domingo, 31 de maio de 2009

Até eu conseguia essa façanha!

Domingo excelente para cobertas, sofá e filme. E claro que não podemos nos esquecer dos trabalhos, mas deixa pra lá, vamos falar de coisas boas. Um friozinho sensacional. Faltou tempo para assistir mais filmes. Mas hoje vou comentar aqui sobre “Jogo entre Ladrões”, com Morgan Freeman e Antonio Banderas. Geralmente falo de filmes dos quais eu gostei de assistir. “Jogo entre Ladrões” é o tipo do filme mais ou menos. Vamos para o resumo da história primeiro.
Morgan Freeman faz Ripley, um ladrão já conhecido da polícia. Ele faz aquele estilo Pierce Brosnan em “Thomas Crown – A arte do crime” - aquele que rouba os lugares mais impossíveis e passa despercebido, já que sua genialidade ultrapassa qualquer nível de inteligência humana. Antonio Banderas é Gabriel, um assaltante que está passando por dificuldades, mas recebe a proposta irrecusável de Ripley para participar de um roubo que vai lhe render 20 milhões de dólares. Os objetos do roubo são dois ovos Fabergé da coleção Romanov. Olha a máfia russa metida aí no meio.
O problema é que “Jogo entre Ladrões” não tem a mesma sutiliza de “Thomas Crown” ou “Onze Homens e Um Segredo”, por exemplo. É ridiculamente fácil roubar um cofre super protegido tecnologicamente, com teste de voz, digital, senha, câmeras. E claro que uns seis homens magricelas e idiotas protegendo o local deve ser uma coisa bem normal em locais que precisam de segurança máxima.
Primeiro que é um saco ver Antonio Banderas no papel do mocinho irresistível com aquele cabelo, aparentemente, banhado em óleo. E é triste ver Morgan Freeman fazer um papel tão fraco, analisando a genialidade e histórico do ator. Mas enfim, nem sempre as pessoas acertam.
O mais ridículo no filme é a maneira como eles arrombam o cofre. Imagine um cofre de segurança máxima que tem a opção de reescrever a senha mais de mil vezes se necessário. É preciso rir pra não chorar! E sem falar na maneira como eles conseguem burlar o sistema de voz. Eles conseguem a voz do russo falando todas as palavras que a máquina pede, mas no final ela faz uma pergunta que não estava no script. A pergunta era em russo e pedia se ele estava com fome. Morgan Freeman simplesmente responde que não e passa! Como assim? A máquina com tecnologia de ponta não sabe identificar a voz? Brincadeira! Até eu conseguia essa façanha!
Geralmente o que a gente espera de um filme com esse tipo de roteiro são cenas de ação e tensão. Você geralmente torce pelos ladrões, uma questão de empatia que gera entre o espectador e personagem. Aqui isso não acontece pela maneira ridícula que se desenrola a trama. O final é morno. No meio do filme você já imagina quem é quem. O filme termina e você fica com um sentimento de perda de tempo.
Não recomendo. Já assisti a filmes bem melhores com o mesmo tipo de roteiros, e que mesmo tendo partes absurdas conquistam o espectador. O outro filme que assisti foi “Foi apenas um sonho”, com Leonardo Di Caprio e Kate Winslet. Um filme mais denso e pesado, mas é melhor que “Jogo entre Ladrões”, com certeza. Recomendo pela boa interpretação de Leonardo Di Caprio. Venho o admirando cada vez mais como ator. “Foi apenas um sonho” trata de relacionamentos, decepções, frustações, enfim, não é muito legal para um domingo. Mas se puder, confira!
Por hoje eu fico aqui. Vou dormir e tentar me animar com a idéia de que amanhã já é segunda!

Por Fernanda Giotto Serpa

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Hurra!

Acabei de assistir “Encouraçado Potemkin”, de Serguei Eisenstein. Antes de falar sobre o filme, vou comentar rapidamente sobre o movimento do qual ele faz parte dentro do cinema. “Encouraçado Potemkin” é fruto do Experimentalismo Soviético. Se hoje existe a é montagem é graças aos russos! O Experimentalismo tem na sua essência o coletivismo. Ele trabalha com o todo, já que é anti-individualismo capitalista. Vai contra também os temas da dramaturgia burguesa. O Experimentalismo Soviético nega o cinema Hollywoodiano, nega o cinema produzido para o mercado e obtenção de lucro. Por isso que a partir do momento no qual os comunistas tomaram o poder o cinema foi nacionalizado, e utilizado, principalmente, como um instrumento de propaganda – daí a ênfase no coletivismo.
Nasce aqui o filme que tem um ideal político. Ele não é apenas um roteiro de produção para o mercado, o filme vem com o objetivo de transmitir uma idéia política e, de certa forma, um objetivo de manipulação. Dziga Vertov foi um importante cineasta do movimento. Ele fez um cinema de não-ficção chamado de Câmera Olho. A diferença é que não era a realidade propriamente dita, Vertov mostrava a visão de como o mundo deveria ser. Sendo assim, os filmes de Vertov não são apenas documentários, já que trazem uma opinião (que aparece através da montagem e tipos de câmera) embutida no seu significado. Ele não tem a simples função de mostrar uma imagem.
Pulando agora para o “Encouraçado Potemkin”. Passar uma sinopse rápida por aqui! O filme é ambientado na Rússia Czarista, em 1905, quando aconteceu uma revolta que “pressagiou” a revolução de 1917. A história começa no navio de Potemkin quando os marinheiros se revoltam com a comida estragada e pelos maus tratos que sofrem dentro do navio. O médico que está a borda analisa a carne e insiste em dizer que ele está perfeita para o consumo. Os soldados se negam a comer e recusam a sopa também. Quando o comandante do navio sabe dessa greve ele manda enforcar todos aqueles que não gostam da sopa. Alguns marinheiros são botados num canto e o comandante manda executá-los. Entra em cena o marinheiro Vakulintchuk, que grita para os soldados e pede para eles pensarem de que lado eles estão. Os soldados não atiram, o comandante se revolta e uma briga entre marinheiros e oficiais começa. O final disso é a morte de Vakulintchuk! E a partir daí o filme mostra a união dos marinheiros contra a submissão na qual vivem. Tanto que o lema dos marinheiros é “Um por todos. Todos por um” – mais uma vez a idéia do coletivo.
Esse filme foi um marco na história do cinema. Eisenstein é considerado um dos maiores diretores de todos os tempos pela herança que deixou para o cinema do mundo. A produção do filme só aconteceu porque o projeto foi um dos escolhidos, em 1925, pelo comitê central do Partido Comunista para comemorar os 20 anos da Revolução. Foram destinados três milhões de rublos para a produção de oito filmes.
O prazo de entrega do filme era 20 de dezembro de 1925. Em setembro do mesmo ano Eisenstein percebeu que não daria para resumir, com qualidade, todos os acontecimentos de 1905. Logo ele decidiu que focaria apenas nos acontecimentos relacionados ao encouraçado de Potemkin, e através dele ele transmitira os ideais comunistas. Sendo assim, Eisenstein brincou um pouco com a história e deu um final diferente ao ocorrido. Ele contou sobre a união dos marinheiros para alcançar um desejo coletivo (como aconteceu), e em vez de mostrar a derrota, ele trouxe a vitória (o que não aconteceu). Assim ele conquistou ainda mais o público, através de um sentimento feliz e de esperança.
Alguns problemas de produção atrapalharam e atrasaram as filmagens. Primeiro que Eisenstein precisava de um barco igual ao da época, já que o barco é o personagem principal do filme e traz embutido nele a idéia de coletividade. Na enseada de Sebastopol estava ancorado um barco idêntico ao Potemkin, chamado Os Doze Apóstolos. Porém ele não estava em condições de uso. Eisenstein improvisou. Virou a proa para o mar (assim não apareceria a costa) e depois montou uma maquete que foi utilizada para filmar os planos gerais do barco. As tomadas foram tomadas realizadas na piscina mourisca dos banhos públicos de Moscou. Quem diria que aquilo era uma maquete, hein?
Já a cena da escadaria, uma das mais famosas do filme, não estava no roteiro. Ela simplesmente aconteceu e coube na hora da montagem. Aliás, a montagem do filme só foi terminada horas antes da sua primeira exibição, em 21 de dezembro de 1925. Imagine que Eisenstein tinha apenas 27 anos.
O filme traz a idéia do épico e da tragédia. Eisenstein se recusou a usar atores profissionais no seu filme. Ele fez uma seleção criteriosa entre pessoas comuns. Pode-se dizer que isso encaixa-se também na esfera ideológica do seu filme e da época, que recusava o capitalismo e individualismo. Pra quê então usar atores profissionais, se as pessoas comuns podem ser usadas também? Foi isso que Eisenstein fez, reafirmou a idéia do coletivo. O filme é um show de emoções. As expressões, câmeras em close, a cena da escadaria, as pessoas chorando com a morte do marinheiro Vakulintchuk, o idealizador da revolta no filme.
A princípio o filme não é a coisa mais atrativa para se assistir. Mas a narração, a trilha sonora (indicando momentos de clímax, calmaria e suspense) e as imagens (que não são fixas) embalam o filme e tudo passa muito rápido.
Além de um trecho do filme deixo também um dos últimos trechos apresentados no filme: “A bandeira da liberdade tremulava sobre todos”. Hurra! (Como os marinheiros gritam).






