quarta-feira, 13 de maio de 2009

Do outro lado!

Na frente das câmeras os atores. Por trás delas, também. É assim que vem acontecendo com vários artistas, que não sei se por vocação, cansaço, vontade ou simplesmente alguma crise existencial decidem dirigir ao invés de atuar nos filmes. Inclusive alguns deles deixaram de atuar e passaram a se dedicar somente à direção como, por exemplo, Mel Gibson, que atuou e dirigiu seu primeiro filme em 1993 “O homem sem face”, continuou levando as duas atividades em “Coração Valente”, porém ultimamente foi visto nos créditos só como diretor em “Paixão de Cristo” e “Apocalypto”.
Um que não deixou de atuar apesar dos seis anos de experiência como diretor de três longas, foi George Clooney, responsável por “Confissões de uma Mente Perigosa” e “Boa Noite e Boa Sorte”, os mais elogiados. Sem contar os veteranos Clint Eastwood, Robert De Niro, Jack Nicholson e Anthony Hopkins que continuaram atuando mesmo tendo dirigindo filmes muito bons.
Um ator que me surpreendeu como diretor foi Johnny Depp, dias destes assisti “O Bravo”, o filme já deve ter mais de 10 anos, é um pouco desconhecido, mas ótimo. Depp atua no filme como Raphael, um índio americano pobre que vive num trailer com a mulher e dois filhos, um dia recebe uma proposta de MC Carthy (uma pequena aparição do amigo Marlon Brando), que propõe que ele aparecesse num filme sendo espancado até a morte. Numa cena que não seria encenada, seria real e em troca, receberia 50 mil dólares. Ele aceita. O prazo é de uma semana, a qual ele aproveita para ficar com a família e prepará-la inconscientemente para sua morte.
Depp não apela para a emoção, como em muitos filmes Hollywoodianos do mesmo gênero, o que nos dá liberdade e permite reações à história de uma forma pessoal, exigindo um envolvimento bem maior com o roteiro. Foi o primeiro e único filme dirigido e roteirizado por ele, e eu espero que não seja o ultimo, já que ele comprou recentemente os direitos do livro de Nick Hornby, “A Long Way Down”, para adaptação cinematográfica.

Por Giselle Farinhas

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