sábado, 28 de março de 2009

Filme para crescer!

Filmes bons não precisam ser sempre extremamente emocionantes, com assuntos sérios e que venham influenciar para a sociedade em geral. Não podemos generalizar também que filmes com lições de moral no final sejam clichês ou enfadonhos. “Lições para toda a vida” comprova tudo isso. Um filme simples, delicado, com lição de moral, mas muito encantador.
Vou começar a contar primeiro como é a história. Um menino chamado Walter (Haley Joel Osment – “O Sexto Sentido”) tem a mãe mais desnaturada do mundo. Ela não se importa com ele, vive atrás de novos namorados, e geralmente escolhe os piores. O filho sempre fica em segundo plano. E o filme começa assim, com Walter em segundo plano. A mãe diz que vai fazer um curso e precisa viajar sozinha, para ter tempo de estudar e se concentrar nos estudos. Walter vai passar esse tempo na casa de seus dois tios, que nunca viu na vida. Dois velhos cheios de histórias e mistérios. Alguns dizem que eles eram ladrões de bancos, outros que acharam um verdadeiro tesouro em uma de suas viagens pelo mundo, ou ainda há quem diga que eles são apenas dois loucos. A história do filme mostra essa convivência, engraçada, algumas vezes dramática e muitas vezes curiosa sobre esses três homens. Os dois bons velhinhos são representados por Michael Caine, que faz Garth, o tio mais simpático. E Robert Duvall é o tio Hub, rabugento e insatisfeito sempre. Garth começa a contar aos poucos as grandes aventuras do passado, isso faz com que Walter se aproxime ainda mais dos tios. A história ainda conta com uma leoa, muitos tiros de espingarda, um avião e um iate. Curioso é pouco!
Haley Joel Osment foi feito para o papel. O menino não foi um sucesso passageiro com Sexto Sentido, e mostrou em Lições para toda a vida que pode interpretar qualquer tipo de personagem, já que os personagens dos dois filmes são extremos opostos. As expressões e a voz falha em muitas das cenas mostra o menino que ele é, mas quando ele fala com os tios ele vira um verdadeiro homem. A parceria entre os três é a coisa mais importante do filme, é natural e sincera, cada um respeitando seus defeitos. Hub, personagem de Robert Duvall, talvez seja a parte cômica do filme, um velho durão que na verdade tem um coração mole.
Enquanto tio Garth conta as histórias, elas são representadas, de uma maneira infantil e sonhadora, como se fosse a imaginação de Walter reconstruindo o que está sendo contado. As histórias mostram que dois velhos já foram grandes aventureiros e heróis, surgindo uma admiração muito grande por parte de Walter. Assim começa a união dos três, Walter passa a ajudar na horta, que na verdade vira uma plantação de milho. Ganha uma leoa como bicho de estimação, conhece a história de Jasmine e ensina os tios a gastarem a fortuna escondida que eles possuem.
É uma história infantil, que de certa maneira abusa de clichês e final feliz, mas acredito que essa fórmula coube muito bem ao filme, e ele consegue passar para o espectador a emoção que deveria. Você cria um elo com a história e simpatiza com todas as situações e acaba desejando ter tios iguais, que vivam num fim do mundo, expulsando vendedores ambulantes a tiros, sem televisões, tomando refresco na varanda toda tarde, e que no final você ganhe uma lição para toda a vida. Um filme para crescer!

Por Fernanda Giotto Serpa

Um comentário:

  1. não gosto de filmes cliches
    pobre Haley Joel Osment
    como milhares de atores mirins cairam na decadencia e fazem filmes besterois cheios de cliches

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