Fontes de Pesquisa:
Ø http://www.dvdmagazine.com.br/rubens/historia_5.htm
Obs: Não há informações sobre o livro "Eisenstein" de Arlindo Machado. Esse fica para amanhã!

Por Fernanda Giotto Serpa

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Que horror! Ou não...

Trabalho, faculdade e cuidados com a casa estão me deixando mais afastada do blog. Mas estou fazendo o que dá e escrevendo no mais tardar da noite. Então, caso haja erros ou frases sem sentido, relevem! A madrugada não é o melhor horário para escrever textos. Apesar da falta de tempo, sempre dá pra arranjar uma brecha para um filme. E ontem foi assim. Uma brecha meio comprida, eu diria, já que se trata do filme “Apocalypse Now”, de Francis Ford Coppola.
São três horas de pura produção e investimento técnico. O filme já começa bem com a música The End, do grupo The Doors e imagens de explosões no fundo. A combinação do ritmo calmo, da letra relacionada à violência e mais as cenas de ação foi uma combinação absurda, mas ao mesmo tempo perfeita. A trilha sonora não modifica o sentido da cena, diferente dos vídeos que a Tatiana colocou aqui nos blogs.
“Apocalypse Now” é ambientado na época da Guerra do Vietnã. O capitão Benjamin L. Willard, interpretado por Martin Sheen, é convocado para uma missão especial: matar um famoso general, Walter Kurtz (interpretado por Marlon Brando), que enlouqueceu durante a guerra e está cometendo loucuras com as pessoas adeptas as idéias dele.
O filme mostra toda a viagem de Willard até chegar ao destino. O clímax do filme, que é o encontro dos dois, acontece apenas na última parte. O filme é uma obra-prima de efeitos e técnicas de iluminação. Marlon Brando só aparece na escuridão ou com envolto por sombras. Mas o motivo dele vai além do aparato técnico. Marlon Brando estava 40 quilos acima do seu peso. Ele foi um estorvo para Coppola. Ele não leu o script e nem o livro no qual foi baseado o filme. E quando leu quis recusar o papel. Foi uma fase ruim da sua carreira, ele estava bebendo mais do que devia. Depois de muito “teretete” ele concordou com a condição de nunca aparecer na luz nitidamente.
Além disso, “Apocalypse Now” contou com a presença de um furacão, que destruiu os sets de filmagem – que eram nas Filipinas – e atrasou 10 meses as gravações. Martin Sheen teve um ataque do coração durante as filmagens, o que atrasou mais ainda a produção, e Coppola ameaçou suicidar-se inúmeras vezes. Logo se vê que o clima era muito amigável nos sets de filmagem. Deve ser por isso também que “Apocalypse Now” é totalmente depressivo e angustiante.
Aliás, esse foi outro trunfo de Coppola, conseguir por na telona um sentimento forte de desgraça, angústia e depressão. A Guerra do Vietnã foi isso, um show de horrores. E Coppola não se deteve para mostrar isso. Você sente o que foi a guerra através da trilha sonora, da cor das imagens (muitas vezes puxadas para um vermelho), tipo de luz e, óbvio, a personalidade dos personagens do filme e a maneira como eles se transformam no decorrer dos acontecimentos. Não podemos esquecer-nos da sensação de calor e abafamento que é muito nítida no filme, deixando claro como era o clima na região.
Cada um vai enlouquecendo do seu jeito. O mesmo acontece no local onde o personagem de Marlon Brando está instalado. As pessoas estão loucas e descontroladas, mas de uma maneira estranha, que incomoda o espectador. Nada parece real no filme. É como se tudo fosse um pesadelo.
O filme não é ruim, é apenas cansativo. As cenas são longas, as ações são demoradas e tudo é pensado demais às vezes. Como eu já estava sem paciência, muitas vezes o filme passava a ser entediante. Há coisas também que não fazem muito sentido. Como quando eles chegam num local onde residem alguns franceses. Eles não têm nenhuma relação com a história, a não ser estarem no meio da Guerra também. A única parte boa do diálogo é quando o francês joga na cara do capitão Willard que os EUA estão lutando por nada, como uma crítica à guerra infundada.
Quem faz uma pontinha no filme também é o Harrison Ford (que eu não reconheci de tão novo que ele era). Robert Duvall e Dennis Hopper fazem papéis importantes no filme, mas não aparecem durante muito tempo.
Em minha opinião o filme é uma obra-prima de Coppola, mas não se compara ao Poderoso Chefão. O único problema do filme é a velocidade com a qual se desenrolam os acontecimentos. Talvez esse fosse o objetivo do diretor também! Nunca se sabe... E também há algumas coisas que não fazem sentido. Seria o caso de assistir mais uma vez para entender. Quem sabe um outro dia, certo?
Deixo aqui a última frase do filme: “O horror”. Agora basta você assistir e decidir se o filme é um horror ou não. Eu fico com o meio termo...

Por Fernanda Giotto Serpa

domingo, 24 de maio de 2009

Sete

Passou-se 10 minutos do filme e nada de entender, mais 10 e continuou na mesma. Meia hora se passou e as coisas começam a se explicar. “Sete Vidas” é assim. Você começa sem entender o que o personagem de Will Smith faz, qual o conflito que ele está vivendo e porque ele toma certas atitudes no início do filme. Como, por exemplo, quando ele liga para o cego Ezra Turner, muito bem interpretado por Woody Harrelson (mesmo que a participação tenha sido pequena), e começa simplesmente a humilhá-lo. Nada faz sentido, é preciso ter calma para ver a história engrenar.
Will Smith interpreta com maestria o papel de Ben Thomas. Você pode não entender o porquê das atitudes dele, mas você sente a angústia e revolta do personagem estampadas na cara do ator. Esse é o segundo filme que Smith faz com o diretor Gabriele Muccino. O primeiro foi "A Procura da Felicidade", no qual trabalhou com seu filho. A carga dramática dos personagens de ambos os filmes são parecidas. Dois homens que possuem dramas internos e tentam buscar soluções para suas vidas.
Ben Thomas faz um agente da Receita Federal. Ele guarda com ele uma misteriosa culpa. O filme começa com ele ligando para o 991 e dizendo que vai cometer suicídio. A partir daí o filme volta no tempo e a história passa a se desenrolar. Há o uso constante de flashback no filme, e aos poucos você compreende a vida de Ben Thomas.
A função do seu personagem é salvar a vida de sete pessoas (por isso Sete Vidas). O número sete aparece logo no começo, quando a voz dele em narração diz “Deus criou o mundo em sete dias. Eu destruí o meu em sete segundos”. O filme mostra aos poucos como ele alcança cada uma dessas pessoas. Ele as testa para saber se elas são realmente dignas de serem ajudadas.
Emily Posa, interpretada por Rosario Dawson, é a personagem que mais se desenvolve entre os sete que serão ajudados por Ben. Eles criam uma relação muito próxima. Ela sofre do coração e tem pouquíssimas chances de sobreviver, já que está na fila de espera e possui um tipo sanguíneo raro. Ben acaba se envolvendo mais a fundo com a situação de Emily, comparado aos outros personagens. Ao mesmo tempo em que isso acontece as verdadeiras intenções de Ben passam a serem mostradas ao público.
Gostei muito do filme. Acho que ele possui uma boa finalização, ele conclui o filme. Acredito que o filme leve muitas pessoas ao choro rapidinho. O que não foi o meu caso. Não que ele não seja dramático o suficiente, mas não o achei tão apelativo para me levar a pegar alguns lencinhos.
Interessante como ele usa uma imagem mais plastificada e um som diferente para distinguir os flashbacks. Na imagem você não consegue ver perfeitamente o que acontece, isso só é revelado no momento final do filme, para explicar com exatidão os motivos da atitude de Ben. E o som valoriza tudo o que está próximo do personagem, como se abafasse o som exterior. Dá uma sensação de incomodo você não visualizar e nem ouvir perfeitamente as cenas.
Vale a pena conferir. Um bom filme, até para um domingo. Eu acho sofrido assistir dramas aos domingos, mas não tive problemas com esse.
Deixo o trailer aqui!



Por Fernanda Giotto Serpa

sábado, 23 de maio de 2009

Como havia prometido!

Bom, como eu havia falado em outro post, vou deixar aqui as fotos do nosso sábado de gravação da cena de "Os Infiltrados". Um trabalho do caramba esse, hein! Mas ele está quase finalizado, falta apenas uns últimos acertos e sucesso!
Acabei de assistir ao filme "Sete Vidas", mais a noite eu posto a minha opinião sobre o filme. Por enquanto posso dizer que é muito bom. A narrativa dele é muito interessante, mas depois eu falo mais sobre isso...
Mas aí vai o nosso ensaio fotográfico! Agora que notei que faltou a foto do grupo inteiro. Aiaiaiaia...isso não pode voltar a acontecer hein...


























