você já imagina quem é quem. O filme termina e você fica com um sentimento de perda de tempo.
Não recomendo. Já assisti a filmes bem melhores com o mesmo tipo de roteiros, e que mesmo tendo partes absurdas conquistam o espectador. O outro filme que assisti foi “Foi apenas um sonho”, com Leonardo Di Caprio e Kate Winslet. Um filme mais denso e pesado, mas é melhor que “Jogo entre Ladrões”, com certeza. Recomendo pela boa interpretação de Leonardo Di Caprio. Venho o admirando cada vez mais como ator. “Foi apenas um sonho” trata de relacionamentos, decepções, frustações, enfim, não é muito legal para um domingo. Mas se puder, confira!
Por hoje eu fico aqui. Vou dormir e tentar me animar com a idéia de que amanhã já é segunda!
Por Fernanda Giotto Serpa