quarta-feira, 13 de maio de 2009

Regras


“Clube da Luta” é o tipo de filme que te leva a pensar uma coisa durante todo o filme e no final te passa uma rasteira e diz “te peguei”. Não era nada daquilo que você pensava! Você termina o filme e é capaz de se ver (sem um espelho) com uma cara de bobo. Eu adoraria contar o final do filme para poder expressar essa surpresa, mas óbvio que eu jamais faria uma maldade dessas. Sigo aquele velho ditado: “Não faça para o outro aquilo que você não gostaria que fizessem pra você”.
O filme conta com atuações brilhantes de Edward Norton e Brad Pitt. Edward Norton interpreta Jack, o tal do cara patético, que leva aquela vidinha mais ou menos confortavelmente. Até o momento em que ele não consegue mais dormir e a insônia o deixa louco. Ele encontra sua salvação em grupos de terapia (me diga se isso não é patético). Ele passa a conviver diariamente com pessoas que tem alguma doença, como câncer ou tuberculose. Ele então volta a dormir como um bebê, e se convence de que tem muito a agradecer.
Eis que aparece na história uma mulher chamada Marla (Helena Carter). Cara e tipo de se vestir de louca. Fuma feito uma louca e vai aos grupos de terapia para tuberculoso. Ela é uma versão feminina de Jack nesse aspecto. Ela vira o mundo dele para baixo. Do nada ele se vê perdido na insônia novamente. Ir aos grupos não dá mais certo. Em meio a essa loucura Jack encontra Tyler (Brad Pitt). Um cara tranqüilo, charmoso, descolado (gíria antiga hein), tudo o que Jack queria ser.
O mais chocante no filme é que eles resolvem brigar do nada. Simplesmente começam a bater um no outro pelo prazer, o prazer da dor. Não processei isso até agora . A partir dessa brincadeira, nada recomendável, eles começam a encontrar adeptos. O grupo cresce e as regras desse clube, chamado “Clube da Luta” são:
1 – Você não fala sobre o Clube da Luta
2 – Você não fala sobre o Clube da Luta
3 – Quando alguém disse “pare” ou perder os sentidos a luta acaba
4 – Só dois caras em cada luta
5 – Uma luta de cada vez
6 – Sem camisa, sem sapatos
7 – As lutas duram o tempo que for necessário
8 – Se essa é a sua primeira noite no Clube da Luta você precisa lutar
Apenas oito regras que criam um exército de homens alienados que apenas respeitam as ordens do clube. Respondem “Sim, senhor”, “Não, senhor”, admiram Tyler e Jack e estão unidos para por em prática o “Projeto do Caos” de Tyler. Ele é totalmente contra a sociedade do consumismo. Não acredita nas necessidades materiais e quer acabar com esse capitalismo selvagem.
Você nota que Jack não está normal em nenhum momento no filme. No começo ele é um coitado, que apenas sobrevive. E depois ele vira um ser cheio de raiva e extravasa isso sempre que pode, até o momento no qual ele perde o controle.
O filme faz uma crítica clara sobre a sociedade de hoje. Você percebe isso nas falas de Brad Pitt. Há momentos em que ele diz “Você não é o seu carro...não é a sua casa”. Ele apenas vive de idéias e vontades. Outra parte do filme que também mostra esse lado é quando eles vão roubar gordura de uma clínica que faz lipoaspiração para fazer sabão. Depois que eles fazem o sabão eles vendem nas melhores lojas, pois é o produto preferido das ricaças. Ricaças essas que fizeram a lipoaspiração. Um ciclo de consumo!
O grupo que ele forma é totalmente alienado, não tem pensamentos próprios e não questiona idéias. Isso me lembra muito o socialismo: acabar com o consumo, promover igualdade, mas não dar chance de questionamentos e criar uma hierarquia no grupo. Pode parecer abobrinha, mas foi isso que eu pensei.
O que choca no filme também é a maneira como é usado o som. Nos momentos de briga tudo o que está em volta fica mudo, você apenas escuta o som do impacto dos golpes. Não adianta fechar os olhos para não ver, é o som que intensifica essa sensação de mal-estar. O que você deseja é que aquela cena passe logo, simplesmente isso. O problema é que elas geralmente são mais longas.
“Clube da Luta” é um filme bom porque ele faz você pensar e questionar. O filme é cheio de absurdos, começando pelo grupo que se forma, pela maneira que acontece e depois pelo “grand finale”. Não é uma história simples de absorver. Ele não é convidativo, principalmente se for analisar cenários, histórias do personagem e a excessiva violência. Mas a regra número 1 do cinema (para mim) é: Assista e depois critique.
Vou por um vídeo com imagens do filme e a música tema do personagem de Edward Norton!

E só mais uma coisa! Quando deixei o recado para o pessoal do IN QUADRO esqueci da Amanda e da Marina! Desculpa meninas, mas é que me baseei nas fotos da gravação da cena e vocês não tavam por lá! Mas aqui fica meu abraço e meus parabéns aí pela remontagem da cena do Volver. To sabendo que vai ter muito molho de tomate na casa da Marina esse fim de semana! Hahahaa...
Por Fernanda Giotto Serpa

2 comentários:

  1. e põe molho de tomate nisso... hehehehehe

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  2. Vai ter molho de tomate de sobra Fer... Hahaha
    Obrigada pelo beijo. Tenho pregui de comentar, mas leio sempre os textos! (:
    Beijos, Amanda.

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