Os vídeos não estão querendo carregar, vou tentar postar mais tarde! E tá aí a galera do tomada1!
Por Fernanda Giotto Serpa

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Scorsese por escrito

Terminei ontem o livro “Uma viagem pessoal pelo cinema americano”, de Martin Scorsese e Michael Henry Wilson. Primeiramente o livro tem um grande ponto a seu favor: o apelo visual. Ele é completo de fotos que ilustram os textos. Não que eu goste de ver só figurinhas, mas a imagem vem como um importante complemento e estimulante da leitura, já que o livro trata de gêneros dentro do cinema exemplificados por filmes.
Enquanto lia o livro eu notei um Scorsese muito humilde na sua posição de escritor, mas também diretor. Ele se coloca como um observador e admirador de tudo aquilo, tanto que no livro ele diz: “(...)optei por destacar alguns dos filmes que coloriram meus sonhos,m que mudaram minha percepção e, em alguns casos, minha própria vida. Filmes que instigaram para o bem ou para o mal, a virar cineasta”. Estamos mergulhando dentro da mente de um Scorsese espectador, como nós.
O livro é dividido em cinco partes. A primeira parte se trata do dilema do diretor. Todos sabem que Hollywood é um grande monopólio cinematográfico, que dita suas regras e que obrigam a grande maioria a se adaptarem a elas. Para muitos diretores a melhor maneira de burlar essas regras era produzindo filmes “B”, de baixo orçamento. Esse tipo de filme não era essencial para os homens do dinheiro, logo se tinha muito mais liberdade de deixar o filme da maneira que você queria e não com a cara da indústria para qual se trabalhava. Desse modo diretores começaram a construir um estilo próprio e seus nomes eram escritos “acima do título” – palavras de Frank Capra. Aliás, foi Capra que teve também a idéia de “um homem, um filme”. Para ele todo filme deveria ser produzido por um homem – o diretor. Assim seus filmes teriam a sua marca, e não um produto montado de uma indústria. Scorsese traz trechos de cenas e diálogos de filmes sobre o assunto, como o filme “Assim estava escrito”, de Vincent Minnelli, que mostra Hollywood na visão dele.
O capítulo dois do livro fala do diretor como um contador de histórias, com a função de proporcionar entretenimento através da ficção – documentários estavam em baixa. Dessa maneira surge o studio system, que é o cinema divido em gêneros, com formatos pré-determinados. É como dizer que todo faroeste tem um mesmo roteiro geral: vilão, bandido e mocinho. Amor, mentira, traição e reconciliação. Final feliz depois do clímax. É como as comédias românticas de hoje. Sempre um casal bonito que se encontra e apaixona-se instantaneamente, desentende-se no meio do filme e no final descobrem que se amam e tudo termina num “feliz para sempre”. Nada contra, eu até gosto de assistir filminhos assim, mas são extremamente previsíveis.
No livro Scorsese trata de três gêneros que foram importantes para a história do cinema: faroeste, gângster e musical. No início os faroestes idealizavam o lado oeste americano com uma estética aprimorada e personagens cativantes. A partir dos anos 50 isso muda. Há uma desconstrução dessa realidade. O interessante é analisar que o cinema nunca está estagnado. Quando as coisas se tornam mesmices cansativas, o cinema se reinventa. Clint Eastwood fala no livro sobre isso e dá um exemplo clássico de desconstrução do mito, que é “Os Imperdoáveis”. O mocinho do filme era na verdade o bandido. A maneira como a história se encerra foge do “paz e amor”. As coisas se resolvem da maneira que precisam se resolver e ponto final.
Já os gângsteres vieram para escancarar a violência e ilegalidade da época. O interessante é que isso é muitas vezes visto como algo charmoso. Eles são bandidos e ninguém nega, mas não são medíocres. O que eles fazem, fazem bem. As organizações eram vistas com respeito, tanto que Al Capone é um mito até hoje! A lealdade entre membros e a frieza com a qual lidavam com a deslealdade tornou-se algo admirável. Pode parecer meio chulo, mas é como os traficantes são vistos dentro de uma favela. Pessoas que cometem crimes abertamente, mas ganharam o respeito de todos que vivem por ali e retribuem isso garantindo segurança.
E o musical vem envolto de toda produção mais trabalhosa e preocupada principalmente com a estética. Segundo Scorsese, o musical emergiu na época da Depressão, como um caminho para fugir do momento ruim em que a sociedade vivia no momento. A primeira mudança dentro do gênero foi a conclusão de que um musical no palco não foi feito para o cinema. Busby Berkeley, um ex-professor de dança, usou e abusou das câmeras. Aproveitou angulações e movimentos de câmeras e deu ao cinema a verdadeira cara do musical. A partir daí Vincent Minnelli mudou o cenário do musical. Nada de Broadway! A ambientação acontecia no Meio-Oeste, e os atores cantavam suas emoções. A partir de 1940 o lado mais sombrio da época e da vida passou a ser retratado nos musicais também, da mesma maneira que aconteceu com o faroeste e gângster.
Para Scorsese o diretor de cinema pode ser um ilusionista, contrabandista ou iconoclasta. Ilusionista pela parte técnica que, obrigatoriamente, o diretor deve dominar. Para saber o que se quer de uma cena ele deve entender os procedimentos técnicos para se chegar ao objetivo. Ele cita vários diretores que revolucionaram técnicas ou fizeram pequenos “chunchos” que até hoje são usados no cinema. Quando ele trata dos diretores como contrabandistas voltamos ao assunto da manipulação das grandes indústrias. Os contrabandistas são aqueles que se desvencilham do sistema e buscam, com orçamentos mais baratos, colocar a sua idéia na telona. Afinal, de que adianta ter uma grande estrutura e dinheiro de sobra se você não pode expressar o seu desejo?
E com isso entra em cena o film noir, que valoriza sempre o lado sombrio da vida americana, mostrando que nem tudo termina com um final feliz. Os personagens sempre viviam histórias polêmicas, como o estupro, por exemplo. Eram temas fortes, com cenas mais angustiantes e finais sem sorrisos. Sexo e violência eram temas usuais no film noir. Na estética ele também tinha as suas próprias características, como o contraste forte entre branco e preto.
E por último temos o diretor iconoclasta, que é aquele que não deixa as idéias nas entrelinhas, como os contrabandistas. É o diretor que fala na cara, escrevendo de maneira bem direta mesmo. Ele expõem assuntos não comuns abertamente e explora da maneira que bem entender. Era a realidade nua e crua.
Aqui eu expus rapidamente os assuntos principais do livro, mas a riqueza maior está nos exemplos que Scorsese usa o tempo todo, colocando diálogos e sua opinião sobre filmes, atores, atrizes e diretores. Gostaria também de ter assistido a grande maioria dos filmes que ele expõe ali, para conseguir visualizar de fato o que ele quer dizer. É um livro de leitura fácil e rápido. Scorsese escrevendo não é nada mau também!

Por Fernanda Giotto Serpa

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Tamanho não é documento

Fora do normal, porem dentro dos padrões de filmes de animação. Eu estou falando do filme Kung Fu Panda. Muito divertido, porem tem seus momentos tristes e que nos faz acreditar que no final tudo pode mudar. Como protagonista,um personagem que ninguém tinha pensado antes, um urso Panda, ele sonha em ser um famoso lutador e como todos nós, tem seus ídolos,porem, com alguns problemas evidentes que não o favorecem em relação aos outros personagens, como por exemplo, a grandeza de sua musculatura e ser totalmente desajeitado.

Título Original: Kung Fu Panda
Origem:4 de Julho de 2008, nos Estados Unidos
Direção: Mark Osborne e John Stevenson.
Roteiro: Jonathan Aibel e Glenn Berger, baseado em história de Ethan Reiff e Cyrus Voris.
Produção: Melissa Cobb.
Fotografia: Yong Duk Jhun.
Edição: Clare De Chenu.


