quarta-feira, 27 de maio de 2009

Que horror! Ou não...

Trabalho, faculdade e cuidados com a casa estão me deixando mais afastada do blog. Mas estou fazendo o que dá e escrevendo no mais tardar da noite. Então, caso haja erros ou frases sem sentido, relevem! A madrugada não é o melhor horário para escrever textos. Apesar da falta de tempo, sempre dá pra arranjar uma brecha para um filme. E ontem foi assim. Uma brecha meio comprida, eu diria, já que se trata do filme “Apocalypse Now”, de Francis Ford Coppola.
São três horas de pura produção e investimento técnico. O filme já começa bem com a música The End, do grupo The Doors e imagens de explosões no fundo. A combinação do ritmo calmo, da letra relacionada à violência e mais as cenas de ação foi uma combinação absurda, mas ao mesmo tempo perfeita. A trilha sonora não modifica o sentido da cena, diferente dos vídeos que a Tatiana colocou aqui nos blogs.
“Apocalypse Now” é ambientado na época da Guerra do Vietnã. O capitão Benjamin L. Willard, interpretado por Martin Sheen, é convocado para uma missão especial: matar um famoso general, Walter Kurtz (interpretado por Marlon Brando), que enlouqueceu durante a guerra e está cometendo loucuras com as pessoas adeptas as idéias dele.
O filme mostra toda a viagem de Willard até chegar ao destino. O clímax do filme, que é o encontro dos dois, acontece apenas na última parte. O filme é uma obra-prima de efeitos e técnicas de iluminação. Marlon Brando só aparece na escuridão ou com envolto por sombras. Mas o motivo dele vai além do aparato técnico. Marlon Brando estava 40 quilos acima do seu peso. Ele foi um estorvo para Coppola. Ele não leu o script e nem o livro no qual foi baseado o filme. E quando leu quis recusar o papel. Foi uma fase ruim da sua carreira, ele estava bebendo mais do que devia. Depois de muito “teretete” ele concordou com a condição de nunca aparecer na luz nitidamente.
Além disso, “Apocalypse Now” contou com a presença de um furacão, que destruiu os sets de filmagem – que eram nas Filipinas – e atrasou 10 meses as gravações. Martin Sheen teve um ataque do coração durante as filmagens, o que atrasou mais ainda a produção, e Coppola ameaçou suicidar-se inúmeras vezes. Logo se vê que o clima era muito amigável nos sets de filmagem. Deve ser por isso também que “Apocalypse Now” é totalmente depressivo e angustiante.
Aliás, esse foi outro trunfo de Coppola, conseguir por na telona um sentimento forte de desgraça, angústia e depressão. A Guerra do Vietnã foi isso, um show de horrores. E Coppola não se deteve para mostrar isso. Você sente o que foi a guerra através da trilha sonora, da cor das imagens (muitas vezes puxadas para um vermelho), tipo de luz e, óbvio, a personalidade dos personagens do filme e a maneira como eles se transformam no decorrer dos acontecimentos. Não podemos esquecer-nos da sensação de calor e abafamento que é muito nítida no filme, deixando claro como era o clima na região.
Cada um vai enlouquecendo do seu jeito. O mesmo acontece no local onde o personagem de Marlon Brando está instalado. As pessoas estão loucas e descontroladas, mas de uma maneira estranha, que incomoda o espectador. Nada parece real no filme. É como se tudo fosse um pesadelo.
O filme não é ruim, é apenas cansativo. As cenas são longas, as ações são demoradas e tudo é pensado demais às vezes. Como eu já estava sem paciência, muitas vezes o filme passava a ser entediante. Há coisas também que não fazem muito sentido. Como quando eles chegam num local onde residem alguns franceses. Eles não têm nenhuma relação com a história, a não ser estarem no meio da Guerra também. A única parte boa do diálogo é quando o francês joga na cara do capitão Willard que os EUA estão lutando por nada, como uma crítica à guerra infundada.
Quem faz uma pontinha no filme também é o Harrison Ford (que eu não reconheci de tão novo que ele era). Robert Duvall e Dennis Hopper fazem papéis importantes no filme, mas não aparecem durante muito tempo.
Em minha opinião o filme é uma obra-prima de Coppola, mas não se compara ao Poderoso Chefão. O único problema do filme é a velocidade com a qual se desenrolam os acontecimentos. Talvez esse fosse o objetivo do diretor também! Nunca se sabe... E também há algumas coisas que não fazem sentido. Seria o caso de assistir mais uma vez para entender. Quem sabe um outro dia, certo?
Deixo aqui a última frase do filme: “O horror”. Agora basta você assistir e decidir se o filme é um horror ou não. Eu fico com o meio termo...

Por Fernanda Giotto Serpa

Um comentário:

  1. é interessante pensar o espirito expressionista q perpassa o filme. talvez já ali o ffcoppola estivesse gestando o seu dracula...

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