quarta-feira, 18 de março de 2009

Cada um com seus demônios

Eu não ando com sorte quando se trata de filmes. Ontem, mais uma vez, assisti à um filme, que se fosse para escolher agora, preferia ter ficado dormindo. O único ponto positivo é que o filme era um brinde da locadora.
Max Payne é um filme baseado num jogo de vídeo-game. Conta a história de um ex-policial que teve sua mulher e filho assassinados. O problema é que três anos se passaram e nada foi resolvido. Payne (Mark Wahlberg) não desistiu de procurar pelo assassino de sua família. Em troca dessa fixação pela verdade ele perdeu seu lugar como policial de Homicídios, a amizade de seu parceiro e a desconfiança de toda a polícia. Ele ficou um tanto introspectivo. A história inteira acaba se desenrolando em torno de uma droga alucinógena, que faz as pessoas enxergarem demônios, e que leva diretamente ao assassinato da família de Payne, que já tem seus próprios demônios pra resolver, mas porque não enfrentar outros?
O filme usa aquele roteiro “engana espectador”. Quando você acha que o filme vai terminar e ele descobriu toda a história...OPS...não era nada daquilo que o protagonista pensava. Mas o que o diretor do filme não soube fazer foi enganar o espectador. A história se resolve tão rápido que você sabe que não é daquela maneira que vai terminar. Mas eu não vou falar mais nada sobre o desenrolar da história, como já disse, não gosto de ser “estraga-prazer”. Mesmo quando não se trata de um grande filme. Nunca é bom contar o final.
A história do filme não causa nenhuma admiração, bem como os efeitos especiais. São péssimos. Pode ser uma expressão chula, mas os efeitos são toscos mesmo. Um cromaqui de baixa qualidade. O visual do filme é fantasioso, acredito que para ligar-se diretamente ao vídeo-game. As cenas são todas escuras, lembrando muito Sin City, de Frank Miller, ressaltando cores fortes como o vermelho. Logo no começo do filme tem uma cena de tiroteio, que a cada som de tiro a tela fica num contraste entre preto e vermelho. Isso é muito a cara de Sin City. Ta aí um filme que abusou de efeitos e plastificações, mas que agradou meu gosto para filmes, apesar da violência excessiva. Robert Rodrigues foi o mestre do cromaqui.
O que também me chamou atenção no filme foi o excesso de câmera lenta. A cada cena de ação, que exige um pouco mais de movimento, aparece a tal da câmera lenta. Chega a ser tedioso, porque você acaba conseguindo adivinhar quando aparecerá o próximo movimento lento. O som também é ressaltado em várias cenas. O barulho do tic-tac do relógio, o vento, água escorrendo. Tudo em evidência.
O filme todo dá uma sensação de falsa realidade. A utilização da câmera influencia diretamente nesse ponto. Muitas cenas filmadas de cima para baixo, com grandes angulares e, como já falei, a câmera lenta. Não consigo achar termo melhor, mas o filme não passa credibilidade. É um abuso dos efeitos. Chega a ser poluído.
Confesso que fiquei decepcionada com Mark Wahlberg e Chris O´Donnell, que aliás, faz uma pontinha mixuruca no filme. Gostei de outras atuações de Wahlberg, como em “Os Infiltrados” e “Donos da Noite”. Tenho costume de escolher filmes por elenco. Mas às vezes, elenco não é tudo. Nem sempre bons atores fazem bons filmes.

Por Fernanda Giotto Serpa

3 comentários:

  1. A senhorita é muito exigente quando se trata de filmes, não?? Rsrs

    Então, tem filmes que mais vale mesmo é "desligar o cérebro" e apenas curtir. Mas confesso que não tenho paciência com filmes como Max Payne...

    Se é para ver filmes de ação que são mais entretenimento non sense mesmo, eu prefiro algo como a série Carga Explosiva (os dois primeiros, na verdade), que é totalmente sem objetivo, mas é divertido... (Confessando o meu guilty pleasure)

    Andrizy

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  2. realmente esse filme é ruim. Confesso que me arrependo de ter comprado o ingresso para ver.. Poderia ser grande, mas não foi.

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  3. Aiai, Max Payne é um filme decepcionante.
    Adoro ler suas críticas =)

    :*

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