Por Mariana Virgilio

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Quem sabe o último sobre "Os Infiltrados"

O que podemos concluir, depois de todo o trabalho, sobre o filme “Os Infiltrados”? Mais uma grande obra de Scorsese, obviamente, mas que leva certas características do diretor à risca. Primeiramente vou falar daquilo que está mais na cara: a trilha sonora. Os filmes de Scorsese nunca falham na trilha sonora.
No filme “Os Infiltrados” a principal música é “Gimme Shelter”, que é interpretada por ninguém mais, ninguém menos que a banda Rolling Stones – uma grande favorita de Scorsese. Seus filmes geralmente são embalados por trilhas voltadas para um rock´n roll, ou releituras de músicas mais clássicas. Além de Rolling Stones, Scorsese usa muito Eric Clapton, The Who, Beach Boys, Roger Waters e muitos outros nomes conhecidos por aí.
Outro ponto em comum entre os filmes de Scorsese é o psicológico do personagem exposto para o espectador. Táxi Driver, Cassino, Touro Indomável, A Última Tentação de Cristo trazem nos seus protagonistas conflitos ideológicos, que geralmente os levam ao auge e logo a seguir à derrocada. Como o personagem de Robert De Niro, em Touro Indomável, Jake La Motta, que começa como um grande lutador e termina como um comediante miserável. Ou ainda em Os Bons Companheiros, onde o personagem de Ray Liotta, Henry Hill, começa como um poderoso gângster e termina como qualquer um fugindo dos seus ex-companheiros. Táxi Driver é o extremo dessa busca pelo psicológico do personagem. De Niro é um veterano da Guerra do Vietnã totalmente perturbado, que não aceita os horrores do mundo. Toma atitudes controversas o tempo inteiro. A própria estética do filme ajuda na formação do personagem. Em Os Infiltrados temos Colin Sullivan, interpretado por Matt Damon, que está na polícia, mas é um infiltrado do mafioso Costello. E temos também Billy Costigan, Leonardo Di Caprio, que é da polícia e está infiltrado no grupo de Costello. São duas personalidades apostas, um contraste perfeito e claro. Mais claro que isso só o personagem de Jesus Cristo, no filme A última tentação de Cristo.
Já que falamos de Robert De Niro, podemos dizer que ele pode ser considerado uma constante nos filmes de Scorsese, já que esteve presente nas produções mais bem sucedidas do diretor. Na realidade era para ele ter participado de “Os Infiltrados”, mas por problemas de agenda Jack Nicholson foi escalado para o papel – o que ficou perfeito. A parceira começou no primeiro filme de sucesso de Scorsese – Caminhos Perigosos. Depois disso somente produções de sucesso acompanharam esses dois.
Os Infiltrados foi um filme de extrema importância para o diretor por ter dado a ele o Oscar de Melhor Diretor. Acredito que esse seja o ponto mais relevante da obra em relação a vida do seu diretor. Essa conquista, que em minha opinião deveria ter chegado antes com “Touro Indomável”, chegou em 2006.
É um filme com um roteiro muito bem trabalhado nas suas tramas principais. A principal conclusão que posso tirar desse filme é que ele é, com toda a certeza do mundo, um excelente filme. É impossível não ficar ligado o tempo todo para o desespero de Billy Costigan e para a cara deslavada de Colin Sullivan. Ou ainda, é impossível não admirar a atuação de Jack Nicholson!


Acredito que os trabalhos sobre "Os Infiltrados" acabam por aqui! O próximo trabalho é sobre o Experimentalismo Soviético. Esse tipo de movimento vem para negar o cinema como mercadoria. Eisenstein é, talvez, o maior expoente do movimento russo, que surgiu após a Revolução de 1917 com o intuito de promover a ideologia socialista.
O cinema como propaganda foi uma grande sacada do governo soviético. Mas o que mais chama a atenção não é a maneira como ele é usado, e sim como é feito. Numa época quase sem recursos os truques de montagem, planos, câmera lenta e rápida são usados com maestria pelos diretores.
Dois se destacam: Eisenstein, que eu já citei, e Vertov, que foi responsável pelo filme "O Homem e Sua Câmera", de 1929.
Um dos filmes mais conhecidos que partem desse movimento é "Encouraçado Potemkin", que mostra o proletariado triunfando. E claro que não podemos deixar de comentar a famosa cena da escadaria e do bebê. Inclusive o filme "Os Intocáveis" faz uma referência ao filme quando utiliza essa cena na escadaria do metrô.
Ainda não assisti Encouraçado (não deu tempo) e não consegui dar andamento do livro "Eisenstein", de Arlindo Machado. Mas assim que eu conseguir eu esboço alguma coisa aqui no blog.
Amanhã vou postar algumas fotos e vídeos do nosso ensaio no sábado, antes das gravações do remake da cena! Não coloquei hoje porque deu problema aqui no blog, e o vídeo não terminou de carregar. Se eu for tentar colocar mais uma vez vai demorar muito, e já passa das 2 da manhã. Então, amanhã eu vejo isso, ou melhor, hoje!
Por hoje é só! Desculpe qualquer erro no texto ou mesmo superficialidade e repetecos, mas é que tá tarde e estou muito afim de dormir! Hahaha...Qualquer coisa amanhã eu melhoro isso...FUI!

Por Fernanda Giotto Serpa

domingo, 17 de maio de 2009

Adaptação Desfalcada

Bom, fui ao cinema. Aceito que adaptações tenham diferenças e que precisem de mudanças para chegar às telonas. Mas “Anjos e Demônios” exagerou. Personagens importantes são excluídos, a história muda e Robert Langdon continua um assexuado como escreveu o Omelete, o que não acontece no livro.

O livro conta uma nova aventura do estudioso Robert Langdon, que se vê na presença de um grupo historicamente extinto: os Illuminati. Aparentemente eles querem acabar com a hegemonia da Igreja, e fazê-la pagar pelos crimes que cometeu contra eles no passado. Eles sequestram os quatro "preferiti", que são os mais fortes candidatos a suceder o Papa, que morreu recentemente. Langdon tem a missão de encontrar os cardeais e acabar com essa vingança, através da história e seus símbolos.
Mas a adaptação tem seus desfalques. Primeiro, cadê o diretor do CERN, Maxmilian Kohler? É ele que chama Langdon para solucionar o crime que acontece no local. E sem falar que Langdon nem vai para a Suiça, vai direto para o Vaticano, onde conhece Vittoria. Kohler era essencial para a trama já que é ele que abre o livro e que é o responsável pelo fechamento dos acontecimentos também. Ele é o personagem oposto à situação da Igreja, virava um importante suspeito no decorrer da trama. Ele ficou doente quando era criança e perdeu o movimento das pernas, isso fez com que ele se afastasse e odiasse qualquer tipo de manifestação de fé, já que seus pais não chamaram um médico porque acreditavam que ele se curaria através de Deus. A participação dele é substituída pela atuação de outros personagens. Quem chama Robert para ir ao Vaticano é Olivetti, e quem fecha a trama é o chefe da Guarda Suiça. Para mim isso parece mais uma tapação de buraco.
Outro ponto importante que foi ignorado era a relação próxima de Vittoria Vetra com o cientista e padre assassinado no CERN. Até o nome do personagem mudou. No filme ele é Silvano, no livro ele é Leonardo Vetra, pai de Vittoria. Essa falta do sentimentalismo e fragilidade da moça, que aproximou Langdon e Vittoria na trama, fez falta para explorar o relacionamento que surge entre eles, que na verdade nem existe no filme.
O nome do carmelengo também muda. No livro ele é Ventresca e no filme ele é Patrick. A história do passado dele também não foi explorada e era importante para o andamento da história, já que o final acontece todo em função de seu personagem. Ventresca perdeu a mãe quando era criança, quando uma bomba explodiu na igreja na qual rezavam. Um bispo o adotou logo depois do ocorrido. Esse bispo foi o Papa que morre no início do filme. Sua história é que desencadeia todos os acontecimentos do filme. Ventresca foi fruto de uma inseminação artificial. Seu pai era padre (o Papa) e sua mãe era freira. Eles se apaixonaram, porém nunca tiveram relações sexuais. O desejo do padre de ter um filho aconteceu graças a ciência (por isso que o Papa era progressista e acreditava na união da fé e da ciência). A freira largou a vocação e fez uma inseminação artificial. Assim que acontece o acidente o padre, pai do menino, adota-o. Quando Ventresca descobre toda a história ele se revolta com o mundo científico.
São detalhes importantes que devem ser levados em consideração para o andamento do filme. Discordo um pouco com a opinião do Omelete em relação ao excesso de ação. O filme seguiu o que o livro propôs: um clímax atrás do outro. Não havia outro modo de mostrar o assassinato dos “preferiti” sem expor adrenalina, como o próprio livro faz.
A atuação de Tom Hanks com certeza é decepcionante. Faz tempo que não o vejo em filmes bons, como ele esteve em “A Espera de Um Milagre”, “O Naufrago”, “O Terminal”, “O Resgate do Soldado Ryan”... Langdon parece um personagem muito morno e sem expressão, o que não corresponde com o que lemos no livro. E outro comentário, Vittoria Vetra aparentava ser mais bonita no livro e morena também. No filme ele é uma branquela nariguda. Nada contra branquelas, aliás eu sou uma. Mas a aparência dela não bate com o livro.
Mas apesar de todas as diferenças (e tem mais do que essas que coloquei aqui no blog) é filme não é de todo ruim. Eu teria dado 3 ovinhos, e não 2. O filme tem seu lado envolvente. Aliás ouvi duas velhinhas no shopping que adoraram o filme, apesar de mexer um pouco com a imagem da Igreja, segundo elas. Hahaha...
“Anjos e Demônios”, em minha opinião, é melhor livro e agora melhor filme comparado ao “O Código da Vinci”. Leiam o livro! Ele é cheio de pirações e absurdos, mas vale a pena como um passatempo e lazer.
Agora minha próxima missão é assistir “Encouraçado Potemkin”. Estou com ele aqui em casa. Comecei a ler também o livro Eisenstein para entender um pouco mais sobre Experimentalismo Soviético (graças a professora Celina, que tem todos os livros do mundo..hahah..é sério!). Daqui uns dias vou escrever sobre. E professora, pode ficar tranqüila, vou devolver seus livros, assim que puder! Hahahaa...
Pessoal, assistam aos vídeos que a Tati colocou no post dela! É engraçado, vale a pena, e mostra exatamente o que ela falou. A influência da trilha sonora é fundamental para o significado da situação e para os sentimentos que se deseja ter do espectador.
Assisti hoje também “Força Policial”, que é bom, e “O Acompanhante”, fraco pra caramba. Perdi duas horas do meu dia. Ainda tenho mais dois filmes pra assistir: “Apocalypse Now” e “O Vizinho”, além do Encouraçado. Preciso de mais horas para o meu dia! Mas acho que por hoje é isso. Até...
Vou deixar o trailer do "Anjos e Demônios":


