sábado, 1 de agosto de 2009

Cinemark: preço salgadinho

Hoje vou falar sobre a entrevista que o presidente da rede Cinemark, Valmir Fernandes, deu para a Folha de São Paulo. Quem me mandou a entrevista foi o Guilherme Mélo, meu colega de turma e integrante da Agência tomada1. Valeu Gui!!!
Não é segredo para ninguém que o Cinemark trabalha com o mercado, e exibe em suas salas excepcionalmente blockbusters. Valmir Fernandes é presidente internacional da rede desde 2006, e é ele quem decide o preço que se paga pelo ingresso e pela pipoca. Ele afirma que o Brasil é um dos países que mais influencia nos negócios do Cinemark, já que a política cinematográfica brasileira exige um número mínimo de dias destinado à exibição de filmes nacionais. Em 1997, com a implantação da rede, as costumeiras salas de rua – que poderiam ser tranquilamente por pessoas de diferentes rendas – foram substituídas pelo conceito multiplex. Isso significa salas em shoppings, logo preços mais altos.
O Cinemark tem mais de 4.800 salas em 13 países no mundo inteiro. O presidente da rede diz que o preço dos ingressos e da pipoca são os fatores mais criticados pelos clientes. O fato de existir meia-entrada é um empecilho para existir a possibilidade de baixar os preços. Ele afirma que se não existisse preço com carteira os ingressos poderiam custar apenas R$ 12,00. O cálculo que ele fez foi o seguinte: para o Cinemark tirar um lucro de R$ 15,00, em média, por ingresso – existindo a meia-entrada – ele precisa cobrar R$ 20,00 pela inteira. Outro argumento que ele expõe, contra a meia-entrada, é a fato de que com menores preços o público aumentaria consideravelmente.
O que mudou das salas de ruas para as salas em shoppings foi o padrão de qualidade. Fernandes calcula que a instalação de 10 salas multiplex custa em torno de R$ 12 milhões. Essa quantia precisa voltar para o bolso dos investidores, no máximo, em sete anos. "Eu decido o preço do ingresso, da pipoca e do refrigerante a partir disso. Tenho custos fixos altos e preciso de uma margem para mostrar ao investidor que ele vai recuperar o seu dinheiro. A margem de lucro é muito pequena. O filme roda mesmo com um só espectador na sala. Também acho que o ingresso tem de baixar, mas a conta não é simples”, defende Vilmar.
Em outra matéria que saiu na Veja, em 2003, temos uma visão diferente da história. Os dados não estão muito atualizados, mas a informação vai contra o que a entrevista afirmou (que com a saída dos multiplex o público caiu). O público de cinema subiu de 74 milhões para 90 milhões, entre 2001 e 2002. E mais uma vez entra em questão o conforto que se tem hoje em dia nas salas de cinema. Os analistas achavam que com home theater, DVD, Internet, TV, etc, etc , etc... os cinemas iriam perder muitos clientes. Pois bem, quem não resiste ao grande telão, cadeiras confortáveis, modernidade na imagem e no som e a claro, o bom e velho escurinho do cinema?
A corrida hoje ainda é no investimento das novas salas, dar segurança, conforto, comodidade e modernidade para o cliente. Infelizmente, o cinema é um lazer para quem pode pagar. Não é barato ir ao cinema. Por isso, deixo dica: vão às sessões antes das 14 h. R$ 7,00 a inteira, e R$ 3,50 a meia. Um sucesso! Só espere a gripe passar...

Fontes:
Ø
http://noticias.bol.uol.com.br/entretenimento/2009/07/26/ult4738u26240.jhtm

Ø http://veja.abril.com.br/290103/p_090.html

Por Fernanda Giotto Serpa

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