sexta-feira, 31 de julho de 2009

A volta das pornochanchadas?

Primeiro, uma correção em relação ao texto anterior: nossa editoria vai ser Economia Política, e não Políticas Econômicas como eu tinha escrito! Hehehe...valeu prof Celina! Como ontem não assisti filme, vou comentar uma matéria que está na SET do mês de julho, sobre o cinema brasileiro. A revista, por sinal, está muito boa. Houve mudanças na diagramação, mas eu achava o outro estilo melhor. Mas o que importa é que a qualidade é a mesma. Aliás, tem uma lista dos 100 filmes mais assustadores da história que está muito boa! E uma matéria com Sacha Baron Cohen, sobre o filme Brüno. “Borat é tão 2006”! Hahahaha...
O nome da matéria é “Toda Nudez Será Editada”. A reportagem traz uma crítica à situação do cinema brasileiro atual em relação ao tema sexo, que foi muito utilizado nas décadas de 70 e 80, e resultaram nas famosas chanchadas e pornochanchadas. O exemplo que o repórter usa é a representação de Luana Piovani no filme “A Mulher Invisível”. Antigamente, o diretor do filme teria usado e abusado muito mais das famosas formas da atriz.
Porém, o que dirige o cinema brasileiro hoje é alcançar cada vez mais o tipo do filme “para toda família”, já que o resultado das bilheterias sempre é mais gratificante. Os antigos diretores, que produziram longas nas décadas de 70 e 80 e tinham no sexo um importante elemento de produção, defendem que se perde uma parcela muito grande de público com esse tipo de “censura”, um público que apreciava um cinema brasileiro mais “safadinho”.
Adaílton Medeiros, que é responsável pelo cinema Ponto Cine, sala no subúrbio carioca de Guadalupe, diz na matéria que um público da velha guarda ainda pede pelos antigos filmes nacionais, e ele precisou abrir horários alternativos para conseguir abranger esse público, já que no cinema atual – aquele que passa em salas de cinema nos shoppings – não existe mais essa opção.
Outro exemplo utilizado foi o filme “Meu Nome Não É Johnny”, que teve um excelente retorno do público brasileiro. Walter Hugo Khouri, cineasta brasileiro que construiu sua obra tendo o sexo como foco, afirma que o Ministério da Justiça faz vistas grossas em relação ao sexo, mas não é tão exigente quando se trata de drogas ou violências. Voltando ao filme “Meu Nome Não É Johnny”, a história passa numa época em que três elementos são essenciais no roteiro: sexo, drogas e rock´n roll. Porém, o sexo não se faz presente na história, e acaba deturpando o retrato do Rio de Janeiro pré-Aids dos anos 80. O motivo? A indicação do filme caiu para 14 anos, e não 16 como seria necessário caso as cenas de sexo fossem mais calientes.
Eu não faço parte da velha guarda, assim como não assisti aos filmes dos anos 70 e 80. Mas, na minha humilde opinião, não tenho reclamações a fazer sobre o cinema brasileiro atual, e gosto muito da característica “para toda família”. Nos últimos anos, o cinema nacional tem sido valorizado pelos brasileiros e isso é reflexo da qualidade que vem apresentando. O sucesso dos filmes “A Mulher Invisível”, “Se Eu Fosse Você”, “Cheiro do Ralo”, “Estômago”, “Central do Brasil”, “Linha de Passe”, “Meu Nome Não É Johnny”, “O Casamento de Romeu e Julieta, e CLARO: O Auto da Compadecida, não é por acaso (entre vários outros filmes, hoje a lkista é enorme). Cada filme respeita seu gênero, e apresenta os elementos necessários para dar consistência e forma ao roteiro. Mais sexo ou menos sexo não faz diferença. E sem falar que o filme da Bruna Surfistinha vem aí, acalmem os ânimos. Afinal, sexo é que não vai faltar num filme sobre a história de uma prostituta. Mas também se é isso que falta agora, é só assistir “Entre Lençóis”. Sexo e sensualidade pra dar e vender, sem pudor!


Fonte: Revista SET – Julho 2009, Ed. 264, Ano 22 (Reportagem: Toda Nudez Será Editada, de Dirley Fernandes)

Por Fernanda Giotto Serpa

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