Por Fernanda Giotto Serpa

Uma Luz No Fim Do Túnel

O expresso da meia-noite não é um trem, mas com certeza é uma viagem que todos os prisioneiros gostariam de fazer. Entre eles está Billy Hayes, um americano que tenta contrabandear drogas da Turquia para os EUA, mas, por uma infeliz coincidência de eventos, é revistado e flagrado no embarque de seu avião. Ele é preso e passa vários anos de sua vida em uma prisão turca. Essa é a história do filme “O Expresso da Meia-Noite”, baseado no romance homônimo, escrito pelo próprio Billy Hayes, contando as suas experiências reais como presidiário na Turquia. O título se refere a uma gíria de prisioneiros, ou seja, pegar o “expresso da meia-noite” significa fugir da prisão. Essa idéia, a princípio, não é muito tentadora para Hayes, já que ele é condenado a “apenas” quatro anos de prisão. No entanto, a justiça turca resolve alterar sua pena para prisão perpétua, restando a ele uma única saída para ser livre: a fuga.
O filme retrata a prisão, e a prisão turca em especial, como um inferno. Os agentes da justiça e os guardas, como vilões, e o advogado de Hayes como um grande incompetente. O filme gerou protestos por parte dos turcos, que o consideraram péssimo para a imagem do país. O Expresso... pode até passar a idéia de que a prisão turca é um inferno, mas, ao menos aos olhos de um brasileiro, isso parece um exagero. Lá, cada um tem direito a sua cama e as celas estão muito longe de estarem lotadas. Lá, existe uma liberdade razoável de caminhar pela prisão. Os guardas são retratados como vilões que submetem os presos a torturas como método de disciplina. Mas, até ai, filmes americanos mostram as suas próprias prisões com guardas violentos, além de uma selvageria entre os próprios presos muito pior do que qualquer coisa mostrada no Expresso... E além de tudo, não devemos esquecer que Billy Hayes realmente cometeu um crime e que ele teve direito à defesa. Neste ponto, os turcos não foram exatamente injustos ou errados.
Nada disso, no entanto, tira a empatia do espectador por Hayes. Afinal é um sujeito mostrado como vítima das circunstâncias, alguém que tentou se dar bem no lugar errado, na hora errada. Seu drama não é aquela prisão em especial, não são aqueles guardas em especial, nem mesmo é a Turquia. Seu drama é ser um prisioneiro que jamais será solto, em uma terra desconhecida, com pessoas estranhas e pouca esperança. Esperança essa que se deteriora a cada dia, inclusive dando a ele, com o tempo, um aspecto de louco, alucinado, quase um morto-vivo. Porém, existe uma luz no fim do túnel. O túnel por onde passa o expresso da meia-noite.


Oliver Kovacevich Altaras

sábado, 16 de maio de 2009

Trilha Sonora...

Não tenho mais nada a acrescentar sobre o nosso dia de gravação hoje. Foi super cansativo, super desgastante, mas, com certeza, uma experiência pela qual vale à pena passar. Também não estou aqui pra fazer critica a nenhum filme. Ontem passeando pelos sites da internet assisti a alguns vídeos que me fizeram pensar em como a trilha sonora é importante para um filme! Você não consegue imaginar como o som influencia ou como aquela super cena não é nada com a música errada.
Ontem assisti a alguns vídeos que mostram cenas clássicas de certos filmes com as músicas erradas... é absurda a diferença que dá! Sempre morri de medo daquela cena que a menina do Exorcista está possuída na cama... Assisti com outra trilha e juro... dei risada! É estranho, mas a cena não tem o mesmo impacto... não é tão forte ou não faz sentido.
Todos esses detalhes precisam ser pensados e repensados várias vezes para que o filme chegue do jeito que vemos nas telas de cinema ou no DVD. Mas será que damos o devido valor para esse trabalho todo!? A regravação da cena hoje e os vídeos de ontem me fizeram pensar que às vezes subestimamos o que estamos vendo. Tudo passa tão rápido e parece tão simples... Que nem parece que tiveram trabalho pra fazer... Tudo parece tão natural. Não sei vocês, mas eu preciso rever meus conceitos...
Aqui estão alguns dos vídeos, espero que se divirtam:


Duro de Matar -



O Exorcista -



Matrix -



Batman Begins -



O Fugitivo -



Kill Bill -



Pulp Fiction -



Por Tatiana Olegario da Silva

Ohhhh! Fancy policeman...



Hoje a comemoração foi em grande estilo! Depois de um cansativo dia gravando a cena de “Os Infiltrados”, nada melhor do que ir ao Jardins Grill. Quanto ao valor eu prefiro não comentar, nem quanto a quantidade de comida consumida. O grupo tomada1 ficou desfalcado, mas não se preocupem, comemos por todos! Como diz o Japonês esse foi o dia “de vez em quando” pra gastar. O próximo será o “de vez em nunca”.
Chegamos à PUC nove da manhã. Antes disso pegamos a câmera e compramos um cafézão no Mc Donald´s (precisávamos dos copos para usar na cena). Quando todo o grupo chegou começamos a preparar os figurinos e preparamos o elevador (sim, usamos o elevador da PUC mesmo, infelizmente).
A parte mais difícil foi nos adequarmos ao nosso precário cenário. Colocar sete pessoas dentro de um espaço minúsculo e pegar os ângulos de câmera que correspondiam ao filme deu uma bela dor de cabeça. Sem falar nos probleminhas de luz estourada e o “piiiiii” no sensor que não parava nunca. Mas acredito que alcançamos o objetivo. Segunda-feira vamos editar, e tenho certeza que o resultado será satisfatório. E caso não seja, valeu pela experiência. Foi muito divertido! Apesar de acordar cedo em pleno sábado e ir almoçar só às 15:30 da tarde.
Quando se faz um exercício desse você passa a entender o porquê que em gravações de grande porte são gravados apenas 2 ou 3 minutos por dia. É muita coisa para pensar e se preocupar. Continuidade, enquadramento, luz, falas, som, cenário, figurino – é um catatau de coisas. Produção é definitivamente indispensável!
Agradeço a colaboração de todo o grupo, que foi muito parceiro nessa hora e, lógico, pela diversão! tomada1 em “Os Infiltrados” na quarta-feira. Não percam! Vou colocar o vídeo aqui no blog. E abaixo a cena completa:



Acima está a foto de uma parte da cena que regravamos. As fotos que tiramos hoje estão com o Dani! Espero que ele me passe de uma vez, ou que poste aqui no blog. É o mínimo, hein Daniel? Temos vídeos também...semana que vem estará no blog!

Já que estamos falando de “Os Infiltrados”, vamos falar também de Scorsese. O próximo trabalho dele será a cinebiografia de Frank Sinatra. Mal anunciaram a novidade e já existem muitas especulações para saber quem vai interpretar o protagonista. Johnny Depp é o primeiro boato, anunciou o blog Deadline Hollywood. O blog soltou também que o ator que interpretará Sinatra não vai cantar no filme, já que o estúdio conseguiu os direitos da gravação do cantor. Esse boato sobre Depp coloca em xeque a predileção de Scorsese por Leonardo Di Caprio, seu mais novo protegido. Mas como o filme ainda nem tem data para começar a produção, muitas coisas vão rolar por aí ainda.
Outra boa notícia hoje! A revista SET que estava temporariamente fora do mercado volta a funcionar nesse mês de maio. A equipe de jornalistas que produzia a revista mudou, logo haverá mudanças na sua linha editorial também. Mas o importante é saber que essa importante revista, que está desde 1987 no mercado não deixe seus leitores na mão. O novo responsável pela redação será Mario Marques.
A idéia principal é resgatar os fãs de cinema que eram assinantes da revista, um número de pessoas que diminuiu consideravelmente nesse último ano. A linha editorial vai mudar também. Marques disse que vão tentar trazer mais entrevistas exclusivas, e não focar tanto em super-heróis de quadrinhos e blockbusters. Eu, sinceramente, acho uma pena. Confesso que adoro e prefiro blockbusters, por mais que sejam voltados para um lado mais comercial! Desejo vida eterna aos blockbusters...hahaha! Mas enfim, as mudanças estão ocorrendo aos poucos. Será o leitor que dará a palavra final. Assim que puder, vou na banquinha para conferir.
Amanhã vou ao cinema assistir “Anjos e Demônios”. A crítica não foi muito calorosa com o filme. Na realidade a crítica destroçou o filme. Disse que Hanks faz o mesmo papel automático que apresentou em “O Código da Vinci”, e que o personagem dele, Robert Langdon, é um assexuado herói caxias. Disse também que dá para sentir vergonha por Ewan McGregor como o camerlengo Patrick McKenna. Comparam-no com Wolverine e o chamam de Super Padre. Resumindo, a crítica diz que o filme é apenas um excesso de ação, sem chance de respirar, e que apenas é válido pela boa produção. 2 ovinhos no Omelete. Nada bom, mas vou conferir.
A minha frase final hoje é: “Ohhh! Fancy policeman”, em homenagem à personagem da Tatiana no filme! Hahahaha... escutei isso mais de 100 vezes hoje!

