domingo, 15 de março de 2009

De estranho não tem nada!

Assisti hoje em DVD, “Os Estranhos”. Um suspense pra quebrar a rotina de um domingo. Infelizmente isso não aconteceu. O filme é a representação exata do clichê. Sustos pra lá de previsíveis, entende? Você realmente fica tenso, mas sabe a hora certa que vai levar o susto.
A história não faz muito sentido. James (Scott Speedman) pede Kristen (Liv Tyler) em casamento e ela recusa. O que seria uma noite de amor numa casa de campo distante de tudo acaba mal, num clima pesado, eu diria. Do nada, três mascarados aparecem no local e passam a aterrorizar o casal entrando na casa, batendo nas portas, escrevendo mensagens com sangue nas janelas e perseguindo-os aonde quer que eles vão. A história é isso, não se sabe o motivo, apenas um trio querendo fazer terror. A história acaba sendo totalmente pobre em conteúdo.
O filme utiliza os elementos básicos para fazer um suspense. O silêncio absoluto e prolongado que é quebrado pelo susto previsível. A escuridão e a câmera que mostra o que a vítima da história não vê. As burrices que as vítimas fazem, como por exemplo, sair de casa na hora errada e nunca pensar em fugir do local, só pensam nisso quando não é mais possível. Aparições seguidas de um som agudo, ou uma música no fundo que não corresponda com o que a cena quer dizer. O telefone que não funciona, a luz que apaga do nada, coisas que aparecem e desaparecem sem serem notadas, enfim, o básico. Assim é fácil o espectador seguir o filme e até prever o que acontece. E o pior, acaba sem uma explicação sobre o porquê do filme. É apenas um filme para levar sustos.
“Os Estranhos” é assim, Kirsten é a mocinha desesperada e seu namorado corajoso, James que sai da casa no momento em que é preciso se esconder. Entendo que isso precisa acontecer para dar continuidade ao filme, mas não há uma razão lógica além do andamento do filme, o que o transforma apenas numa historinha para dar sustos. Os três assassinos do filme usam máscaras tipo cômicas, que me remeteram diretamente ao filme “Jogos Mortais”, no
qual a verdadeira face do assassino é preservada por um longo tempo. Máscaras cômicas que geram medo e terror. Logo se vê que o filme não prioriza nenhum tipo de originalidade.

Outro aspecto comum utilizado no filme é usar sons que não correspondam com a imagem. Gritos, barulho de armas e machado em imagens da paisagem tranqüila do local. Mostra a solidão e ao mesmo tempo remete ao desespero das vítimas, que não têm pra onde fugir. O que deve ser lembrado também é que no início do filme você já sabe que não teremos um fim conclusivo. Uma voz grave e aterrorizante fala que casos de violência gratuita nos EUA são cada vez mais comuns, e que o filme é baseado em fatos reais e que até hoje não foi solucionado. A única conclusão plausível do filme é que Kirsten descobriu que realmente amava James, isso quando ela sabia que estavam para morrer e aceitou seu pedido de casamento na hora da morte. Tocante para um filme de suspense!
Por Fernanda Giotto Serpa

Nenhum comentário:

Postar um comentário