segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Crepúsculo: livro e filme

Assisto de tudo e leio de tudo. Esse é o ponto principal. Já li Harry Potter, Senhor dos Aneis e Crônicas de Nárnia. Assim como li (e gostei) Ensaio Sobre a Cegueira, o Alquimista (desse eu definitivamente não gostei), a coleção Ramsés, Todos os Homens do Presidente, etc, etc, etc. Acho que o que falta, de vez em quando, é um pouco de livros mais teóricos e “universitários”. Mas enfim, dessa vez foi a vez do tal Crepúsculo. A famosa obra de Stephenie Meyer. Li o livro e assisti ao filme.
Eu sempre prefiro ler um livro e depois assistir à adaptação. Acho que quando vemos o filme antes, nossa imaginação fica muito concentrada naquilo que já vimos e perdemos muito na hora de criarmos as coisas do livro enquanto lemos. E o que é mais interessante na leitura (quando ela é boa) é nos jogarmos na história e realmente vivermos aquilo na nossa cabeça, imaginarmos cada detalhe, cada personagem, criando uma fisionomia para eles, dando foram aos lugares, detalhes às expressões – cada um pensa e cria do seu jeito. E foi bem difícil com Crepúsculo, pois a ideia sempre caia nos atores Kristen Stewart e Robert Pattinson.
Contando a história rapidinho aqui, de maneira bem sintetizada. Bella Swan vai morar com seu pai, na chuvosa cidade de Forks – o lugar onde mais chove nos EUA. Lá ela chama a atenção de todas, pois numa cidade com um pouco mais de 3 mil habitantes qualquer cara nova já vira celebridade. E também conhece os Cullan, os misteriosos Cullan. Entre eles está Edward, que é o que mais chama sua atenção. Num primeiro momento, a impressão que Bella tem é que ele sente raiva dela, mas aos poucos eles se aproximam e ela começa a entender os mistérios que envolvem essa estranha família na cidade de Forks. Eles são vampiros. Bella se envolve num amor puro, infinito e verdadeiro pelo rapaz – e sim, é recíproco.
Pois bem, acredito que o livro é muito vazio em sua narração. É como se não tivesse profundidade suficiente nos personagens e na história. A maior parte deste primeiro livro é destinado às indagações “Edward gosta ou não gosta de mim?” do personagem de Bella Swan. E depois que eles se conhecem vai mais um bom pedaço no “eu te amo por toda a eternidade”. Tadinho do Edward, eternidade acho que é muito para ele, provavelmente ele vai ficar bem entediado depois de um tempo.
E o filme mostra isso, quando cenas são adicionadas ao roteiro para dar movimento ao filme. Como a morte dos moradores da cidade. Afinal, a trama só começa a esquentar mesmo no final do livro, quando os vampiros maus entram na história – e se resolve tão rápido que nem vemos muita emoção nessa última parte. O que não vi no filme também foi a mais forte característica de Bella, que sempre foi tão exposta no livro, a parte em que ela é toda desajeitada. Alguns “flashs” até mostram isso, mas se você não lê o livro, você não consegue distinguir essa “capacidade” da personagem de sempre estar encontrando problemas.
O que também decepciona no filme é a tal da beleza estonteante dos vampiros, da família Cullen. No livro as qualidades destinadas ao físico dos monstrinhos deixam claro que eles são simplesmente divinos. Infelizmente no filme os atores me parecem bem comuns. Inclusive, o irmão de Edward, Jasper, parece mais o Edward Mãos de Tesoura com aqueles olhos estranhamente parados o tempo todo durante o filme. Stephenie Meyer tinha um bom senso mais aguçado, por assim dizer, e acredito que a sua ideia de elenco era muito mais atrativa. Caso você não conheça, dá uma procurada no Google e vê se eu não tenho razão. Ela imaginava Emily Browning como Bella Swan, Henry Cavill como Edward Cullen, Charlie Hunnam como Carlisle Cullen, Mary-Louise Parker como Esme Cullen, Rachael Leigh Cook como Alice Cullen, Trent Ford como Jasper Hale, Tom Welling como Emmett Cullen e Olivia Wilde como Rosalie Hale.
E sério, vai por mim, Edward cansa! Muito perfeito, muito inteligente, bonito, protetor, amável, forte, e blá blá blá. Brad Pitt é pó perto dele! Hahaha... Essa ideia da perfeição do personagem também torra a paciência em alguns momentos, principalmente no livro, onde essa “babação de ovo” é mais evidente.
O filme em si segue basicamente o que está no livro, afinal, não há muito para contar. Os efeitos especiais são medianos e a maquiagem segue a risca o que está no livro. É muito pó de arroz naqueles rostinhos. Eles são brancos mesmo, literalmente.
Não dá para dizer que Stephenie Meyer não sabe escrever, isso seria mentira. Afinal foram milhões de cópias vendidas e uma bilheteria razoável nos cinemas. Mesmo que o público-alvo seja mais adolescente vale a pena conferir a obra dela. Como um passatempo de domingo foi ótimo para mim. E tenho que confessar, em algumas partes do livro ela consegue fazer você sentir vontade de saber o que vem depois – o que é o objetivo do escritor, prender o leitor em sua obra.

Por Fernanda Giotto Serpa

Um comentário:

  1. Eu adorei a saga crepusculo, e estou contando os dias parra asistir lua nova...

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