Por Fernanda Giotto Serpa

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Já está pegando...

Lançado em Outubro de 2006,o filme comedia de ação e aventura, O bicho vai pegar, foi o primeiro longa metragem animado da Sony Pictures Animation. Boog (Martin Lawrence), e um feliz urso pardo domesticado, tem sua vida perfeita virada de cabeça para baixo depois que conhece Elliot ( Ashton Kutcher), um esquelético cervo tagarela.
Na tranqüila cidade de Timberline, o urso de 400 Kg Boog tem a vida que pediu a Deus. Ele passa seus dias como a estrela dos shows ecológicos da cidade e suas noites em suas luxuosas acomodações na garagem da Guarda Florestal Beth (Debra Messing) que o criou desde filhote. Toda cidade tem um valentão e Timberline tem o paranóico caçador Shaw (Gary Sinise). Shaw acredita que os animais estão conspirando contra os humanos, “Então nós temos que pegá-los antes que eles peguem a gente”! Quando ele chega na cidade com o cervo de um só chifre – Elliot - amarrado ao capô de sua caminhonete, Boog pensa duas vezes antes de interferir. Mas, motivado pelos pedidos de socorro de Elliot, Boog – indo contra o bom senso – o liberta. Ele nunca imaginaria ver Elliot de novo. Dirigido por Roger Alles, Jill Culton e Anthony Stacchi, apenas Roger Allers já tinha dirigido um longa-metragem antes de O Bicho Vai Pegar. Ashton Kutcher e Martin Lawrence jamais se encontram durante as gravações de seus personagens para O Bicho Vai Pegar.
Por Mariana Campos Virgilio

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Janela Aberta

Um homem tenta lembrar se fechou uma janela. Um fato simples e corriqueiro; uma janela aberta; uma mente confusa. Um show de montagem e uma trilha sonora envolvente. Tudo representado de maneira magnífica neste curta de Philippe Barcinski.
Não vou me estender muito por aqui. Basta assistir.





Se tiver remédio para o personagem, me avisem.


Douglas Trevisan

Relatos sobre um elevador!

Vou escrever rapidamente sobre como anda as coisas na nossa reprodução da cena “Os Infiltrados”. Escolhemos a cena na qual Matt Damon, no papel de Colin conhece Madolyn, a psicóloga. A cena acontece dentro de um elevador. Aparentemente tudo muito simples. Nós também achávamos isso até começar a procurar o bendito elevador!
Precisamos de um elevador grande, que caiba 7 pessoas dentro folgado e que seja de inox (não sei bem se é o material, mas é o que parece). Se alguém, por acaso, conhecer um desse me avise urgentemente. Caso contrário, teremos que apelar para o elevador apertadinho da PUC.
O pior é sabermos que existe o elevador perfeito. Ele está lá, no Shopping Itália. Na verdade são 8 deles, igualzinho ao do filme. Espaçoso, sem espelho, inox, até a luz é igual. O problema é que não autorizaram nossa gravação lá. Quem sabe amanhã a gente vá lá importunar um pouco mais, tentarmos ser mais convincentes e se tudo der certo, conseguir o tal elevador.
Os figurinos são tranqüilos. O maior problema é que os guris do meu grupo têm um sério problema com ternos, eles não os têm! Mas isso não é nenhum grande desafio, empresta dali, pega daqui e no final todos estarão nos seus papéis. Nossos grandes figurinistas serão Giselle, Mariana, Oliver, Gui e Douglas.
Já os atores principais serão representados por Tati e Igor! Nunca se viu antes um japonês interpretando Matt Damon! E também nunca se viu antes uma quase baiana interpretando uma loira americana! Hahaha... Essa que quero ver. Mas eu confio nesses dois, eles vão mandar bem nos diálogos. Se será em inglês ou português ainda não sabemos, mas de qualquer maneira eu sei que eles vão mandar bem na hora da ação.
Uma cena que tinha tudo para ser simples está nos dando uma pequena dor de cabeça. Mas acredito que no final vai dar tudo certo. Vamos entregar um bom trabalho nas mãos da Celina (a professora que inventa essas loucuras divertidas) e já começar a pensar no próximo trabalho, que terá uma próxima produção da Agência tomada1.
O próximo trabalho será sobre Experimentalismo Soviético. Nome comprido e aparentemente complicado. Vou tentar ler o máximo que eu conseguir e tentar descomplicar. Logo, quem vai me acompanhar nesse resto de semana é Eisenstein, e pelo menos uma das minhas sessões de cinema em casa será “Encouraçado de Potemkin”. Vou tentar ir mais além e tentar pensar numa futura produção que contenha as características desse movimento. Que venham os trabalhos! E que vão também, o mais rápido e bem feito possíveis!
Mas antes disso, eu ainda preciso de um elevador...

Por Fernanda Giotto Serpa

Do outro lado!

Na frente das câmeras os atores. Por trás delas, também. É assim que vem acontecendo com vários artistas, que não sei se por vocação, cansaço, vontade ou simplesmente alguma crise existencial decidem dirigir ao invés de atuar nos filmes. Inclusive alguns deles deixaram de atuar e passaram a se dedicar somente à direção como, por exemplo, Mel Gibson, que atuou e dirigiu seu primeiro filme em 1993 “O homem sem face”, continuou levando as duas atividades em “Coração Valente”, porém ultimamente foi visto nos créditos só como diretor em “Paixão de Cristo” e “Apocalypto”.
Um que não deixou de atuar apesar dos seis anos de experiência como diretor de três longas, foi George Clooney, responsável por “Confissões de uma Mente Perigosa” e “Boa Noite e Boa Sorte”, os mais elogiados. Sem contar os veteranos Clint Eastwood, Robert De Niro, Jack Nicholson e Anthony Hopkins que continuaram atuando mesmo tendo dirigindo filmes muito bons.
Um ator que me surpreendeu como diretor foi Johnny Depp, dias destes assisti “O Bravo”, o filme já deve ter mais de 10 anos, é um pouco desconhecido, mas ótimo. Depp atua no filme como Raphael, um índio americano pobre que vive num trailer com a mulher e dois filhos, um dia recebe uma proposta de MC Carthy (uma pequena aparição do amigo Marlon Brando), que propõe que ele aparecesse num filme sendo espancado até a morte. Numa cena que não seria encenada, seria real e em troca, receberia 50 mil dólares. Ele aceita. O prazo é de uma semana, a qual ele aproveita para ficar com a família e prepará-la inconscientemente para sua morte.
Depp não apela para a emoção, como em muitos filmes Hollywoodianos do mesmo gênero, o que nos dá liberdade e permite reações à história de uma forma pessoal, exigindo um envolvimento bem maior com o roteiro. Foi o primeiro e único filme dirigido e roteirizado por ele, e eu espero que não seja o ultimo, já que ele comprou recentemente os direitos do livro de Nick Hornby, “A Long Way Down”, para adaptação cinematográfica.

Por Giselle Farinhas

Regras


“Clube da Luta” é o tipo de filme que te leva a pensar uma coisa durante todo o filme e no final te passa uma rasteira e diz “te peguei”. Não era nada daquilo que você pensava! Você termina o filme e é capaz de se ver (sem um espelho) com uma cara de bobo. Eu adoraria contar o final do filme para poder expressar essa surpresa, mas óbvio que eu jamais faria uma maldade dessas. Sigo aquele velho ditado: “Não faça para o outro aquilo que você não gostaria que fizessem pra você”.
O filme conta com atuações brilhantes de Edward Norton e Brad Pitt. Edward Norton interpreta Jack, o tal do cara patético, que leva aquela vidinha mais ou menos confortavelmente. Até o momento em que ele não consegue mais dormir e a insônia o deixa louco. Ele encontra sua salvação em grupos de terapia (me diga se isso não é patético). Ele passa a conviver diariamente com pessoas que tem alguma doença, como câncer ou tuberculose. Ele então volta a dormir como um bebê, e se convence de que tem muito a agradecer.
Eis que aparece na história uma mulher chamada Marla (Helena Carter). Cara e tipo de se vestir de louca. Fuma feito uma louca e vai aos grupos de terapia para tuberculoso. Ela é uma versão feminina de Jack nesse aspecto. Ela vira o mundo dele para baixo. Do nada ele se vê perdido na insônia novamente. Ir aos grupos não dá mais certo. Em meio a essa loucura Jack encontra Tyler (Brad Pitt). Um cara tranqüilo, charmoso, descolado (gíria antiga hein), tudo o que Jack queria ser.
O mais chocante no filme é que eles resolvem brigar do nada. Simplesmente começam a bater um no outro pelo prazer, o prazer da dor. Não processei isso até agora . A partir dessa brincadeira, nada recomendável, eles começam a encontrar adeptos. O grupo cresce e as regras desse clube, chamado “Clube da Luta” são:
1 – Você não fala sobre o Clube da Luta
2 – Você não fala sobre o Clube da Luta
3 – Quando alguém disse “pare” ou perder os sentidos a luta acaba
4 – Só dois caras em cada luta
5 – Uma luta de cada vez
6 – Sem camisa, sem sapatos
7 – As lutas duram o tempo que for necessário
8 – Se essa é a sua primeira noite no Clube da Luta você precisa lutar
Apenas oito regras que criam um exército de homens alienados que apenas respeitam as ordens do clube. Respondem “Sim, senhor”, “Não, senhor”, admiram Tyler e Jack e estão unidos para por em prática o “Projeto do Caos” de Tyler. Ele é totalmente contra a sociedade do consumismo. Não acredita nas necessidades materiais e quer acabar com esse capitalismo selvagem.
Você nota que Jack não está normal em nenhum momento no filme. No começo ele é um coitado, que apenas sobrevive. E depois ele vira um ser cheio de raiva e extravasa isso sempre que pode, até o momento no qual ele perde o controle.
O filme faz uma crítica clara sobre a sociedade de hoje. Você percebe isso nas falas de Brad Pitt. Há momentos em que ele diz “Você não é o seu carro...não é a sua casa”. Ele apenas vive de idéias e vontades. Outra parte do filme que também mostra esse lado é quando eles vão roubar gordura de uma clínica que faz lipoaspiração para fazer sabão. Depois que eles fazem o sabão eles vendem nas melhores lojas, pois é o produto preferido das ricaças. Ricaças essas que fizeram a lipoaspiração. Um ciclo de consumo!
O grupo que ele forma é totalmente alienado, não tem pensamentos próprios e não questiona idéias. Isso me lembra muito o socialismo: acabar com o consumo, promover igualdade, mas não dar chance de questionamentos e criar uma hierarquia no grupo. Pode parecer abobrinha, mas foi isso que eu pensei.
O que choca no filme também é a maneira como é usado o som. Nos momentos de briga tudo o que está em volta fica mudo, você apenas escuta o som do impacto dos golpes. Não adianta fechar os olhos para não ver, é o som que intensifica essa sensação de mal-estar. O que você deseja é que aquela cena passe logo, simplesmente isso. O problema é que elas geralmente são mais longas.
“Clube da Luta” é um filme bom porque ele faz você pensar e questionar. O filme é cheio de absurdos, começando pelo grupo que se forma, pela maneira que acontece e depois pelo “grand finale”. Não é uma história simples de absorver. Ele não é convidativo, principalmente se for analisar cenários, histórias do personagem e a excessiva violência. Mas a regra número 1 do cinema (para mim) é: Assista e depois critique.
Vou por um vídeo com imagens do filme e a música tema do personagem de Edward Norton!

E só mais uma coisa! Quando deixei o recado para o pessoal do IN QUADRO esqueci da Amanda e da Marina! Desculpa meninas, mas é que me baseei nas fotos da gravação da cena e vocês não tavam por lá! Mas aqui fica meu abraço e meus parabéns aí pela remontagem da cena do Volver. To sabendo que vai ter muito molho de tomate na casa da Marina esse fim de semana! Hahahaa...
Por Fernanda Giotto Serpa

domingo, 10 de maio de 2009

Um Eastwood

“A Troca” é um filme dirigido e produzido por Clint Eastwood. Nada comparado ao seu último, “Gran Torino”. O filme é estrelado por Angelina Jolie e John Malkovich. É baseado na história real de Christine Collins. Seu filho desapareceu em março de 1928. Ela saiu para trabalhar e quando voltou para casa ele não estava mais lá.
Ela procura a polícia e depois de 5 meses eles dizem ter encontrado o menino. Detalhe que o menino não era seu filho. Abrir a boca para reclamar da polícia não era algo tolerável, afinal a cobrança da mídia era tanta que cometer um erro desses levaria a polícia de Los Angeles ao ridículo. O que fazer para calar a boca de uma mãe que recebeu a criança errada? Chamá-la de louca e mandá-la para um hospício não foi uma decisão difícil de ser tomada!
A história conta a luta dessa mulher que só queria saber do paradeiro do seu verdadeiro filho. Ela também teve o apoio do pastor, vivido por John Malkovich, que falava pela difícil situação dela através de uma rádio local. Mais uma vez a mídia intervindo em polêmicas.
Por ser uma história verídica os fatos saltam muito mais aos olhos. Um pequeno problema do filme é a atuação de Angelina Jolie, que muitas vezes exagera nas emoções. Óbvio que não se espera outra coisa de uma mãe que perdeu o filho, o problema é que Jolie não é natural nas suas expressões. Ela tenta ser tão convincente que acaba por não passar essa impressão. Mas ela conseguiu concorrer ao Oscar de Melhor Atriz, e acabou perdendo para Kate Winslet, pelo filme “O Leitor”.
A coisa que mais se destaca no filme, além do drama vivido pela mãe, é o batom extremamente vermelho de Jolie. A impressão que se tem do filme é que a imagem é mais pálida, as cores não ressaltam. Você não enxerga o verde vivo da grama, ou mesmo a cor vermelha do bondinho, mas é impossível não notar o batom vermelho de Jolie contrastando com a cor pálida de sua pele.
O que causa um pouco de incômodo no filme é a paciência, educação e racionalidade da personagem quando se trata da polícia ou justiça. Ela sempre tenta manter o controle, de maneira educada e polida. Ela pede, implora, diz ”por favor” e nada acontece. Ela não desiste e pede “por favor” mais uma vez. Ela chora em casa, no trabalho, sozinha, mas nunca expressa os sentimentos. E sem falar na maneira como ela chora, colocando a mão delicadamente sobre a face, como as mulheres dessa década faziam, primar pelos bons gestos e boa educação. Isso você nota quando a prostituta que ela encontra no hospício fala alguns palavrões, e ela a corrige dizendo que não são bons modos para uma moça.
Num todo não dá para reclamar do filme. É um filme bom sim, mas nada comparado às outras produções de Eastwood como “Sobre Meninos e Lobos”, “Menina de Ouro” e Gran Torino. Um bom drama. O que choca é a maneira que se resolve o filme e por saber que isso realmente aconteceu. Não posso contar aqui, porque eu acabaria estragando o final para quem ainda não assistiu.
Assisti também ao filme “Marley e Eu”. O Dani já comentou o filme por aqui. O que posso dizer é que ler o livro é muito melhor que assistir ao filme. Eu sou dessa opinião em 100% das adaptações. Quando você lê o livro e depois assiste ao filme fica nítida a quantidade de detalhes importantes que são deixados para trás, devido a duração e andamento da história. Se muitos choraram no filme “Marley e Eu”, pode ter certeza que o livro é muito mais tocante. Nada substitui as palavras de quem viveu com Marley, são os sentimentos que estão ali. No filme a presença de atores conhecidos muda um pouco a idéia que você tem da história. Lendo o livro você cria os personagens na sua cabeça. Eu, por exemplo, achei que a Jennifer Aniston não tinha nada a ver com a verdadeira dona de Marley. Enfim, o filme é legal, mas não deixe de ler o livro.
Vou deixar hoje aqui também o primeiro cartaz que saiu do filme “Transformers 2”. Por hoje é só isso mesmo!

Por Fernanda Giotto Serpa

sábado, 9 de maio de 2009

Sessão de Sábado

Assisti ao filme “Star Trek” hoje. Posso afirmar, com certeza, que vale a pena conferir. Eu, que simplesmente, nunca acompanhei o seriado Jornada nas Estrelas na minha vida gostei do filme. Não tenho muito o que dizer, já que no post passado eu deixei um pouco sobre a opinião do crítico do Omelete.
É aquilo mesmo, um filme muito bem produzido, com efeitos especiais muito bons e com uma solução muito boa do diretor para não decepcionar os fãs. O diretor Abrams usou o universo paralelo como uma forma de não excluir o original e ao mesmo tempo trazer algo novo para as telas. Abrams rejuvenesce os personagens principais da trama e mostra a USS Enterprise desde o começo. A presença do ator Leonard Nimoy animou os espectadores assíduos de Star Trek. Ele é o personagem Spock no seriado. Já o ator William Shatner não quis saber de aparecer no filme. Ele faz o capitão James T. Kirk. Aliás Chris Pine foi muito bem no papel de Kirk. Ele que só havia feito produções pequenas e mais adolescentes mostrou competência na atuação.
Mas para mim um dos personagens mais engraçados é o de Simon Pegg. Ele faz o Scott do futuro. Sou suspeita pra falar, pois gosto dele como ator, e sempre me divirto com seus filmes, por mais idiotas que possam ser.
Outro filme que vem gerando expectativa é “Exterminador do Futuro 4”. Saiu o último trailer do filme, que por sinal é muito bom e completo. O trailer tem quatro minutos de duração. Esse filme promete. Aparentemente não é uma simples continuação que força a barra e apenas se apóia no sucesso dos outros filmes. Pelo trailer nota-se que o filme tem um roteiro bem estruturado e uma continuação lógica, sem falar na boa produção. E prestem atenção no GP da Espanha de Fórmula 1 no domingo: os carros de Jenson Button e do Barrichello estarão decorados com imagens do filme. Divulgação é a alma do negócio! Vou deixar o link aqui para vocês. Assistam!
http://www.omelete.com.br/popup/popup_galeria_videos_ordenada.aspx?id=100019640&img=1
Outra novidade! Keanu Reeves vai estrelar no remake do filme “O Médico e o Monstro”. A história é muito conhecida e já foi adaptada no cinema e no teatro várias vezes. Conta a história de um médico que desenvolve um poção, que quando tomada desperta o pior lado de sua personalidade. Guilherme Del Toro será um dos produtores do filme.
E a última de hoje! Assisti ao trailer do “Transformers 2” no cinema. Sensacional a maneira como eles usam o som e a ausência dele. Primeiramente você tem a impressão de que será mais um daqueles filmes onde a Terra vai acabar, pois pequenos meteoros atingem a Terra. As explosões continuam silenciosamente, e de vez em quando temos picos de som das máquinas se movendo. Confira abaixo e veja o que estou tentando dizer:






Por hoje é só pessoal! Esse fim de semana tenho três filmes para assistir: “A Troca”, “Marley e Eu” e “Clube da Luta”. Vamos lá entaum!

Por Fernanda Giotto Serpa

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Um convite imperdível para o espaço!


Os últimos dias tem sido corridos para mim. Comecei a trabalhar, trabalhos da faculdade, inglês e tarefas domésticas. Tudo junto e misturado. Infelizmente isso tem afetado meu costume de assistir filmes assiduamente. Agora só me sobraram os fins de semana, e olha lá! Como não assisti a nenhum filme desde ontem vou colocar algumas notícias que saíram no Omelete. Faz tempo que não faço isso!
A principal notícia é, sem discussões, a grande estreia de “Star Trek”! Começando pela capa do site, que está personalizada com imagens do filme. As críticas são a grande maioria a favor e a expectativa é muito grande. Não fui espectadora da série Jornada nas Estrelas, mas mesmo assim estou ansiosa. O que uma boa propaganda não faz, hein? Até que não conhece fica seduzido pelo filme.
A crítica do Omelete deu 5 ovinhos para o filme! Pontuação máxima. Segundo a crítica o diretor J. J. Abrams e seus colaboradores Kurtzman e Orci conseguiram manter aquilo que Jornada das Estrelas era na década de 60, mas trazendo o original, sem ser apenas um remake da série. O filme tem aventura, comédia, ação e até algumas partes mais dramáticas. Todos os personagens são bem explorados. Segundo Érico Borgo, não faltam situações para que cada personagem seja bem trabalhado e explorado dentro do seu próprio universo.
Ederli Fortunato, que também deixou seu ponto de vista sobre a adaptação, diz que mexer com a série é mexer com o cânone – que é todo fato ocorrido dentro da série. Quando Abrams pegou esse árduo trabalho ele queria criar algo novo, mas sem desvencilhar-se das histórias do seriado para não perder a identificação com o espectador. Não tem coisa mais irritante do que você assistir algo do qual você é fã totalmente deturpado pelos roteiristas. Abrams optou por uma viagem no tempo. Levou todos os personagens para o passado e deu um rumo diferente para suas vidas, mas sem se desfazer daquilo que ele já era.
Se Star Trek vai ter continuação ou não, sinceramente não sei responder. Isso só as bilheterias vão dizer. Se eu tivesse dinheiro eu apostava no “sim”. Vou tentar conferir o filme no sábado, espero mesmo que eu consiga.
Outras informações, que não são tão importantes agora como Star Trek, mas são relevantes para quem acompanha cinema. A WB cancelou o filme do herói Lanterna Verde! O filme que era pra estrear em dezembro de 2010, vai estrear só em junho de 2011. Além de Lanterna Verde vai haver mais uma grande leva de adaptações de quadrinhos de heróis para a mesma época: Thor, Homem-Aranha e Capitão América. A concorrência direta de Lanterna Verde será o filme “Carros 2” que estreia uma semana antes. Outra animação que terá continuação depois de 5 anos será Happy Feet. Estou louca para conhecer a nova trilha sonora. Espero que tenha Queen mais uma vez.
E saiu também mais três cartazes do filme “Bastardos Inglórios” de Tarantino. Veja com seus próprios olhos:


Além de “Star Trek” estreia essa semana também “Um Ato de Liberdade”, com Daniel Craig; “Import Export”, um filme austríaco que se divide em duas histórias com dois personagens; e o “Equilibrista”, documentário sobre um homem que passou de uma das torres gêmeas para a outra apenas se equilibrando numa corda, sem nenhum tipo de segurança. Semana que vem estreia “Anjos e Demônios”, a adaptação de outro filme de Robert Langdon, que por sinal é muito melhor que o “Código da Vinci".


Deixo aqui um abraço para o pessoal do IN QUADRO. Eles estão produzindo o remake da cena do filme “Volver”, de Almodóvar. A Liz está perfeita no papel da personagem Penélope Cruz, ela é a nossa Penélope em versão brasileira. Linda! Quanto a Sah, não posso comentar, pois não assisti ao filme e não sei qual é o seu personagem, mas acredito que ela também deve ter dado um show. Essa menina de voz meiga muda em frente a uma câmera. E claro minhas eternas companheiras Andrizy e Carol, super competentes, boto minha mão no fogo por elas. E também parabéns ao grupo de produção de arte – Claudia e Barbara se superaram, até os sapatos da personagem são idênticos. E não posso esquecer o bendito fruto entre as mulheres, Marcos! Estou ansiosa em pessoal...

Por Fernanda Giotto Serpa

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Uma fofura!


Um pinguim precisa, necessariamente, ter uma linda voz. Não para Mano, que tem uma voz parecida com a de um menino adolescente. Acredito que todas as pessoas já viram um adolescente falando. O timbre da voz vai do grave para o agudo sem cerimônia - o tempo inteiro. É assim que Mano canta.
Ele não sabe cantar, mas tem um ritmo inigualável. Seus pés não se controlam e sapateiam o tempo inteiro. Mas isso não é o suficiente no mundo dos pingüins. É através da canção que os pingüins encontram seu verdadeiro amor. Logo, Mano está fadado a ficar sozinho.
Mano é na verdade uma aberração na natureza, inclusive seu pai também acha isso. Além disso tudo, Mano é também considerado culpado pela falta de peixes. Os verdadeiros culpados são os humanos, que estão realizando pescas na região. Mano, sem nada a perder, sai pelo mundo em busca de respostas e em busca do que ele chama de ET – os seres humanos.
O filme conta com as vozes de Elijah Wood como Mano; Hugh Jackman como Memphis, pai de Mano; Nicole Kidman como Norma Jean, mãe de Mano; Brittany Murph é Glória e Hugo Weaving é Noah. Robin Willians faz três personagens: Amoroso, Ramón e Cletus. Todo esse elenco resulta num filme pra lá de fofinho. Isso mesmo! Parece tosco dizer, mas é fácil se apegar ao pingüim sapateador – principalmente quando ele ainda é um bebê.
O filme é quase um musical animado. Eles cantam e dançam em sincronia. As músicas são animadas e a maioria são conhecidas. Prince e Queen fazem parte da trilha. Queen com a música Somebody to Love, que, em minha opinião, é simplesmente maravilhosa. Sou suspeita pra falar, já que sou fã de Queen. Quanto ao Prince não acompanho, mas a música que cantada por Nicole Kidman e Hugh Jackman é conhecida, sem falar que o ritmo é muito bom. Escute e assista abaixo:










Interessante no filme também é o papel do ser humano. Primeiro que os seres humanos são reais, não são animações. E segundo que o papel dele é diferente do que geralmente vemos em animações, como em “Procurando Nemo”, que vemos o humano destruindo a natureza com a poluição – que é absolutamente verdade. Em “Happy Feet” o ser humano atende ao pedido da natureza e ignora a atividade comercial de pesca que realizava no local. Surpreendente para mim.
E óbvio que não posso deixar de comentar sobre os personagens pingüins que ficam amigos de Mano durante o filme. São cinco pingüins, pequenos, aparentemente meigos, mas cheios de gracinhas e piadinhas que arrancam uma risada fácil do espectador.
Esteticamente o filme é muito bom. As cenas de dança são as que mais chamam a atenção, pela sincronia e perfeição, causando certa hipnose no espectador que não consegue deixar de olhar as cenas. As músicas e as danças são os pontos altos do filme, é o que faz o filme ser atrativo. E claro, o fofinho do Mano ainda bebê. Esse é impagável. Impossível não achar fofinho!

Por Fernanda Giotto Serpa